ARTIGO
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O FEITIÇO CONTRA O FEITICEIRO
Por Márcio Maia
Durante os seus 28 anos de trabalho como deputado federal, o presidente da República eleito, Jair Bolsonaro (PSL), sempre votou favoravelmente aos aumentos dos servidores públicos a partir dos reajustes concedidos aos ministros do Superior Tribunal Federal.
Durante a campanha eleitoral, o então candidato apresentou várias propostas, entre elas a de que iria acabar com os privilégios dos servidores públicos federais, evitando dar aumentos para os que já ganhavam muito dinheiro, segundo sua própria avaliação.
Ontem, o Senado Federal aprovou um reajuste de 16,38% nos proventos dos ministros do STF, que passarão a ganhar mais de R$ 39 mil mensais. O pior de tudo é que o reajuste vai ocasionar o chamado “efeito cascata”, o que deverá provocar um aumento de mais de R$ 4 bilhões nas despesas do Governo Federal. Os desembargadores, juízes, promotores públicos e demais servidores do Poder Judiciário Federal e Estadual também terão direito ao reajuste.
Além do mais, o aumento vai permitir reajuste nos salários dos senadores e deputados federais, deputados estaduais e vereadores. Também vão entrar na mesma onda, os governadores e prefeitos.
Ao tomar conhecimento da decisão dos Senadores, Jair Bolsonaro reclamou bastante, adiantando que as despesas vão atrapalhar ainda mais o controle do orçamento, mas não se lembrou de que ele sempre votou a favor do aumento desses privilégios, inclusive dos aumentos da chamada “Pauta Bomba”, implantada pelo ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (MDB), durante o mandato da então presidente Dilma Rousseff (PT).
É o feitiço contra o feiticeiro.
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