Do CNN Brasil Business

Postado por Marcos Lima Mochila

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A crise na aviação gerada pela pandemia do novo coronavírus fez com que as companhias aéreas deixassem milhares de aviões estacionados nos aeroportos de todo o mundo. Em termos financeiros, foram bilhões de dólares parados.

O setor aéreo exige investimentos altíssimos. O preço de apenas um avião pode chegar a US$ 445,6 milhões (R$ 2,42 bilhões), como é o caso do Airbus A380, o maior avião de passageiros do mundo. Menor jato fabricado pela brasileira Embraer, o E170 custa US$ 46,3 milhões (R$ 252 milhões).

Para se pagarem, os aviões precisam voar. Afinal, essa é a única maneira de eles gerarem receita para as companhias. Parados, só aumentam os custos. É que, além do capital investido, mesmo estacionados, os aviões precisam de manutenção constante para não se deteriorarem.

Empresas usam leasing e negociam valores

Apesar dos altos valores para a compra de um avião, dificilmente as companhias aéreas investem todo esse dinheiro para montarem suas frotas. E são duas as razões principais para isso.

Em 1º lugar, a maioria dos aviões das companhias são adquiridos por regime de leasing, que funciona como um aluguel. As empresas de leasing compram a aeronave das fabricantes e repassam para as companhias aéreas. Com isso, as empresas pagam apenas um valor mensal e não precisam deixar o capital parado. Além disso, o processo de renovação da frota fica mais ágil.

Mesmo quando decidem comprar um avião, as companhias aéreas, e mesmo as empresas de leasing, dificilmente pagam o valor cheio divulgado pelas fabricantes. O valor oficial é chamado de “preço de lista”. Na prática, no entanto, o valor final depende de muitas negociações, que variam desde o tamanho da compra até as configurações exigidas pela companhia aérea.

No caso dos aviões da Boeing e da Airbus, os modelos podem contar com mais de uma opção de motor. Nesse caso, os compradores podem escolher o modelo que julgarem mais adequado e negociar o preço diretamente com a fabricante do motor.

Além do preço, outros aspectos são levados em consideração pelas companhias aéreas na decisão de qual avião usar em suas frotas. No custo de operação, entram tópicos como hora de voo, capacidade, custo por passageiro, manutenção e treinamento dos pilotos.

De qualquer forma, os preços listados abaixo já dão uma noção bem próxima do valor de cada modelo de avião.

Itapemirim Transportes Aéreos (ITA)

Em agosto do ano passado, Tiago Senna, o CEO da ITA – que está se estruturando para voltar a segmento do transporte aéreo de passageiros nesses próximos meses -, revelou que a nova companhia voará com o Airbus A320. Inicialmente, dez unidades foram encomendadas e os contratos já foram assinados. Para Senna, o momento é o mais propício para o início de um novo negócio devido à facilidade de negociação.

“Vamos entrar no mercado com a aeronave que realmente nos atende no momento: o Airbus A320. A escolha foi puramente técnica e o motivo é óbvio. Hoje nós temos condição de ter treinamento adequado, temos pilotos no mercado, então temos mais e maiores facilidades. E temos uma quantidade muito grande destas aeronaves disponíveis. As negociações estavam muito boas e partimos para o A320. Começaremos com dez aeronaves “, explicou Senna.

Sidnei Piva – Presidente da ITA

Mesmo com todas as incertezas do momento, ainda sem a certeza de quando todos os brasileiros estarão imunizados – além do restante da população mundial, claro -, o presidente da ITA, Sidnei Piva, tem certeza de que dará tudo certo, conforme relatou numa longa entrevista para a matéria de capa da Edição 112 da Revista Total.

“Estamos seguros com a operação da ITA Transportes Aéreos. São meses de bastante trabalho, seguindo todas as orientações e protocolos dos órgãos competentes do setor para o cumprimento de todos os manuais. Além disso, temos garantias de caixa e saúde financeira para o funcionamento da companhia”, destaca Sidnei..

