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1. Não há saída fora da Constituição e da democracia.
O brasileiro vive um momento de grande descrença na política e até mesmo na democracia, mas não há saída fora dela. Esse fenômeno não é só brasileiro. Vivemos a era de líderes fortes, que o diga a Rússia, a China e os Estados Unidos, entre outros. Tivemos agressões a caravanas, ameaças a ministros, o radicalismo cresce nas redes sociais, se não pensa igual ao outro é inimigo, caracterizando tempos de intolerância. Para crise de democracia mais democracia. Que 2018 seja uma grande festa da democracia, livre e soberana, em que os brasileiros saibam escolher bem o seu destino e haja um reencontro entre o Brasil oficial e o Brasil real. A verdadeira política é um exercício de esperança.
Esse ano celebramos 30 anos da Constituição Cidadã e que ela seja uma bússola perene para vencermos a crise e que cumpramos o compromisso de respeitá-la. O compromisso com a democracia e a convivência com o contrário é um princípio básico.
2. Pernambuco quer mudar. O Governo Paulo Câmara não é de continuidade política e de gestão de Eduardo Campos.
Paulo Câmara descuidou do Pacto Pela Vida e quando acordou ele já tinha saído do controle e Pernambuco mergulhou numa grave crise de segurança sem precedentes. Pernambuco tem taxa de desemprego recorde, chegando a 17,9%, sendo o segundo do país. O Estado está estagnado, com mais de 1.500 obras inacabadas, segundo dados do TCE. O Estado vive uma situação de crise fiscal, tendo o pior desempenho fiscal entre os estados nordestinos no ano passado, tendo sua nota rebaixada, perdendo o direito de aval da União para novos empréstimos. Quem discorda ou não reza na cartilha da situação é tratado como inimigo, nem mesmo como adversário político.
Como considerar o atual governo estadual a continuidade da obra social de Arraes e desenvolvimentista social de Eduardo? Não será a benção de herdeiros ungidos pelos beneficiários que conseguirão vencer os fatos e apagar a história.
3. O Brasil necessita de um Estado Social e não um Estado policial e militar.
O Governo Federal interveio no Rio de Janeiro e lançou um pacote de segurança, que possui aspectos importantes, com resultados ainda tímidos. O Brasil não pode se transformar num narco-país. O Brasil já o maior consumidor de crack, o segundo de cocaína e a principal passagem de drogas do mundo. Precisamos fortalecer as nossas fronteiras, o serviço de inteligência e combater isso fortemente. Colocar em prática um plano de segurança nacional.
Contudo, o verdadeiro Estado que o Brasil reclama é o Estado Social, com mais investimentos na área social, em programas de educação e emprego para nossos jovens, em geração de renda.
O Brasil é marcado por uma profunda desigualdade social. A luta de Joaquim Nabuco pela abolição da escravatura, foi a luta de Arraes pelos direitos no campo e nos projetos de inclusão social. Arraes fez de Pernambuco um dos maiores laboratórios de programas sociais do Brasil. Muitos beberam na sua água imorredoura.
Precisamos de um pacote e um conjunto de medidas de proteção social de nossos jovens, dos nossos idosos, dos brasileiros, que certamente contribuirá de forma decisiva na diminuição da violência, por mais respeitáveis e necessárias que sejam as atuações policiais e militares.
Se vencemos 50 anos de inflação com o Plano Real, precisamos um plano social urgente e de geração de empregos, fortalecendo e aperfeiçoando alguns já existentes, criando novos.
Por mais que alguns critiquem, o Bolsa Família foi e é um plano de distribuição de renda que salvou muitas vidas, a um custo de 0,5% do PIB.
Temos 52 milhões de brasileiros na linha de pobreza, com renda familiar de cerca de R$ 400,00, sendo 13 milhões em extrema pobreza, com renda de R$ 85,00 mensais, cerca de R$ 3,00 ao dia.
São essas desigualdades que precisamos enfrentar e não fazer o velho jogo das elites e do cartel dos grandes bancos que dão as cartas do jogo.
Todos que enfrentaram essa luta muito sofreram, mas certamente ficaram em paz com as suas consciências e escreveram seus nomes na história.
4. A educação é o projeto de desenvolvimento social que pode transformar a nossa realidade e redefinir a sociedade brasileira para os desafios do século XXI.
A revolução da educação e o seu poder transformador é o projeto nacional que precisa ser implantado no Brasil. Aliar a esse projeto inovação e tecnologias que sirvam a população.
Arraes criou o MCP com outros valorosos companheiros. O método Paulo Freire é referência mundial e mostra a nossa capacidade de pensar e que é possível fazer diferente, sem necessariamente fazer cópias estrangeiras.
O grande legado de Eduardo Campos foi na educação. Pernambuco ter o melhor IDEB, no ensino médio no Brasil, o Programa Ganhe o Mundo, são orgulhos para os pernambucanos e para o Brasil.
A educação tem que ser um compromisso nuclear para qualquer frente política que queira transformar e melhorar a realidade de seus conterrâneos. Esse é um dos compromissos que venho pedir.
É de se registrar, também, importantes iniciativas do Ministro Mendonça Filho em sua gestão e a sua preocupação em trazer recursos para Pernambuco.
Um projeto de desenvolvimento social baseado na educação deve ser a base de uma renovada agenda para Pernambuco e o Brasil para termos o país que sonhamos.

