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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira (27) que candidatos ao pleito presidencial de 2018 não devem temer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como concorrente.

“O Lula não é imbatível. Ele terá um segundo turno dificílimo”, disse Maia durante evento realizado pela revista Veja nesta segunda em São Paulo.

Para ganhar a esquerda, ele vai precisar de um discurso mais radicalizado”, avaliou o deputado federal.

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Já o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que foi presidente do BC (Banco Central) nos dois mandatos do petista, não se vê como membro da equipe econômica em um hipotético terceiro mandato de Lula caso seja convidado. O ex-presidente atualmente lidera as pesquisas de intenção de voto na disputa pelo Planalto em 2018.

“As propostas que estão sendo feitas hoje pelo ex-presidente estão indo muito no sentido contrário daquilo que está sendo feito, tirando o Brasil da crise”, avaliou, referindo-se a falas de Lula contra as reformas apoiadas por Meirelles no governo do presidente Michel Temer (PMDB). “Nesse aspecto, acredito que as margens para um acordo seriam remotas”.

Candidatos em 2018

Apesar da avaliação sobre dificuldades para Lula, Maia rejeitou antecipar o cenário presidencial do ano que vem, afirmando que, até lá, “ainda faltam 1.000 anos”. Ele não descartou, porém, uma candidatura própria do sua legenda, o DEM.

“Primeiro você organiza o partido, vê quais as ideias e depois pensa no nome mais viável. No meu partido, seria o prefeito de Salvador [ACM Neto], mas, até onde eu sei, ele quer ser candidato ao governo da Bahia”, disse.

Maia aproveitou para afastar os boatos de que a sua legenda teria buscado o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), para ser o candidato. “Nós não brigaríamos com o PSDB por isso”, afirmou.

O deputado ainda citou frases que disse ter lido na imprensa que seriam boas metáforas da movimentação do paulistano em 2016. “Ele correu uma maratona como se fosse uma corrida de 100 metros. É claro que faltaria fôlego”, exemplificou.

Sobre outro pré-candidato, Jair Bolsonaro (PSC-RJ), Maia criticou declaração dada horas antes pelo deputado federal. Também no evento promovido pela revista Veja, Bolsonaro questionou se alguém choraria se a Coreia do Norte jogasse uma bomba e atingisse o Congresso brasileiro. Na avaliação de Rodrigo Maia, o deputado deu uma “declaração perigosa”.

Na ocasião, Bolsonaro foi aplaudido ao fazer a declaração. “Temos de tomar cuidado com essas declarações de efeito que geram aplausos”, alertou o presidente da Câmara.

Também apontado como pré-candidato, Henrique Meirelles disse que vai decidir se disputa ou não a Presidência da República apenas no final do primeiro trimestre do ano que vem. Para ele, o momento agora é “de estar 100% com a atenção focada na economia”. “Esse tipo de decisão não é uma decisão pessoal”.

A plateia riu quando Meirelles foi perguntado sobre quem seria seu ministro da Fazenda em um evento governo seu. “Acho que o importante para o país hoje é que, independentemente de nomes, se prossiga a trajetória de reformas”.

Meirelles ainda negou que tenha uma agenda de candidato, ao fazer palestras em faculdades e igrejas evangélicas, por exemplo. “É agenda de ministro da fazenda e vou explicar o porquê. Não podemos ter um ministro que fala só com setor empresarial. Importante que se leve essa mensagem ao conjunto da população”.

Além do ministro e do presidente da Câmara, também participaram do evento desta segunda o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso, o juiz federal Sergio Moro, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), o prefeito João Doria, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), a ex-ministra Marina Silva (Rede-AC), e os apresentadores de televisão Jô Soares e Luciano Huck. Segundo a organização, o ex-presidente Lula foi convidado, mas recusou.

* Com Estadão Conteúdo

Pedido foi enviado ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF)

Blog da folha

215715,930,80,0,0,930,522,0,0,0,0O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) voltou a ser alvo de pedido de investigação por parte do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O procurador solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de novo inquérito para investigar o parlamentar com base na delação da Odebrecht.

No pedido, enviado ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, na última segunda-feira (24), o procurador menciona suspeitas levantadas pelos delatores, que firmaram acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal.

