Na reunião plenária do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Histórico de Pernambuco, na quinta-feira (15), o painel de autoria do pintor e ceramista Francisco Brennand, localizado na Rua das Flores, nesta cidade, foi oficialmente tombado, à unanimidade, como Patrimônio Cultural de Rigorosa Preservação de Pernambuco, tendo como relatora a arquiteta e conselheira Nazaré Reis.
O pedido de tombamento partiu do Instituto Maximiniano Campos e assinado pelo presidente da instituição, à época, o escritor Antônio Campos. No seu parecer, amplamente ilustrado e documentado, a relatora salientou a grandeza não só estética e criativa desse painel que exalta os heróis da Restauração Pernambucana e pediu que o tombamento fosse motivador de um esforço não só do governo, mas dos moradores da cidade, no sentido de ser visto como um monumento preservado e protegido.

Lamentou que os seus 2m30 por 32m5 encontram-se em acelerado processo de degradação devido à falta de manutenção, pichações e sujeira da rua, assim como recomendou que fosse iniciado com brevidade um processo de restauro do painel.
Para Antônio Campos, foi louvável o esforço da relatora e a decisão do Conselho, apelando para que seja breve o ato de homologação pelo governador do estado. “Trata-se de uma obra icônica, que poderia ser um cartão honroso para os turistas se tivesse sido cumprido o desejo e a vontade do seu autor, que construiu o mural para ser parte integrante não só da Rua das Flores, mas do bairro recifense de numerosas tradições históricas, arquitetônicas e libertárias”, concluiu Antônio Campos.
Na opinião de Antônio Campos, “Franisco Brennand idealizou com esse mural uma interação com o Recife dos ideários libertários, um anel pleno de iconicidades ainda não devidamente exploradas, que teria início com a Faculdade de Direito, Teatro de Santa Isabel, Diário de Pernambuco, de cuja sacada viu-se tombar um jovem mártir pernambucano”. Para Antônio Campos, “há uma cumplicidade intencional, histórica e visceral interação que envolve o mural de Brennand com o mapa histórico do centro do Recife. “Dessa forma, diz o escritor e presidente da Fundação Joaquim Nabuco, entende-se que o mural, por sua grandeza artística e icônica, que remonta a um episódio da nossa história plena de bravura e heroísmo, é um patrimônio também da cidade, totalmente inseparável do nosso orgulho de pertencimento, assim como está integrado no momento artístico brasileiro, como arte muralista.”
Antônio Campos salientou que, além de seu intrínseco valor não apenas estético, memorialístico, esse mural é reconhecido como irrefutável testemunho de um talento criador singular no Brasil.

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