O governador Paulo Câmara (PSB) tem mostrado um grande desenvolvimento na área política e vem mostrando competência ao administrar as pedrinhas no complicado jogo de xadrez da política em Pernambuco. Mesmo tendo se candidato pela primeira vez, em 2014, por decisão particular do então governador Eduardo Campos (PSB), tem demonstrado que apreendeu muito com o mestre tragicamente desaparecido e lidera a Frente Popular de Pernambuco com eficiência.
Com muita habilidade na condução das muitas vaidades e enormes interesses políticos, ele vem tomando decisões que estão deixando os mais experientes cronistas e analistas da área impressionados. Pernambuco vive um grave momento na área, por conta do prematuro afastamento de Eduardo que causou grande comoção e acomodação em diversos grupos partidários.
Paulo Câmara tem conversado com as principais lideranças e feito com que mantivesse seus antigos aliados formados por EC e ampliado o leque de apoio, como aconteceu na eleição municipal passada, quando fez crescer a base política para a reeleição de Geraldo Julio (PSB). Nada menos de 21 partidos compuseram a Frente Popular do Recife.
A Revista TOTAL não tem medo de mostrar ousadia e antecipar que Paulo Câmara será reeleito governador do Estado, com o apoio das mais importantes lideranças partidárias e com amplas condições de estar junto com os dois senadores também escolhidos pelo eleitorado no próximo ano.
CUIDADO – Durante a eleição municipal passada, Paulo Câmara usou a mesma estratégia praticada por Eduardo em ocasiões diversas: manteve-se afastado do pleito nos municípios onde dois ou mais integrantes de partidos que compunham a Frente Popular de Pernambuco, estavam em disputa. Apesar dos inúmeros pedidos para que tomasse uma decisão, ele manteve o afastamento estratégico e terminou o pleito sem antipatizar-se com nenhum dos grupos.
Ele manteve o silêncio perante a opinião pública sobre esse posicionamento determinado por estratégia, mas em conversa com assessores, adiantou algumas vezes que as disputas eleitorais nas cidades do Interior têm características próprias. Além das convicções políticas e posicionamentos antigos arraigados nas cabeças da população, existem questões familiares.
Lembrou em algumas ocasiões que em muitas cidades, as pessoas não votam nos partidos e sim, nas famílias. Nas conversas, dizem que votam nos Silvas e outros não negam que votam nos Souzas e assim por diante. Sabedor desses fatos e bem orientado, permaneceu afastado nos pontos considerados críticos.
Nas cidades mais importantes, onde aconteceram disputas em segundo turno, também permaneceu cauteloso. Mesmo em Caruaru, onde seu partido, o PSB, tinha um candidato, Jorge Gomes, em Jaboatão, Heraldo Selva, e em Olinda, Antônio Campos, sua conduta não foi diferente. Em determinadas situações chegaram a ser feitas críticas contundentes por seu posicionamento, mas ele manteve a coerência pré-estabelecida.
CORRETO – Logo após o resultado dos pleitos, verificou-se que o governador Paulo Câmara estava correto ao manter o afastamento, porque terminou mantendo o relacionamento político entre as diversas facções. Vencidos e vencedores permanecem aliados ao governador, embora as divergências municipais permaneçam fortes e dificilmente, serão modificadas em pouco tempo.
Segundo levantamento feito pela TOTAL é praticamente inexpressivo o número de lideranças políticas naquelas cidades que já se manifestaram contrárias ao governador por conta de seu afastamento nas eleições passadas. Com certeza, o prejuízo seria muito maior caso ele tivesse tomado um posicionamento diferente, porque, com toda certeza, os perdedores dificilmente, iriam aceitar a derrota.
Sendo assim, iriam apontar como uma das principais causas da derrota o não recebimento do apoio necessários do governador, entendendo que ele havia apoiado mais o lado vencedor. Fatos seriam relembrados e a situação estaria definida: “adeus apoio nas futuras eleições”.
MUDANÇAS ESTRATÉGICAS E ACERTADAS
Após a posse do prefeito reeleito do Recife, Geraldo Julio, muita gente experiente previu que Paulo Câmara iria promover uma grande modificação em seu secretariado e até no segundo escalão do Governo, com o objetivo de acomodar novas forças partidárias. Como se esperava, ele anunciou uma reformulação, mas nada que tivesse a conotação de refazer a estrutura político-partidária do Governo.
