Lista tem dois generais, dois deputados federais, um economista, um juiz e um astronauta; presidente pretende reduzir número de pastas de 29 para 17
 O juiz Sergio Moro, o economista Paulo Guedes e o deputado federal Onyx Lorenzoni, futuros ministros de Bolsonaro (Lula Marques/PT/Andre Valentim/VEJA/Valter Campanato/Agência Brasil)
O juiz Sergio Moro, o economista Paulo Guedes e o deputado federal Onyx Lorenzoni, futuros ministros de Bolsonaro (Lula Marques/PT/Andre Valentim/VEJA/Valter Campanato/Agência Brasil)
Por Giovanna Romano

 

Após um pouco mais de duas semanas do resultado das eleições, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) confirmou alguns nomes que assumirão ministérios em seu governo, a partir de 1º de janeiro de 2019. Ele disse que pretende anunciar até dia 12 de Dezembro o seu gabinete ministerial completo e que a ideia é colocar pessoas técnicas nos cargos de primeiro escalão. Alguns escolhidos atuam diretamente no governo de transição.

Ele também prometeu reduzir o número de ministérios de 29 para 17, extinguindo pastas e fundindo outras. Durante a sua campanha presidencial, três nomes já eram sondados para liderar ministérios em um possível governo seu: o deputado Onyx Lorenzoni, o general Augusto Heleno e o economista Paulo Guedes.

Veja os ministros já indicados por Bolsonaro:

Onyx Lorenzoni (Casa Civil)

Onyx Lorenzoni será ministro extraordinário para a transição e futuro chefe da Casa Civil (Valter Campanato/Agência Brasil)
Onyx Lorenzoni será ministro extraordinário para a transição e futuro chefe da Casa Civil (Valter Campanato/Agência Brasil)

Em seu quarto mandato como deputado federal, o veterinário Onyx Lorenzoni (DEM-RS) será o braço-direito de Bolsonaro, ocupando o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, responsável pela supervisão das demais pastas e pela articulação política com o Legislativo. Com 64 anos, ele foi o segundo candidato à Câmara dos Deputados mais votado no Rio Grande do Sul. Ele tem sido uma das vozes mais atuantes na transição, nomeado ministro extraordinário.

O futuro chefe da Casa Civil foi o principal articulador de Bolsonaro junto ao Congresso durante a campanha presidencial e deve ser o encarregado de formar a base aliada do futuro governo. Ele foi citado em deleção premiada da JBS e admitiu ter recebido 100 mil reais da empresa por meio de caixa dois em 2014.

Paulo Guedes (Economia)

Paulo Guedes deverá comandar um superministério da Economia a partir de 2019 (Daniel Ramalho/AFP)
Paulo Guedes deverá comandar um superministério da Economia a partir de 2019 (Daniel Ramalho/AFP)

O economista Paulo Guedes, 68 anos, foi escolhido para comandar o superministério da Economia, que, no governo Bolsonaro, reunirá Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio. Durante a campanha eleitoral, ele foi chamado de”Posto Ipiranga” pelo então presidenciável – uma referência à propaganda do posto de combustíveis em que todas as respostas são encontradas no local. O futuro ministro, mestre e Ph.D pela Universidade de Chicago, é um defensor do liberalismo econômico e da menor participação possível do estado na economia.

Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública)

 Sergio Moro, conhecido pela Operação Lava Jato, comandará Ministério da Justiça e Segurança Pública (Reprodução/TV Globo)

Sergio Moro, conhecido pela Operação Lava Jato, comandará Ministério da Justiça e Segurança Pública (Reprodução/TV Globo)

Juiz federal há 22 anos, Sergio Moro, assumirá o Ministério da Justiça incorporando a atual pasta da Segurança Pública e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que hoje é ligado ao Ministério da Fazenda.. Ele será responsável pela Polícia Federal, pelo Departamento Penitenciário Nacional e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, entre outros. Graduado em direito pela Universidade Estadual de Maringá, é mestre e doutor pela Universidade Federal do Paraná. Moro ganhou notoriedade ao condenar à prisão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá.

Tereza Cristina (Agricultura)

A deputada federal Tereza Cristina, líder da bancada ruralista na Câmara e futura ministra da Agricultura (Adriano Machado/Reuters)

A deputada federal Tereza Cristina, líder da bancada ruralista na Câmara e futura ministra da Agricultura (Adriano Machado/Reuters)

Deputada federal, Tereza Cristina (DEM-MS) foi indicada pela Frente Parlamentar da Agropecuária – FPA para o cargo de ministra da Agricultura. Ela é formada em engenharia agronômica pela Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, e é a atual líder da bancada ruralista no Congresso Nacional. No Mato Grosso do Sul, foi secretária de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo entre 2007 e 2014, nos governos de André Puccinelli (MDB). Também, é a primeira mulher a ser nomeada em um cargo de alto escalão no governo de Bolsonaro.

Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia)

 Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro a ir ao espaço, será ministro de Ciência e Tecnologia (//Divulgação)

Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro a ir ao espaço, será ministro de Ciência e Tecnologia (//Divulgação)

Marcos Pontes (PSL) foi o primeiro astronauta brasileiro e sul-americano a ir ao espaço, foi tenente-coronel da Força Aérea Brasileira (FAB), é suplente do senador Major Olímpio (PSL) e foi escolhido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para comandar a pasta da Ciência e Tecnologia. Graduado em engenharia aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Pontes já foi embaixador das Nações Unidas para o desenvolvimento industrial.

General Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional)

O general Augusto Heleno, oficial da reserva, assumirá o Gabinete de Segurança Institucional (Bruno Rocha /Fotoarena/Folhapress)
O general Augusto Heleno, oficial da reserva, assumirá o Gabinete de Segurança Institucional (Bruno Rocha /Fotoarena/Folhapress)

Augusto Heleno Ribeiro Pereira (PRB), oficial da reserva de 71 anos, mesmo cotado para ser ministro da Defesa, assumirá o Gabinete de Segurança Institucional (CGI) pela proximidade ao presidente eleito. Heleno foi comandante militar da Amazônia, chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia e é um dos nomes de confiança da equipe de Bolsonaro. As principais funções do futuro ministro do CGI serão zelar pela segurança pessoal do presidente da República e pelo setor de inteligência, além de prevenir crises governamentais.

General Fernando Azevedo e Silva (Defesa)

O general da reserva Fernando Azevedo e Silva, assessor do ministro Dias Toffoli, presidente do STF (Mauro Pimentel/Folhapress)
O general da reserva Fernando Azevedo e Silva, assessor do ministro Dias Toffoli, presidente do STF (Mauro Pimentel/Folhapress)

Fernando Azevedo e Silva foi chefe do Estado-Maior do Exército e comandará o Ministério da Defesa. Desde setembro, Silva ocupa o cargo de assessor especial do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O general da reserva tem um extenso currículo dentro das Forças Armadas, incluindo o cargo de comandante militar do Leste e a liderança de tropas em missão no Haiti. Também foi chefe da Autoridade Pública Olímpica dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, indicado pela então presidente Dilma Rousseff (PT).  É formado pela Academia Militar das Agulhas Negras em 1976, um ano antes do presidente eleito Jair Bolsonaro.

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