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#MovimentoPernambucoQuerMudar

1. Raízes históricas não se apagam, um povo não pode se despedir de sua história.
Os laços políticos e a amizade da família Lyra e a Campos Arraes vem de muito longe. Em 1959, foi criada a Frente Popular, que elegeu Arraes prefeito do Recife e João Lyra Filho prefeito de Caruaru. Frente que tinha como norte os interesses do povo de Pernambuco.
João Lyra Neto foi vice-governador nos dois mandatos de Eduardo Campos, tendo o sucedido quando Eduardo se candidatou a presidente.
Fernando Lyra, esse construtor de democracia, de saudosa memória, foi um conselheiro constante de Eduardo Campos.
Lembro que, ainda adolescentes, eu e Eduardo, distribuímos propaganda de Fernando Lyra, à época candidato a Deputado Federal, na redemocratização.
Tive o chamamento e não fugi a ele de registrar esses laços em vídeo para a campanha de Raquel Lyra para prefeita de Caruaru, mesmo sabendo que sofreria incompreensões e retaliações na eleição de Olinda, mesmo descabidas, do PMDB, liderado por um conhecido adversário político de Arraes, que caiu nas graças da situação.
Um verdadeiro Campos Arraes não foge da luta política e dos compromissos históricos por mais árduos que se apresentem e das momentâneas incompreensões, e mais uma vez Pernambuco nos chama a fazer história.
No próximo dia 6 de março, a revolução de 1817 aniversaria, e os seus ideais continuam vivos e precisam ser ainda implementados. Peço permissão para homenagear, nessa ocasião, todas as mulheres pernambucanas nas figuras de Barbara Alencar, heroína de 1817, e a ex-Deputada Federal e atual Ministra do TCU Ana Arraes.
Ana Arraes foi uma Deputada Federal muito atuante em seu mandato e na atenção as suas bases. Filha de Arraes, minha mãe e mãe de Eduardo Campos, sendo o símbolo maior vivo de uma família que há muito luta pelos interesses dos mais pobres e pela soberania do nosso país, tendo a honra de correr em nossas veias o sangue de Barbara Alencar, embora não venha sendo consultada por quem muito se beneficiou de uma história construída com muito trabalho e sonhos que nunca morrem.

2. Pernambuco quer mudar. O Governo Paulo Câmara não é de continuidade política e de gestão de Eduardo Campos. Câmara descuidou do Pacto Pela Vida, quando acordou ele já tinha saído do controle e Pernambuco mergulhou numa grave crise de segurança sem precedentes. O agreste está abandonado. Caruaru é vítima deste descaso, sendo uma das cidades que, em 2017, foi campeã em homicídios. Pernambuco tem taxa de desemprego recorde, chegando a 17,9%. O Estado está estagnado, com mais de 1.500 obras inacabadas, segundo dados do TCE. O estado vive uma situação de crise fiscal, tendo o pior desempenho fiscal entre os estados nordestinos no ano passado, tendo sua nota rebaixada, perdendo o direito de aval da União para novos empréstimos. Quem discorda ou não reza na cartilha da situação é tratado como inimigo, nem mesmo como adversário político.
Como considerar o atual governo estadual a continuidade da obra social de Arraes e desenvolvimentista social de Eduardo? Não será a benção de herdeiros ungidos pelos beneficiários que conseguirão vencer os fatos e apagar a história.

3. O Brasil necessita de um Estado Social e não um Estado policial e militar.
O Governo Federal interviu no Rio de Janeiro e lançou um pacote de segurança que possui aspectos importantes. Contudo, o verdadeiro estado que o Brasil reclama é o Estado Social, com mais investimentos na área social, em programas de educação e emprego para nossos jovens, em geração de renda.
O Brasil é marcado por uma profunda desigualdade social. A luta de Joaquim Nabuco pela abolição da escravatura, foi a luta de Arraes pelos direitos no campo e nos projetos de inclusão social. Arraes fez de Pernambuco um dos maiores laboratórios de programas sociais do Brasil. Muitos beberam na sua água imorredoura.
Precisamos de um pacote e um conjunto de medidas de proteção social de nossos jovens, dos nossos idosos, dos brasileiros, que certamente contribuirá de forma decisiva na diminuição da violência, por mais respeitáveis e necessárias que sejam as atuações policiais e militares.
Se vencemos 50 anos de inflação com o Plano Real, precisamos um plano social urgente e de geração de empregos, fortalecendo e aperfeiçoando alguns já existentes, criando novos.
Por mais que alguns critiquem, o Bolsa Família foi e é um plano de distribuição de renda que salvou muitas vidas, a um custo de 0,5% do PIB.
Temos 52 milhões de brasileiros na linha de pobreza, com renda familiar de cerca de R$ 400,00, sendo 13 milhões em extrema pobreza, com renda de R$ 85,00 mensais, cerca de R$ 3,00 ao dia. São essas desigualdades que precisamos enfrentar, e não fazer o velho jogo das elites e do cartel dos grandes bancos que dão as cartas do jogo.
Todos que enfrentaram essa luta muito sofreram, mas certamente ficaram em paz com as suas consciências e escreveram seus nomes na história.