“Nesse primeiro momento, com operações a serem iniciadas ao longo do mês de março, teremos 10 aeronaves disponíveis para voos. Temos definidos 17 destinos iniciais para a ITA Transportes Aéreos, com uma média de 3.000 voos por mês – sendo o voo inaugural de Vitória-ES para São Paulo-SP (Aeroporto de Guarulhos) -, para São Paulo, Ribeirão Preto (SP), Presidente Prudente (SP), Rio de Janeiro, Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Foz do Iguaçu (PR), Florianópolis (SC), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Belo Horizonte (MG) e outras, mas a ideia é chegarmos a todas as capitais do país”, ressalta o presidente da ITA.

Veja a seguir os valores divulgados pela Airbus, Boeing e Embraer.

Airbus

A318: US$ 77,4 milhões (R$ 420,8 milhões)

A220-100: US$ 81 milhões (R$ 440,3 milhões)

A220-300: US$ 91,5 milhões (R$ 497,4 milhões)

A319: US$ 92,3 milhões (R$ 501,8 milhões)

A320: US$ 101 milhões (R$ 549,1 milhões) [O modelo das aeronaves que estão sendo adquiridas pela ITA]

A319neo: US$ 101,5 milhões (R$ 551,8 milhões)

A320neo: US$ 110,6 milhões (R$ 601,3 milhões)

A321: US$ 118,3 milhões (R$ 643,1 milhões)

A321neo: US$ 129,5 milhões (R$ 704 milhões)

A330-200: US$ 238,5 milhões (R$ 1,29 bilhão)

A330-200 cargueiro: US$ 241,7 milhões (R$ 1,32 bilhão)

A330-800neo: US$ 259,9 milhões (R$ 1,41 bilhão)

A330-300: US$ 264,2 milhões (R$ 1,43 bilhão)

A350-800: US$ 280,6 milhões (R$ 1,52 bilhão)

A330-900neo: US$ 296,4 milhões (R$ 1,61 bilhão)

A350-900: US$ 317,4 milhões (R$ 1,72 bilhão)

A350-1000: US$ 366,5 milhões (R$ 1,99 bilhão)

A380: US$ 445,6 milhões (R$ 2,42 bilhões)

Boeing

737-700: US$ 89,1 milhões (R$ 484,4 milhões)

737 Max 7: US$ 99,7 milhões (R$ 542 milhões)

737-800: US$ 106,1 milhões (R$ 576,8 milhões)

737-900ER: US$ 112,6 milhões (R$ 612,1 milhões)

737 Max 8: US$ 121,6 milhões (R$ 661 milhões)

737 Max 200: US$ 124,8 milhões (R$ 678,5 milhões)

737 Max 9: US$ 128,9 milhões (R$ 700,7 milhões)

737 Max 10: US$ 134,9 milhões (R$ 733,4 milhões)

767-300ER: US$ 217,9 milhões (R$ 1,18 bilhão)

767-300 cargueiro: US$ 220,3 milhões (R$ 1,19 bilhão)

787-8: US$ 248,3 milhões (R$ 1,35 bilhão)

787-9: US$ 292,5 milhões (R$ 1,59 bilhão)

777-200ER: US$ 306,6 milhões (R$ 1,66 bilhão)

787-10: US$ 338,4 milhões (R$ 1,84 bilhão)

777-200LR: US$ 346,9 milhões (R$ 1,88 bilhão)

777 cargueiro: US$ 352,3 milhões (R$ 1,91 bilhão)

777-300ER: US$ 375,5 milhões (R$ 2,04 bilhões)

777-8: US$ 410,2 milhões (R$ 2,23 bilhões)

747-8: US$ 418,4 milhões (R$ 2,27 bilhões)

747-8 cargueiro: US$ 419,2 milhões (R$ 2,28 bilhões)

777-9: US$ 442,2 milhões (R$ 2,40 bilhões)

Embraer

E170: US$ 46,3 milhões (R$ 252 milhões)

E175: US$ 49,9 milhões (R$ 271,6 milhões)

E190: US$ 55,3 milhões (R$ 301 milhões)

E175-E2: US$ 56,4 milhões (R$ 307 milhões)

E195: US$ 58,5 milhões (R$ 318,5 milhões)

E190-E2: US$ 64,6 milhões (R$ 351,7 milhões)

E195-E2: US$ 72,8 milhões (R$ 396,3 milhões)

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