Foram mudanças consideradas domésticas, nas quais ficou evidenciado que o vice-governador Raul Henry (PMDB) já pode ser considerado hoje, como seu mais fiel escudeiro. Além de ocupar a vice-governadoria, passou a comandar um dos mais importantes setores governamentais: a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
O próprio Raul afirmou em seu discurso de posse, que os dois haviam acertado que ficaria ocupado com as questões institucionais, mas que se surpreendeu com o convite para ocupar a nova função. Na mesma ocasião, adiantou que não poderia recusar um pedido do governador para que ocupasse novas funções, inclusive em uma secretaria de suma importância para o bom desempenho do Governo.
APOIOS – Paulo Câmara se mantém firme em sua posição de principal líder do grupo político que dirige os destinos do Estado. Sua desenvoltura na Engenharia Política tem deixado muita gente espantada. Como um neófito na condução de um grupo tão importante e diferenciado, tem dado mostras de grande aprendizado e evolução.
Estão ao lado do governador, além do PSB, os cinco partidos mais importantes, eleitoralmente falando, do Estado: PMDB, PSDB, PDT, PSD e DEM, além dos pastores evangélicos, que hoje formam um bloco poderoso.
A indicação de Raul Henry para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico foi a confirmação da consistente relação política com o próprio vice-governador e todo o grupo político liderado pelo deputado federal e ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB). O entrosamento entre os dois havia sido iniciado ainda pelo ex-governador Eduardo Campos e está sendo mantido e estreitado. Jarbas terá sua reeleição à Câmara Federal garantida e com sua grande experiência, será um dos principais articuladores da campanha do governador.
O deputado federal André de Paula (PSD), que lidera outro importante grupo, tem feito grandes elogios ao desempenho de Câmara e faz parte diretamente do governo, embora tenha pedido afastamento da Secretaria das Cidades e retornado à Câmara Federal. Ele garantiu à Revista TOTAL que apoia integralmente, a gestão do governador.
Outra importante liderança que está ao lado de Câmara e dentro da Frente Popular de Pernambuco é o ex-prefeito de Caruaru José Queiroz (PDT), o mesmo acontecendo com o deputado federal Wolney Queiroz (PDT). Na última eleição municipal, os Queiroz deram uma clara demonstração de ligação com o governador ao ficarem ao lado da candidatura de Jorge Gomes (PSB).
Uma força política que vem crescendo no Estado, sendo responsável pela vitória de diversos candidatos majoritários e proporcionais nos últimos pleitos, é a dos pastores evangélicos. Cleiton Collins (PP), o deputado estadual mais votado do Estado – 216.874 votos, apoia o governador, assim como o deputado federal André Ferreira (PSC) e o recém eleito prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira (PR).
MINISTROS – Finalmente, registramos os apoios que Paulo Câmara tem recebido dos ministros do presidente da República, Michel Temer. Bruno Araújo (PSDB), Mendonça Filho (DEM), Raul Jungman (PPS), Roberto Freire (PPS) e Fernando Bezerra Filho (PSB) têm sido unânimes em demonstrar apoio à gestão do socialista pernambucano.
Mendoncinha, ministro da Educação, e Bruno, ministro das Cidades, têm vindo constantemente a Pernambuco, firmado convênios com o Governo do Estado e até participado de solenidades junto ao governador. Ambos estão dando mostras claras de que reconhecem a liderança política de Câmara e que estão dispostos a apoiar sua candidatura à reeleição.
Embora ninguém confirme, a Revista TOTAL adianta que está sendo costurada e que em breve, deverá anunciada a formação da chapa majoritária da Frente Popular de Pernambuco: Paulo Câmara (governador), Raul Henry (vice), Bruno Araújo e Mendonça Filho (senadores). Os entendimentos seguem firmes e, caso não haja um empecilho ou uma grande reviravolta, no início do próximo ano, será anunciada.
GESTÃO COMPETENTE E RECONHECIDA PELA POPULAÇÃO
Enquanto a maioria dos Estados brasileiros apresenta sérios problemas financeiros por conta de desmandos administrativos de seus gestores, inclusive com fortes denúncias de irregularidades administrativas, como Rio de Janeiro e São Paulo, o Estado de Pernambuco vem sendo sabiamente administrado e mantendo estabilidade financeira.