Segundo Janot, os dois delatores afirmaram que, durante a execução das obras do Cais V e do Píer Petroleiro no Porto de Suape, o senador e o então governador “foram beneficiados por propinas paga pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez”.

Por meio de nota, a defesa do senador informou que “desconhece o teor do pedido da PGR” e que “os conteúdos das delações dos ex-executivos são absolutamente inverídicos”.

“A defesa do senador Fernando Bezerra Coelho, representada pelo advogado Andre Luís Callegari, afirma, em primeiro lugar, que não foi comunicada oficialmente sobre abertura de inquérito e desconhece o teor do pedido da PGR. Acrescenta ainda que os conteúdos das delações dos ex-executivos são absolutamente inverídicos. A defesa do senador reforça que todas as doações feitas à campanha dele cumpriram rigorosamente a legislação e todas as contas foram devidamente apresentadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral. O senador sempre trabalhou, única e exclusivamente, pelo desenvolvimento do país e do estado de Pernambuco, e está à disposição para esclarecer quaisquer questões no devido momento processual.”

MARIANA HAUBERT/AGUIRRE TALENTO
DE BRASÍLIA

Após uma sabatina de mais de 10 horas, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou a recondução do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para mais um mandato à frente do Ministério Público. Ele recebeu 26 votos favoráveis e apenas um contrário.

A votação foi secreta, mas todos os 27 titulares da CCJ votaram, o que significa que oito senadores alvos de inquéritos na Lava Jato, conduzidos por Janot, deram sua opinião sobre a recondução dele.

Denunciado por Janot na semana passada, sob a acusação de ter participado do esquema de corrupção da Petrobras, o senador Fernando Collor (PTB-AL) chegou a votar mas, por ser suplente na comissão, não teve sua opinião considerada no resultado final. Seu voto só seria contabilizado caso algum titular do seu bloco parlamentar tivesse faltado à sessão.

A indicação de Janot ainda será votada pelo plenário do Senado, onde ele deverá obter, pelo menos, 41 votos favoráveis dentre os 81 senadores. A votação ainda pode acontecer nesta quarta-feira (26).

Durante a sabatina, Janot defendeu a legalidade da Operação Lava Jato e disse que nunca viu nada tão grande. “A Petrobras foi e é alvo de um mega esquema de corrupção. Um enorme esquema de corrupção que, eu com 31 anos de Ministério Público, jamais vi algo precedente”, disse. “Eu costumo dizer que o petróleo, desde a época do “‘O petróleo é nosso!'”, que esse mega esquema de corrupção chegou a roubar o nosso orgulho. E é por isso que a gente investiga e investiga sério mesmo essa questão da Petrobras”, completou.

O procurador também negou que tenha aceitado fazer parte de um “acordão” entre a PGR (Procuradoria-Geral da Republica), a presidência da República e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para poupar alguns políticos com o intuito de garantir a governabilidade no Congresso (veja o vídeo). “Se eu tivesse condição de fazer um acordão desses, eu teria de combinar com os russos antes. Vamos convir que isso é uma ilação impossível”, afirmou.

Em sua fala inicial, disse não querer a recondução por “ego” mas para “servir à minha nação”. E afirmou que as investigações do órgão, sem citar nominalmente a Lava Jato, ocorrem “sem desviar-se da legalidade”.

Respondendo às primeiras questões do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), relator da sua recondução, Janot defendeu as delações premiadas e disse que, no caso da Lava Jato, 79% delas foram firmadas por investigados que não estavam presos.

“[A delação] traz essa ajuda para orientar a coleta de prova e, de outro lado, tornar mais célere o processo penal. Acho que é um instrumento poderoso”, afirmou.

No momento mais esperado, dos questionamentos de Collor, o procurador-geral enfrentou diversas acusações, como a de ser um “catedrático em vazar informações”.

O senador fez outras quatro ponderações: disse que Janot advogou para a empresa Orteng em processo contra os cofres da Petrobras; que contratou uma empresa de comunicação sem licitação e, depois, contratou seu diretor para ser secretário de comunicação da PGR; que alugou um imóvel sem alvará para a PGR; e que deu abrigo a um parente “contraventor”.

Enquanto Janot respondia, Collor chegou a interrompê-lo e, segundo senadores que assistiam, sussurrou as ofensas “calhorda” e “filho da puta”.

