Grupo lançou a Ita Transportes Aéreos e quer consolidar sinergia com modal rodoviário como diferencial

Diretoria da Itapemirim: Adilson Furlan (COO), Sidnei Piva, presidente, Rodrigo Vilaça (CEO) e Tiago Senna (CEO da Ita Linhas Aéreas) (Foto: Linkedin)

Postado por Marcos Lima Mochila

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Empresário Sidnei Piva, presidente do Grupo Itapemirim

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O céu agora é o limite para Sidnei Piva, presidente do Grupo Itapemirim, um dos maiores experts em Logística e Transportes do País, realizar seu maior desafio.

O empresário paranaense prepara-se para dar asas a seu mais ambicioso projeto, a partir de março de 2021, com o lançamento da Ita Transportes Aéreos, o braço da corporação que vai ajudar os brasileiros a vencer distâncias dentro de aeronaves amarelas ouro, a mesma cor da pintura dos ônibus da Viação, que democratizou o espaço pelos quatro cantos do país, ao longo de quase sete décadas.

Nem a pandemia da Covid-19, que mergulhou o segmento da aviação numa grave crise mundial, detém esse visionário, que conquistou capital estrangeiro, e aposta no momento como uma oportunidade para voar mais alto. Os investimentos virão de um aporte no valor de US$ 500 milhões, oriundos de um fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos.

A operação das 10 aeronaves, modelo Airbus 320, vai contar com cinco hubs: Guarulhos (SP), Galeão (RJ) Brasília (DF), Porto Alegre (RS) e, no Nordeste, Recife (PE). A meta é gerar 600 empregos.

A nova companhia aérea vai oferecer um serviço integrado de ônibus e avião para transportes de carga e passageiros. “Algo que não existe em outro lugar do mundo”, diz Piva.

O projeto do empresário também contempla expandir e renovar a frota rodoviária dos atuais 310 ônibus para 450 unidades até 2022, com investimentos em torno de R$ 400 milhões. Além do plano de participar de duas concessões dos 21 aeroportos regionais do Estado de São Paulo.

Com a renovação da frota de ônibus, as marcas Itapemirim e Kaissara serão gradativamente substituídas pelo Grupo Itapemirim, nova assinatura. Os investimentos na frota rodoviária vão ser em carros mais altos e confortáveis, modelos Double Decker, com poltronas distribuídas em dois andares, e Low Driver, com um único piso, mas que oferece maior capacidade no bagageiro, muito usado em viagens mais longas.

Rodrigo Vilaça – CEO do Grupo Itapemirim

Outra peça-chave deste projeto ambicioso da Itapemirim é o pernambucano Rodrigo Vilaça, CEO do Grupo e uma das maiores autoridades em transporte e logística do país. Para ele, a companhia aérea vai consolidar sinergia com rodoviário em transporte de cargas e de passageiro. “A carga é um pilar do nosso negócio. Queremos ser uma empresa de pick up and delivery para levar do primeiro ponto de coleta até a última milha, com a capilaridade de quem está em 58% do território nacional”, diz.

A expectativa é que a primeira aeronave adquirida para a companhia chegue em novembro ao Brasil. Tiago Senna, experiente executivo do setor de aviação, com passagens pela Varig e pela Rio Sul contratado para a importante missão de assumir como CEO da Ita Transportes Aéreos, prevê a contratação de 170 tripulantes técnicos e 300 comissários.

Senna afirma que o processo seletivo será rigoroso: serão realizadas provas teóricas em inglês e português, além de provas técnicas.

A crise no segmento, causada pela pandemia do novo coronavírus, é vista como oportunidade para a entrada das aeronaves. O ingresso na aviação comercial para explorar o transporte regular de passageiro e cargas da Ita baseia-se num plano de negócios detalhado, que desenhou um cenário otimista e deu suporte à decisão de investir.

Com isso, a expectativa é a de que ocorra uma entrada suave, favorecida pela competição menos acirrada entre as empresas aéreas, o que é visto como uma facilidade à entrada de uma nova marca no mercado, para aproveitar a lacuna aberta com a saída da Avianca, e a redução da operação da Latam, que enxugou quase 40% de seu quadro de tripulantes. A direção da Ita avalia que “o momento é propício para sinergia e não competição e a negociação favorece quem está com dinheiro”, diz Senna.

“Vamos entrar no mercado”, diz Senna, “com aeronaves que nos atendam no momento. A escolha foi puramente técnica e o motivo é óbvio. Hoje nós temos condições de treinamento adequado, temos piloto no mercado, então temos uma facilidade maior. E temos uma quantidade muito grande destas aeronaves disponíveis no mundo. As negociações estavam muito boas e partimos para o A320. Vamos oferecer um serviço premium, com conforto e qualidade”.

Fundada em 1953 na cidade de Cachoeiro de Itapemirim (ES) como uma empresa de transporte rodoviário, a Itapemirim ganhou pelas mãos de Sidnei Piva a partir de 2017 um perfil multimodal e atividades no rodoviário (a Viação) e no ferroviário (Bom Sinal). O presidente afirma que pretende alavancar seus negócios, com a arrancada aérea, ao criar uma conexão com a área de cargas.

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