O único problema que vem sendo enfrentado pelo governador Paulo Câmara é a crise na área de segurança pública. Além de aumentos consideráveis nos índices de violência e criminalidades registrados nos últimos dois anos, ele está convivendo com movimentos reivindicatórios dos policiais civis e militares, além de paralisação e até a chamada “Operação Padrão”.
Os líderes desses movimentos contam com o apoio tácito do PT e PSOL, dois partidos com pouca significação eleitoral no Estado. O PT, que já elegeu o senador Humberto Costa na chapa comandada por Eduardo Campos, está com a imagem desgastada em virtude das inúmeras denúncias contra seus principais líderes. Já o PSOL vem tentando ocupar um espaço eleitoral que já foi do próprio PT.
Outro oposicionista a Paulo Câmara é o deputado estadual Sílvio Costa Filho (PRB), que apesar de estar no terceiro mandato, não pode ser considerado como forte concorrente. É o líder da oposição na Assembleia Legislativa, mas tem contra si uma pesada denúncia de contratação de shows artísticos fantasmas, quando foi secretário de Turismo no Governo Eduardo Campos, sendo afastado do cargo que foi ocupado justamente por Paulo Câmara, indicado pelo então governador.
EQUILÍBRIO – O que vem sendo bastante elogiado na gestão de Paulo Câmara tem sido o equilíbrio financeiro das contas do Governo, desde a época em que ele ocupou as funções de secretário de Administração e depois de Finanças.
Com experiência de auditor fiscal, ele conduziu as contas públicas com equilíbrio, praticando a estratégia de não gastar além do que era arrecadado. Até hoje, esses pontos positivos vêm repercutindo na gestão estadual, fazendo com que o Governo venha mantendo em dia todos os seus compromissos, inclusive com a folha do funcionalismo público.
O Governo Federal e diversos Estados estão tendo sérios problemas para conviver com a crise instalada, há cerca de três anos. O orçamento da União terminou o ano passado com um buraco de R$ 170 bilhões, enquanto o Governo de São Paulo confessou está devendo nada menos de R$ 240 bilhões à Nação e não ter a mínima condição de efetuar os pagamentos.
Outros Estados considerados ricos, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, também confessaram não ter condições de honrar com seus débitos. Os governadores reconhecem que gastaram mais do que arrecadaram e que não podem quitar os débitos.
Para salva-los, o presidente Michel Temer tomou a decisão de conceder uma moratória de três anos aos devedores e re-dividiu os pagamentos em 20 anos. Por conta dessa decisão presidencial, Paulo Câmara protestou e acusou o presidente Temer de estar incentivando os gestores “caloteiros” e que não tiveram capacidade para realizar uma administração correta e eficiente.
SÊCA – Além de todas essas questões financeiras motivadas pela expressiva diminuição nos recursos oriundos do Fundo de Participação dos Estados (FPE), que perdeu nada menos de R$ 490 bilhões para as indústrias automobilística e a chamada linha branca, Pernambuco está sendo obrigado a conviver com seis anos de seca.
Os anos sem chuvas equilibradas e suficientes quebraram a produção da agricultura e da pecuária pernambucanas, fazendo com que o Estado perdesse arrecadação. Também está sendo obrigado a arcar com os pesados custos para abastecimento dágua em centenas de municípios através de carros-pipa.
Para resolver de forma definitiva a falta dágua nas torneiras das residências, o Governo do Estado vem investindo firmemente, através da Compesa, na construção de sistemas de captação e distribuição de água. Muitos milhões de reais têm sido investidos em construção e ampliação de barragens e na instalação de adutoras para transposição de água do Rio São Francisco para as cidades do Sertão e do Agreste.
APROVAÇÃO – Essas ações estão sendo consideradas pela população como importantes e fundamentais para melhoria da qualidade de vida nas diversas regiões. As pesquisas de opinião pública indicam uma considerável aprovação da gestão pública estadual.
Paulo Câmara tem demonstrado ter amplas condições de manter e até ampliar, essa aprovação popular pois mantém o controle da administração pública e conta com uma equipe coesa e que tem mostrado competência para resolver os graves problemas que vem enfrentando nos últimos anos.