4. A educação é o projeto de desenvolvimento social que pode transformar a nossa realidade e redefinir a sociedade brasileira para os desafios do século XXI.
A revolução da educação e o seu poder transformador é o projeto nacional que precisa ser implantado no Brasil. Aliar a esse projeto a inovação e as tecnologias que sirvam a população.
Arraes criou o MCP com outros valorosos companheiros. O método Paulo Freire é referência mundial e mostra a nossa capacidade de pensar e que é possível fazer diferente, sem necessariamente fazer cópias estrangeiras.
O grande legado de Eduardo Campos foi na educação. Pernambuco ter o melhor IDEB, no ensino médio no Brasil, o Programa Ganhe o Mundo, são orgulhos para os pernambucanos e para o Brasil.
A educação tem que ser um compromisso nuclear para qualquer frente política que queira transformar e melhorar a realidade de seus conterrâneos. Esse é um dos compromissos que venho pedir.
É de se registrar, também, importantes iniciativas do Ministro Mendonça Filho em sua gestão e a sua preocupação em trazer recursos para Pernambuco.
Um projeto de desenvolvimento social baseado na educação deve ser a base de uma renovada agenda para Pernambuco e o Brasil para termos o país que sonhamos.

5. O agreste em sua criatividade mostra como se vence a crise. Caruaru, capital do forró e terra do Mestre Vitalino. Da feira, que é patrimônio cultural brasileiro. Terra de escritores como Álvaro Lins, José Condé, Austregésilo de Athayde, Nelson Barbalho, Limeira Tejo, Celso Rodrigues, entre outros. Caruaru através do Polo da Sulanca, dá um exemplo de arranjo produtivo, mostrando o empreendedorismo, marca nacional, quando o brasileiro inventa para sobreviver o seu próprio emprego.
Arraes teve um importante papel na consolidação desse polo ao não deixar o Estado intervir, deixando que esse polo crescesse, tornando-se hoje uma referência nacional. O pensador Mangabeira Unger não se cansa de citar esse caso de sucesso da economia brasileira.

6. Água para todos.
A questão da água no Agreste é algo crucial, como também a causa da água é uma questão global. Em 2050, a demanda de água no mundo superará a oferta em mais de 40%.
Estava aqui em Caruaru, na inauguração da Barragem do Prata, obra do governo Arraes, um sertanejo que conheceu desde cedo o drama da escassez da água.
No próximo dia 22 de março, celebra-se o Dia Mundial da Água e estarei levando ao 8º Fórum Mundial da Água, que começa no próximo dia 18 de março, em Brasília, juntamente com entidades vinculadas a causa da água, proposta à Unesco de tornar o Rio São Francisco Patrimônio Natural da Humanidade, tendo já outros 7 biomas e ecossistemas brasileiros esse reconhecimento. O Velho Chico, que atravessa o Nordeste, marcado por 64% de semiárido, é um patrimônio dos nordestinos inalienável.

7. Não há saída fora da Constituição e da democracia.
O brasileiro vive um momento de grande descrença na política e até mesmo na democracia, mas não há saída fora dela. Para crise de democracia mais democracia. Que 2018 seja uma grande festa da democracia, livre e soberana, em que os brasileiros saibam escolher bem o seu destino e haja um reencontro entre o Brasil oficial e o Brasil real.
Esse ano celebramos 30 anos da Constituição Cidadã e que ela seja uma bússola perene para vencermos a crise e que cumpramos o compromisso de respeitá-la.

8. Diálogos, divergências e convergências. Colocar Pernambuco acima dos partidos e dos interesses pessoais.

#MovimentoPernambucoQuerMudar.
Pernambuco quer mudar e quer voltar a liderar o Nordeste. As forças políticas das oposições, se souberem colocar a causa de Pernambuco acima das divergências e traçar uma agenda que coloque o interesse do povo e da nossa soberania acima de interesses menores, certamente poderão liderar um movimento para mudar Pernambuco, que está vivendo em câmara lenta e tem pressa em mudar, com mais emprego, mais saúde, mais educação e segurança para os pernambucanos.
Coloco-me como um soldado nessa luta, tendo a dimensão da história e da importância do momento político que vivemos.
Poderemos dar uma nova largada e trilhar o caminho que devolverá a esperança aos nossos irmãos pernambucanos.

PERNAMBUCO QUER MUDAR. PERNAMBUCO PODE MUITO MAIS. PERNAMBUCO VAI VOLTAR A LIDERAR O NORDESTE E TER ESPERANÇA!

Caruaru, março de 2018.

Antônio Campos
Advogado, escritor

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