Edição comemorativa aos 75 anos da Rainha da Ciranda será lançada nesta sexta-feira, 11, no Recife Antigo

LIA CAPAPor Henrique Lima 

Postado por Marcos Lima

 

Patrimônio Vivo da Cultura Pernambucana, Rainha da Ciranda, Diva da Música Negra e a maior cirandeira do Brasil. Esses títulos atribuídos a Maria Madalena Correa do Nascimento, ou apenas Lia de Itamaracá, as pessoas já conhecem. No entanto, na trajetória de 75 anos da artista, há histórias e momentos que até agora estavam guardados.

Eles falam da vida como merendeira numa escola estadual da Ilha de Itamaracá, o casamento com o músico Toinho, a difícil relação com o poder público, o encontro com o produtor e empresário Beto Hees e a luta para manter de pé um trabalho voltado para a cultura popular.

Em depoimentos da própria Lia e numa narrativa aprofundada, esses momentos estão presentes no livro “Lia de Itamaracá: 75 anos cirandando com resistência, sorrisos e simplicidade”, que será lançado no próximo dia 11, sexta-feira, a partir das 17h30, no Espaço Sinspire, no Recife Antigo.

LIA E LUCIANAO livro teve a curadoria de Maria Luciana Nunes, criadora do Sinspire Hub, com apoio da Fiat Chrysler Automobiles – FCA/Jeep, que se propôs a incentivar o material comemorativo.

Luciana pontua que o material é resultado de encontros. “O coletivo é capaz de realizar muitas coisas. Esse trabalho é resultado do encontro de diversas pessoas e da Jeep, que se disponibilizaram para homenagear um ícone da nossa cultura. Lia merece todas as homenagens”, diz.  “Faz parte do DNA do grupo relacionar-se abertamente e se envolver diretamente com as comunidades que abrigam suas plantas industriais. Deparamo-nos com uma cultura cheia de vida, de valores e significados, que toma forma na figura de artistas de grande talento e raízes profundas na geografia e na história de Pernambuco, criadores de uma produção cultural de enorme valor e originalidade. Lia de Itamaracá certamente ocupa uma posição de destaque no alto dessa lista”, destaca Fernão Silveira, Diretor de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade da FCA para a América Latina.

A obra reúne textos que foram extraídos do livro-reportagem “O mito, a mulher, a ciranda”, do jornalista pernambucano Marcelo Henrique Andrade. O trabalho é o produto final do Mestrado em Jornalismo pela Universidade Federal da Paraíba, concluído em 2018. O autor, que também é da Ilha de Itamaracá, pesquisou o universo de Lia durante 30 meses, gravou horas de entrevista com a cirandeira, músicos, produtores, pesquisadores, políticos e artistas, além de ter conversado com amigos e familiares dela. “Adentramos num universo pouco explorado. As pessoas sabem quem é a artista Lia, a cantora que está no palco ou fazendo ciranda. Poucos sabem quem é a mulher, a resistente e a história de vida que ela carrega”, conta Marcelo.

As 80 páginas do trabalho trazem imagens históricas e também atuais. As mais recentes são assinadas por doze fotógrafos: Alfeu LIATavares, Ana Araujo, André Coelho, Gaby Cerqueira, Hannah Carvalho, Henrique Lima, José de Holanda, Emiliano Dantas, Pedro Rampazzo, Roberto Cuíca, Rogério Reis e Ytallo Barreto. Todos os profissionais doaram os ensaios que fizeram com Lia.

Na sexta-feira, a curadoria da obra, o autor e os fotógrafos, além da grande homenageada, estarão reunidos para o lançamento da obra e de uma exposição do fotógrafo Alfeu Tavares. A mostra ficará aberta ao público até março e vai expor objetos pessoais da cirandeira: vestidos usados nos shows, fotografias da família, objetos carregados de afeto e a boneca gigante do carnaval. Durante a exposição, o espaço também exibirá sessões de cinema no Cine Lia, com curtas que contam a história da Negra Cirandeira. As exibições serão entre às 10h30 e 11h da manhã e das 16h às 18h até o fim da exposição.

No dia do lançamento do livro, também haverá ciranda com Lia de Itamaracá e um tributo com Daúde, Mestre Galo Preto, Mestra Joana Cavalcante, Karynna Spinelli, Romero Ferro, Nego Henrique, Claudionor e Nonô Germano, André Rio, Nádia Maia, Ed Carlos, Roger e a Rural, entre outros.

O acesso à exposição e aos shows terá uma entrada simbólica de R$ 15 e todo o dinheiro arrecadado com a bilheteria e com a venda do livro será revertido para as ações sociais e culturais do Centro Cultural Estrela de Lia.

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