Três anos da morte de Guerra
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Blog do Magno
O tempo voa. Pouca gente lembrou, ontem, entre eles o deputado Claudiano Martins, da passagem do terceiro ano da morte do ex-senador Sérgio Guerra. Independente do que a operação Lava Jato tenha revelado, Guerra era um político extremamente talentoso. Poucas pessoas tinham a capacidade de analise política dele, indissociável da sua intervenção. Era um homem de análise e ação.
Foi, na verdade, um dos mais influentes líderes do PSDB nos últimos anos, principalmente no momento de escolha do candidato a presidente – tanto de José Serra, em 2010 quanto do Aécio Neves, em 2014. Sérgio Guerra tinha características muito raras: culto, idealista e destemido na defesa das suas posições.
Até chegar à presidência do partido tucano, o deputado passou pelo PDT e PSB, legenda pela qual foi secretário estadual na gestão de Miguel Arraes. Deputado estadual por dois mandatos, entre 1982 e 1988, chegou ao Congresso Nacional em 1989 ocupando uma das cadeiras da bancada pernambucana na Câmara. Em 2002, chegou ao Senado, mesmo ano em que o PT elegeu Luiz Inácio Lula da Silva.
Na Casa, assumiu a liderança do partido, revelando-se um dos principais críticos do governo do PT. Atuou em várias comissões parlamentares de inquérito (CPIs), entre elas, a dos Correios que investigou um esquema de compra de votos na base do governo. Na campanha de Geraldo Alckmin, em 2006, Guerra assumiu o comando do ninho tucano em um momento de dificuldades para a oposição.
Nesse cenário adverso, ele se destacou como o grande conciliador do PSDB. Naquela ocasião, Alckmin estava com dificuldades para enfrentar o favoritismo do então presidente Lula, que disputava a reeleição. Muitos tucanos abandonaram Alckmin pelo caminho. Sérgio Guerra se manteve ao lado de Alckmin em todos os momentos da disputa.
Em 2010 o cenário se repetiu. Havia disputas internas para indicar o candidato do partido. Durante a campanha, mais uma vez os tucanos enfrentaram dificuldades na disputa com a então candidata petista Dilma Rousseff. Apesar de ter sido abandonado por setores do partido, o candidato do PSDB, José Serra sempre pôde contar com a lealdade do então presidente Sérgio Guerra.
Sua capacidade de conciliação interna possibilitou uma transição sem traumas para consolidar em 2014 o nome do senador Aécio Neves para enfrentar Dilma Rousseff. Sérgio Guerra não era nem de Minas e nem de São Paulo. Como pernambucano, ele conseguiu a confiança e o respeito de todas as alas tucanas.
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