(Renata Bezerra de Melo
Coluna Folha PolíticaFoto: Fábio Rodrigues Pozzebom)

LupiA insatisfação do PSDB com o PMDB, após a votação do processo de impeachment fatiado da presidente Dilma Rousseff, está ancorada em um cálculo de votos da segunda votação, quando a inabilitação da petista foi rejeitada. Do total de 36 votos favoráveis à manutenção dos direitos políticos da petista, 10 foram do PMDB. Isso quer dizer que os peemedebistas se uniram a mais 10 petistas e a demais votos salteados do PDT, PSB, PTB, PR, PSD, PCdoB, PPS e PP. A queixa dos tucanos tem a ver com o fato de eles não terem contribuído com esse placar e, embora petistas assegurem que não houve acordo entre PT e PMDB, a matemática aponta uma comunhão entre representantes das duas siglas. “Eles votaram para desvincular. O PSDB não. Como não teve acordo, se eles votaram juntos?”, indaga o deputado federal Daniel Coelho. O fatiamento repercutiu como uma abertura de precedente para o deputado Eduardo Cunha. Do lado do PT, o senador Humberto Costa, à coluna, considerara: “Isso é a turma do PSDB que quer dizer que foi feito acordo. Eles é que não estão conseguindo cassar o Eduardo Cunha e ficam com essa conversa mole”. Daniel deixa uma interrogação de volta: “E é só o PSDB que tem que cassar Eduardo Cunha é? E o PT não? Só a gente?”. Esse é julgamento que se dará daqui a oito dias. A conferir.

Sem chance
Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi descarta qualquer hipótese de seu partido ingressar na base de Michel Temer. À coluna, assegurou: “Não há nenhuma possibilidade de o PDT conversar com governo Temer. Nenhuma. Vamos para oposição”.

PODE SER > Ainda que a possibilidade de Ciro Gomes vir a ser o candidato à presidência, em 2018 – de uma coalizão, com apoio do PT – tenha sido levantada, Lupi vê isso com cautela. “Isso é um processo natural. A eleição está longe. Já temos Ciro como candidato e isso vai ser colocado no momento certo”.

CENÁRIOS > Lupi não vê hipótese de o caso de Dilma Rousseff abrir precedente para Eduardo Cunha. “É completamente diferente. Ele tem acusações concretas, contas no exterior, 250 mil ações contra ele, a mulher…A Dilma não tem nenhuma”.

PEROBA > Mas ele poderia ser cassado e manter os direitos políticos? “Quem tiver um pouquinho de vergonha na cara cassa esse cara. Só se faltar vergonha”, aposta Carlos Lupi.

SEM BOTAR FÉ > O governador Paulo Câmara terá reunião com Michel Temer e ministros, nos próximos 15 dias, mas admite que as informações são desanimadoras, porque há previsão de que ele não atenda os pleitos dos governadores do Nordeste, relacionados às dívidas dos estados.

TIMING > Entre ministros de Temer, o assunto já é praticamente pacificado. Os governadores, na leitura de alguns auxiliares de Temer, “erraram no processo de negociação”. Diz membro da Esplanada: “Vieram reagir quando já estava concluído. Silenciaram, deixaram acabar para reabrir, tendo como base a interpretação de uma visão do Nordeste”.

DEBATE > Líder do governo no Senado, Aloysio Nunes é o entrevistado do programa Roda Viva, amanhã, na TV Cultura, às 22h. Em pauta: a decisão dos senadores de aprovar o impeachment de Dilma Rousseff, mantendo os seus direitos políticos; o papel do seu partido no governo Michel Temer e a conjuntura política e econômica do País.

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