5. Água para todos. O Sertão está em calamidade pública.
A questão da água em Pernambuco é crucial. A causa da água é uma questão global. Em 2050, a demanda de água no mundo superará a oferta em mais de 40%.
No último dia 22 de março, celebrou-se o Dia Mundial da Água e levei ao 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, juntamente com entidades vinculadas a causa da água, proposta à Unesco de tornar o Rio São Francisco Patrimônio Natural da Humanidade, tendo já outros 7 biomas e ecossistemas brasileiros esse reconhecimento. O Velho Chico, que atravessa o Nordeste, marcado por 64% de semiárido, é um patrimônio dos nordestinos inalienável.
Tenho defendido também um Consórcio Intermunicipal Público para Revitalização da Bacia do Rio Capibaribe e a retomada da Hidrovia do Rio Capibaribe, no Recife, que poderá beneficiar 400 mil pessoas na sua mobilidade.
Recentemente, o Governo do Estado lançou um decreto com 52 municípios do Sertão em calamidade pública em razão da seca. O Sertão está em calamidade pública. Tal desafio é superável. Um exemplo é o trabalho feito por Israel.
6. Um novo municipalismo
Nos próximos dias 05 e 06 de abril, teremos o 5º Congresso Pernambucano de Municípios realizado pela Amupe, tendo como tema o desenvolvimento sustentável.
Precisamos criar, na prática, um novo municipalismo, baseado em um novo modelo de gestão mais eficiente e transparente e uma plataforma inovadora de educação nos municípios.
Defenderei, no evento, a criação do Consórcio de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio Capibaribe.
7. Diálogos, divergências e convergências. Colocar Pernambuco acima dos partidos e dos interesses pessoais. #MovimentoPernambucoQuerMais.
Pernambuco quer mudar e quer voltar a liderar o Nordeste. As forças políticas das oposições, se souberem colocar a causa de Pernambuco acima das divergências e traçar um projeto que coloque o interesse do povo e da nossa soberania acima de interesses menores, certamente poderão liderar um movimento para mudar Pernambuco, que quer mais e está vivendo em câmara lenta e tem pressa em mudar, com mais emprego, mais saúde, mais educação e segurança para os pernambucanos.
Coloco-me como um soldado nessa luta, tendo a dimensão da história e da importância do momento político que vivemos.
Estarei lançando o #MovimentoPernambucoQuerMais, no próximo dia 07/04, no ato das oposições. Pernambuco quer mais segurança, quer mais saúde, quer mais emprego. Pernambuco quer mais liderança. Tal movimento vai além dos partidos políticos e vai dialogar com a sociedade civil, intelectuais, sindicatos, sendo uma força viva de diálogos.
Poderemos dar uma nova largada e trilhar o caminho que devolverá a esperança aos nossos irmãos pernambucanos.
Pernambuco quer mudar. Pernambuco quer mais. Pernambuco vai voltar a liderar o Nordeste e ter esperança!

Recife/ Olinda, 29 março de 2018.

Antônio Campos

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