Janot pediu ao presidente da CCJ, senador José Maranhão (PMDB-PB), que lhe assegurasse a palavra, e falou duramente com Collor: “Vossa Excelência não me interrompa então”. O procurador-geral negou ser um “vazador contumaz” e se definiu como “discreto”

Na sabatina, senadores tucanos como Aécio Neves (MG) e Aloysio Nunes (SP) criticaram o entendimento de Janot de que a presidente Dilma Rousseff não podia ser investigada por atos alheios à função presidencial enquanto esteja no exercício do cargo, justificativa dada para arquivar as citações a Dilma na Lava Jato.

Já petistas como Lindbergh Farias (RJ) e José Pimentel (CE) criticaram uma suposta diferença no tratamento da Justiça a acusações contra petistas e contra tucanos, citando o mensalão petista que já foi julgado e o mensalão mineiro que foi enviado para a primeira instância.

A essas questões, Janot repetiu que uma investigação é “técnica e não se deixa contaminar por nenhum aspecto político”.

Janot também revelou um novo detalhe sobre a Lava Jato, dizendo que houve um aumento da multa imposta ao delator Julio Camargo, por ter omitido inicialmente a acusação de US$ 5 milhões de propina ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que nega.

 

 

DÉBORA ÁLVARES/Folha de São Paulo
DE BRASÍLIA

Após horas trancado em seu gabinete, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou “tranquilidade” e “serenidade” com as denúncias que a PGR (Procuradoria-Geral da República) fará contra ele ao STF (Supremo Tribunal Federal) por envolvimento na Operação Lava Jato.

Em recado a deputados críticos à sua atuação, o parlamentar negou qualquer intenção de se afastar do comando da Casa. “Não farei afastamento de nenhuma natureza. Voou continuar exatamente no exercício para o qual fui eleito pela maioria da Casa. Estou absolutamente tranquilo e sereno em relação a isso”, afirmou no início da noite.

A bancada do PSOL na Câmara anunciou esta tarde a intenção de ingressar com representação no Conselho de Ética da Casa para cassar o mandato de Cunha quando a denúncia foi aceita pelo STF. Antes, contudo, os deputados preparam um manifesto para pedir o afastamento dele da presidência da Casa assim que a PGR enviar o pedido de investigação ao Supremo.

Questionado sobre a denúncia que a PGR vai apresentar contra ele no STF (Supremo Tribunal Federal), Cunha disse não ter “preocupação nenhuma”.

O presidente da Casa aproveitou para responder as declarações do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que negou, em ofício enviado à Câmara, ter vasculhado o computador de todos os 513 deputados, conforme Cunha havia dito em reunião de líderes.

“Eles pegaram o sistema inteiro por três meses. Isso meu foi falado pela área técnica no momento em que me reportaram o fato. Pedi hoje que me certificassem. Se eles mudarem a versão, vou responsabilizá-los pela informação incorreta”, destacou Cunha, que completou: “Se razões foram indiretas ou diretas, sem querer, ou por querer, foi coletado”.

O ofício que Janot enviou à Câmara responde a questionamentos feitos pelo deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). No documento, o procurador chama as afirmações do presidente da Câmara de “levianas”.

Afirmando que não iria polemizar com ninguém, Eduardo Cunha disse que “os poderes têm que ser respeitados”.

Ele negou ainda que, devido à denúncia, fará qualquer tipo de retaliação ao governo, como uma possível aceleração de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Não misturo meu papel de presidente da Casa com eventuais situações que possam envolver minha pessoa. Não faço papel de retaliação, nem tomo atitude por causa de atitude dos outros”.

A aliados, Cunha acusou o governo federal de costurar um ”acordão” com a Procuradoria-Geral da República para prejudicá-lo na Operação Lava Jato e ”salvar” quem interessa ao Palácio do Planalto.

Em meados de julho, ele anunciou o rompimento com o Planalto, afirmando ser uma decisão pessoal e não do partido. Contudo, já destacou que defenderá a saída do PMDB no governo no congresso da legenda que deve ocorrer em outubro.

O presidente permaneceu no gabinete da Presidência durante toda a tarde e atrasou a abertura da ordem do dia no plenário em mais de duas horas, fato incomum nos últimos meses.

 

 

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