Em 2021 o campeão foi o Clube Náutico Capibaribe

Por Claudemir Gomes (*)

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No próximo final de semana teremos uma agenda cheia no futebol da aldeia, com o início das disputas das edições de 2022 do Campeonato Pernambucano e da Copa do Nordeste. É tudo junto e misturado, com vários clubes participando das duas competições, fato que ressalta a bagunça que é o calendário do futebol nacional.

Plagiando Maquiavel podemos dizer que, um futebol cujas instituições, em boa parte estão corrompidas, não tem futuro. Só tem passado. O atual cenário do futebol pentacampeão do mundo é a resultante do que foi plantado por um pelotão de gestores que estavam mais preocupados em encherem suas burras de dinheiro, do que com o futuro dos clubes.

A última convocação da Seleção Brasileira, feita pelo técnico Tite, contemplou apenas três jogadores que atuam em clubes nacionais. Isto é apenas um dos danos colaterais provocados por ultrapassados cartolas, que bem poderiam ser chamados de urubus.

O efeito mais nocivo do não entendimento da nacionalização do futebol, e da internacionalização, que veio logo a seguir, foi a diluição e desvalorização dos estaduais e regionais. O ex-presidente da FPF, Carlos Alberto Oliveira, que gostava de ressaltar a sabedoria popular, costumava dizer que: “Um pano quando se esgarça não tem mais conserto”. Pronto! Os estaduais se esgarçaram. Servem apenas para as nocivas torcidas organizadas alimentarem rivalidades com uma violência que aterroriza a população.

Sem sofrimento! Alerta o rubro-negro, Humberto Araújo, que acompanha com bom humor o epílogo de uma disputa que teve edições inesquecíveis quando lhes ofereciam tempo e bons times recheados de jogadores de qualidades.

Acho patético alguns radialistas já aposentados, quando têm a oportunidade de tirar o pijama e participar de algum programa para o qual são convidados, começam a traçar um paralelo do passado com o presente citando até a época do festejado Torneio Início. “Velhos tempos, belos dias”, como diria o poeta. Nada mais que isso.

O desafio do futebol brasileiro, principalmente o da região, é entrar em sintonia com a nova ordem. É disto que o futebol necessita com grande urgência.

O trabalho de base realizado pelos grandes clubes recifenses é uma lástima. Aliás, a base sempre foi tratada como um subproduto. Evidentemente surgirão aqueles que irão discordar de tal afirmativa, mas esta é a verdade patente.

PERNAMBUCANO 2022

A presença do Íbis, nesta edição do Pernambucano que se inicia sábado, e que foi ressaltada pela mídia como um grande acontecimento, é um mergulho no passado que nada agrega para uma retomada de crescimento do futebol estadual. Até porque o Pássaro Preto sempre foi sinônimo de fracasso, ao ponto de receber a alcunha de “Pior time do mundo”. Um rótulo que serviu para desenvolver uma campanha de marketing e vender camisas. Nada mais.

A maioria dos clubes brasileiros tem foco direcionado para as competições nacionais. Os estaduais deixaram de ser prioridades. Não servem mais como parâmetros. Nem mesmo aqueles que, tradicionalmente, eram tidos como os mais importantes. Os grandes clubes poupam os melhores jogadores para as disputas do Brasileiro, Copa do Brasil e as competições continentais.

“É a nossa realidade”, volta a alertar o sábio Humberto Araújo.

Pois é! A força dos nossos clubes, no momento, só permite levantar o “caneco” do Estadual. Sendo assim, vamos a ele.

COPA DO NORDESTE

A Copa do Nordeste é um regional para o qual não existe espaço no calendário nacional. Eis o porquê da invasão nas datas dos estaduais. Tal fato contraria uma lei da física que diz: “Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo”.

(*) Claudemir Gomes é jornalista esportivo

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