A sanção da Lei, realizada no Palácio do Campo das Princesas, nesta quarta-feira, valoriza e reconhece a importância da manifestação cultural

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A Capoeira, tradicional costume pernambucano que mistura dança, música e luta, praticada há séculos inicialmente pelos escravos negros nas senzalas dos engenhos de cana-de-açúcar, é, agora, Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Pernambuco.

CAPOEIRA 3A lei que reconheceu a importância cultural da Capoeira foi sancionada pelo governador Paulo Câmara (PSB), fortalecendo os laços da cultura e da educação e perpetuando a importância da manifestação cultural na vida dos pernambucanos. O Projeto de Lei nº 1709, de 7 de dezembro de 2017, foi de autoria do deputado estadual Zé Maurício (PP). O texto da lei foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE).

Paulo Câmara disse é muito relevante resguardar e preservar a cultura e os costumes dos pernambucanos. “Fiz questão de sancionar essa lei pela importância do tema e por termos mais um patrimônio consolidado aqui em Pernambuco. Agora, vamos poder levar a capoeira para mais longe. Sabemos da importância da educação e da formação dos nossos jovens. A formação envolve atividades esportivas e culturais, e a capoeira representa isso. Vamos levar essa manifestação cultural para as nossas escolas e dar condições de nossos jovens conhecerem, se aprofundarem e se interessarem para que ela faça parte da vida deles. Queremos desenvolver atividades que tragam o bem e a capoeira faz exatamente isso”.

CAPOEIRA
O deputado Zé Maurício explicou que ao apresentar a proposta, levou em consideração, primeiramente, a importância cultural da Capoeira no Estado. “Sabemos que a Capoeira tem uma forte incidência sobre a população pernambucana. Antigamente, a Capoeira era marginalizada. Hoje, ela é reconhecida como um esporte tanto cultural como também musical. Em decorrência de todo esse processo, começamos a estudar para tornar a capoeira um bem imaterial cultural de Pernambuco. Em 2008, ela foi reconhecida pelo IPHAN. Em 2014, pela Unesco e, agora, com essa lei, ela será um bem imaterial de Pernambuco”.

O contramestre de capoeira e pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Henrique Kohl, mais conhecido como Tchê, afirmou que a valorização da Capoeira é uma demanda heterogênea acumulada historicamente e que chega para reconhecer a dimensão identitária do bem cultural no Estado de Pernambuco. “Essa lei vem para valorizar uma capoeira que chega a inúmeras esferas sociais, uma capoeira que estabelece relações horizontais, que tem dimensões educativa, inclusiva e cidadã muito fortes”.

O pesquisador presenteou o governador com um exemplar do livro “Educação e Capoeira”, de sua CAPOEIRA 1autoria.

Também presente à solenidade de assinatura do decreto, o Mestre Coca-cola, em nome dos mestres, contramestres e professores participantes, agradeceu ao governador Paulo Câmara e frisou que a capoeira, a cada ano que passa, vem sendo mais reconhecida. “Sentimo-nos honrados por estarmos vivendo esse momento. A cada ato como esse de que participo, me vejo saindo um pouco da senzala. A capoeira ainda está muito deslocada devido às consequências da sociedade, porém, cada dia mais, vamos saindo dessa realidade”.
Também participaram da solenidade, o deputado estadual Nilton Mota, o ex-deputado e ex-prefeito Severino Cavalcanti; os mestres de capoeira Galvão, Peu, Macarrão e Dendê; os contramestres Melodia e Topeira; e o professor Cajueiro.

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