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Por Marcos Lima Mochila

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MENDONÇA NÃO DEVE SER MUITO AFETADO PELO APOIO DE BOLSONARO À DELEGADA PATRÍCIA

Mas cabe a ele demonstrar isto e se articular por outros caminhos para chegar até o Palácio Capibaribe

Apesar das evidências e da provável mudança de rumo das eleições de Recife, após a declaração de apoio do presidente Jair Bolsonaro à Delegada Patrícia, Mendonça Filho não será tanto atingido assim.

Cabe agora a ele, Mendonça, tirar proveito deste fato novo, demonstrando que, independentemente de apoio irá dialogar e conviver bem com Bolsonaro, diante de uma vitória nas eleições do próximo dia 15, até porque participou, colaborador durante o processo de transição do governo federal, sem nenhuma promessa de cargo ou benefício pessoal.

Para o bom observador, a campanha de Mendonça Filho, embora nos últimos dias tenha direcionado algumas balas contra a Delegada, tem sido uma campanha propositiva, debatendo a cena local, as obras paradas, a Educação, o que aflige a população no dia a dia, mostrando o que o Recife precisa, o que está errado, o que deixou de ser feito em face de promessas de campanha não cumpridas, ao longo desses últimos 20 anos.

Com relação ao apoio de Bolsonaro, o ex-ministro Mendonça Filho é contra o caminho de nacionalização da campanha. Sempre que quando questionado, evita declarar que haja tendência de alinhamento de seu projeto com o Governo Bolsonaro, mas sublinha que não terá dificuldades de recorrer ao Governo Federal e transitar entre os ministérios, caso eleito, para buscar recursos para cidade. “Para governar Recife, tem que ter agenda aberta com o Governo Federal. Não há como ser diferente. Tem que acabar com a briga do PSB e do PT, que faz política no aspecto pequeno, o tempo todo querendo nacionalizar o debate, visando ao interesse menor, e não ao da população”, ressaltou Mendonça, em entrevista à Folha PE, ainda em setembro, logo após as convenções, quando ainda nem se discutia nem se sabia se o presidente iria apoiar algum candidato em Recife.

Na época, ao ser indagado sobre a música de Alcymar Monteiro, que tocou em sua convenção e que diz: “Mendonça é Bolsonaro. Bolsonaro é Mendonça”, ele visou que não se tratava de um jingle da campanha, mas que foi uma iniciativa do amigo cantor e que alguns eleitores pediram para usá-la.

Mendonça Filho também declarou que não vai alimentar brigas do PSB com o presidente e que vai buscar apoio sempre. “O Recife não pode ficar brigando com o Governo Federal”, reforçou. Mendonça voltou a defender o Auxílio Emergencial do Governo Federal durante a pandemia. “A população do Brasil e do Recife não morreu de fome graças ao Auxilio Emergencial, empresas não quebraram por conta da Medida Provisória que garantiu a manutenção de milhões de empregos”, completou.

“Não terei dificuldade com o governo, portanto, pois há temas com interesse comum. Teremos de interagir. É um erro básico imaginar que o Recife não pode pensar metropolitanamente. Recife não vai ficar uma cidade isolada, Recife tem de ser protagonista”, afirmou.

Na realidade, os apoios do presidente a candidatos a prefeitos não têm impulsionado, tanto quanto se pensava, as suas campanhas. Isso tem sido visto no Rio de Janeiro (com o apoio a Marcelo Crivella), em São Paulo (com o apoio a Celso Russomanno) e, decerto, também se dará aqui.

Agora, como Mendonça afirmou que vai buscar apoio sempre, resta, nesses últimos dias, buscar uma maior interação, uma maior participação de outros atores que podem trazer muito mais resultados à sua caminhada em direção ao Palácio Capibaribe, tais como ACM Neto, do seu partido (DEM), que tem uma aprovação quase total, em Salvador, e o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), que é também muito avaliado pela população jaboatanense.

É hora de usar mais a cara desses declarados apoiadores que, mais adiante, também vão precisar do seu apoio, que será muito mais forte e mais interessante, caso ela seja prefeito da capital pernambucana.

Enfim, restando apenas 7 dias, é partir agora com unhas e dentes para se garantir no 2º turno, quando tudo muda e se dará uma outra eleição.

Aí, será uma outra história!

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