Fabricação inclui recebimento de ovos, controle de qualidade, coleta do líquido dos ovos com o vírus e envase em frascos

Governo estima produção de 40 milhões de doses no segundo semestre deste ano
(Divulgação Instituto Butantan)

Por: Fabíola Perez, do R7

Postado por Marcos Lima Mochila

.

O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (28) que começará a fabricação de 1 milhão de doses da ButanVac mesmo sem autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar os testes do imunizante em humanos.

De acordo com o governo, poderão ser produzidas, pelo menos 40 milhões de doses no segundo semestre deste ano.

Segundo o Instituto Butantan, existem 1 milhão de doses em processamento na fábrica e até a primeira quinzena de junho estão previstas 18 milhões de doses. Na primeira fase, que se iniciou nesta quarta-feira (28) e vai até o dia 18 de maio serão produzidas 6 milhões de imunizantes em seis lotes de vacinas. Em produção, existem hoje, segundo o instituto, 520 mil ovos. A previsão é de se obter duas doses por ovo.

Para a segunda fase, que será entre os dias 14 de maio e 1º de junho, está prevista a produção de mais seis lotes. Por fim, na terceira fase, que ocorrerá entre 28 de maio e 15 de junho, mais seis lotes de vacinas serão produzidas, totalizando as 18 milhões da vacina.

As etapas para a produção são semelhantes à da vacina da gripe. O primeiro passo para a produção é o recebimento e descarregamento dos ovos, submetidos ao controle da qualidade. A inoculação do vírus e a incubação são processos nos quais o vírus é colocado dentro dos ovos e se espera a sua multiplicação, permitindo, assim, que sejam feitos mais estudos. Nesse processo, os ovos ficam em áreas de transferências, acondicionados em incubadoras onde ficam por até três dias para que a multiplicação viral possa acontecer.

Em seguida, os ovos são encaminhados para o resfriamento. Nesta fase, colhe-se o líquido do ovo onde está concentrado o vírus replicado. Depois, há ainda as etapas de clarificação, purificação e filtração, além do envase nos frascos.

O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou ainda que o instituto recebeu na segunda-feira (26) uma certificação da OMS (Organização Mundial da Saúde) para a fábrica que produz a vacina da Influenza, que será utilizada para a produção da ButanVac. “Essa vacina nasce em uma fábrica previamente qualificada pela OMS, o que nos dará uma vantagem no ponto de partida”, disse. A produção de uma vacina ButanVac custa cerca de US$ 3 (quase R$ 17), praticamente um terço das duas doses (também uma vacina) da CoronaVac. Feito em parceria com o laboratório chinês Sinovac, o imunizante custa US$ 10,30 (quase R$ 57) aos cofres públicos.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fechar