Cepe Editora anuncia lançamentos no segmento para este ano e exibe alternativas do seu catálogo para entreter as crianças

A pandemia da Covid-19 cancelou aulas, atividades esportivas e enclausurou crianças em casa. Resultado: televisão, videogame e celular o dia inteiro. Para os pais, aquele dilema: como oferecer outra opção nesse momento. Ainda mais para quem precisa não somente estar em casa, como também trabalhar em esquema de home office, o que requer um pouco de tranquilidade dentro dos metros quadrados disponíveis. A literatura pode ser uma ótima alternativa para afastar os pequenos dos eletrônicos e, de quebra, introduzi-las no mundo dos livros. São narrativas que abordam temáticas sociais, psicológicas e contemporâneas, ora em linguagem lúdica, ora realista, a depender da idade, dando grande importância às ilustrações.

“Para as crianças, limitadas ao ambiente de casa nesse contexto e, muitas vezes, presas às telas, livros e histórias nunca foram tão importantes quanto agora. A Cepe Editora tem investido ao longo dos anos em um catálogo de narrativas para vários públicos. Neste ano, além do já lançado A menina que engoliu o céu estrelado (Gael Rodrigues) – vencedor do Prêmio Cepe Nacional de Literatura Infantojuvenil -,

para crianças com mais grau de leitura, temos outros lançamentos previstos, como outros vencedores do prêmio: A biblioteca de Bia, de Viviane Ferreira Santiago; e Contos com gigantes, de Carolina Becker Kop”, revela o editor da Cepe, Diogo Guedes.

Uma crítica social à vida nas grandes cidades é feita pelo escritor Gael Rodrigues no livro A menina que engoliu o céu estrelado (R$ 45 – livro impresso; R$ 13,50 – e-book), lançado mês passado pela Cepe. O autor traz as aventuras oníricas de Jurema e do bode Damião em uma viagem rumo à capital. No caminho, a dupla encontra muitos perigos e gente esquisita, como as irmãs-peixe ou o homenzinho que regava o jardim de flores de pano. Ao chegarem, encontram um mundo cão, de trambiques, mentiras e exploração ao trabalhador. As ilustrações são de Renato Alarcão, o mesmo que assina os desenhos da obra A coisa brutamontes (R$ 40 – livro impresso; R$ 10 – e-book), da jornalista Renata Penzani. A autora fala de um tema difícil com as crianças: a morte, comparada a um rinoceronte no meio da sala:

Ele estava ali – impossível que não o vissem! Um rinoceronte enorme, desconjuntado, peixe fora d’água. Mesmo eu, que só tenho 11 anos, sei reconhecer alguma coisa fora do lugar. Estava ali para quem quisesse ver, bem no meio da sala, interrompendo o vaivém das pessoas, que agiam como se nada incômodo ocupasse aquele lugar com cheiro de flor; não queriam esticar a vista para nada além do que já conheciam. Não sabiam mexer nas coisas inexplicáveis, e ainda assim olhavam para elas de cima, com seus olhares adultos, distribuindo respostas onde não cabiam nem as perguntas. E então o rinoceronte: descabido, inesperado, sem sentido. Tanto as pessoas o ignoravam que o absurdo da história que eu vou contar quase que nem tem a ver com ele.

O primeiro livro infantil do poeta Miró da Muribeca, Atchim! (R$ 20 – livro impresso; R$ 6 – e-book), é um longo poema sobre as perguntas que as crianças costumam fazer sobre a vida e sobre Deus. “As perguntas parecem banais, mas são filosóficas”, diz Miró, que agradece ao ex-editor da Cepe, Wellington de Melo, pela sensibilidade de ter descoberto esse texto seu. “Ele descobriu esse meu lado infantil. Esse livro sou eu. É a história de um filho que nunca viu o pai; é a biografia da minha vida, da minha existência como negro da periferia”, resume. As ilustrações são do artista, cartunista e chargista mineiro Cau Gomez.

Inspirado em uma história real de um menino que foi morar nas ruas do Recife aos 9 anos para fugir da violência doméstica, Anjo de Rua (R$ 20), de Manoel Constantino, apresenta Careca, 14 anos, em primeira pessoa. Amparado pelas ilustrações realistas do artista holandês radicado em Olinda Roberto Ploeg, a obra exibe o problema das crianças em situação de rua, passando fome e outras necessidades, nas mãos dos ‘justiceiros’ – que consideram que bandido bom é bandido morto – Sem meias palavras, mesmo sendo voltada para o público juvenil, a obra foi indicada ao Prêmio Jabuti (2012).

A literatura pode ser também uma forma mais fácil de aprender conteúdos escolares em outro contexto. No livro Os filhos do deserto combatem a solidão (R$ 35 livro impresso; R$ 7,50 – e-book), o menino africano Kandimba relata a época da escravidão no Brasil. Ele é trazido à força ao país após homens brancos invadirem seu povoado e o levarem prisioneiro para ser vendido aqui como escravo. Sua sorte muda ao parar nas mãos da mestiça Joana, que não apenas o protege mas também o insere no universo mágico da leitura. Esses e outros títulos do segmento infantojuvenil podem ser adquiridos na loja virtual da Cepe: https://www.cepe.com.br/lojacepe/.

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