Texto e fotos: Carlos Sinésio

  unnamed(1)A principal refeição da dona de casa Joseane Félix dos Santos, 28 anos, e do marido desempregado Oziel Feitosa, 37 anos, todas às terças-feiras, é a sopa servida no salão anexo à igreja de Nossa Senhora do Carmo, no bairro da Destilaria, no Cabo de Santo Agostinho. Ali, além da sopa com pão, o casal recebe semanalmente um pouco de verduras e outros produtos para, em casa, também fazer comida, matar um pouco a fome, tocar a vida com dificuldade e ter forças para criar o pequeno filho Ozéas, de 10 meses.

A principal refeição da dona de casa Joseane Félix dos Santos, 28 anos, e do marido desempregado Oziel Feitosa, 37 anos, todas às terças-feiras, é a sopa servida no salão anexo à igreja de Nossa Senhora do Carmo, no bairro da Destilaria, no Cabo de Santo Agostinho. Ali, além da sopa com pão, o casal recebe semanalmente um pouco de verduras e outros produtos para, em casa, também fazer comida, matar um pouco a fome, tocar a vida com dificuldade e ter forças para criar o pequeno filho Ozéas, de 10 meses.

O caldeirão de sopa é preparado com verduras, macarrão, ossos e outros ingredientes doados por colaboradores e algumas empresas, que, com a crise, doam cada vez menos produtos. Por isso, quase sempre, os próprios integrantes da Fraternidade precisam comprar o que falta com seus próprios recursos. Tudo para que essa gente tão carente não deixe de ter, pelo menos uma vez na semana, uma refeição decente, que alimente não só o corpo, mas também deem esperança a alma para acreditar que a vida pode melhorar. Geralmente, ninguém que chega entre o meio dia e às 13h30 fica sem se alimentar, podendo, inclusive, repetir o prato até que o caldeirão fique vazio.

Uma das idealizadoras e também responsáveis pelo projeto, dona Edjanete Argentina Pereira Batista conta que a sopa começou a ser distribuída aindaunnamed(2) em 1997 nos engenhos próximos ao centro da cidade. Passou a ser entregue depois na Paróquia de São José Operário, na Vila Social, e finalmente se transferiu para o salão onde está agora. O espaço é cedido pela igreja da comunidade, mas o sonho da Fraternidade Santa Clara & eacute; ter um lugar próprio, onde possa fazer um trabalho mais estruturado e atender melhor aos beneficiados.

“Aqui recebemos pessoas de várias comunidades. São cerca de 150 pessoas, entre crianças e adultos. Os cerca de cem cadastrados ainda recebem o kit sopa, com verduras, macarrão e outros produtos que tiver para preparar alguma refeição em casa. Não discriminamos ninguém, recebemos pessoas de qualquer religião”, conta dona Edjanete, enquanto se reúne com outros voluntários para planejar os próximos caldeirões e kits de sopa. Ela diz que as dificuldades são muitas, e a necessidade de doações é cada vez maior, para a sopa e os kits não deixem de ser distribuídos com quem tanto precisa.

Antes do alimento ser servido, é sempre feita uma rápida oração e são passadas algumas mensagens religiosas. Quando termina a reflexão, alguém determina que todos formem uma fila de forma e tranquila para todos serem servidos sem atropelos. “Além do alimento propriamente dito, tem a palavra de Deus, que é outro alimento importante”, afirma dona Edjanete. Na última terça-feira (07/03), o grupo responsável pela sopa recebeu uma notícia que preocupa: uma empresa que há vários anos fazia importante doação comunicou que vai suspender a contribuição por falta de condições financeiras. “Agora, é correr em busca de novas ajudas para compensar ess a perda”, dizia dona Edjanete.

unnamed(3)Outra integrante da Fraternidade, dona Inêz Sales Lyra conta que agora a Fraternidade faz também um trabalho com a Pastoral da Criança, atendendo os pequenos. “Aqui também atendemos e ajudamos pessoas com doenças graves e crianças com problemas mais sérios, que precisam de cuidados especiais”, revela, enquanto finaliza os preparativos para iniciar a distribuição da sopa que é aprovada por quem a consome.

“A sopa é muito boa e muito importante pra gente. Tudo é limpo e a gente gosta muito”, afirma a dona de casa Severina Maria da Conceição, moradora do centro do Cabo e que há mais de 3 anos vai com a filha Silvana, 23 anos, tomar a sopa e pegar o kit de alimentos para levar pra casa. Quem também dá seu testemunho é dona Marcileide Marques Lins, 47 anos, moradora do bairro de Pirapama e que há 13 anos se beneficia do projeto. “A sopa serve muito, e o kit é uma ajuda grande. Mas também gosto muito das orações”, assegura ela, aguardando que mais um prato de sopa lhe seja servido por mãos de pessoas que procuram fazer o bem a quem menos tem.

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Quem quiser fazer doação ou colaborar com o projeto humanitário, entrar em contato com Edjanete Batista pelos telefones 3518.3603 e 9.9212.3168 ou com Inêz Lyra pelo fone 3521.0801.

 

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