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Por Marcos Lima Mochila

 

Jurandir Freire, o Zé Índio, cacique da Aldeia Pankararu, esteve nesta quarta-feira (21) em Recife, com o intuito de buscar a parceria dos políticos pernambucanos na luta pela reabertura da Fundação Nacional do Índio – Funai, em Pernambuco.

Em decreto publicado Diário Oficial da União de 29 de dezembro de 2009, assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi determinado o fechamento da Administração Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Pernambuco.

A decisão pegou de surpresa a cúpula do órgão, bem como todas as aleias do Estado. Pernambuco possui cerca de 40 mil índios, divididos em 11 etnias, o que representa a 3ª população indígena do País, atrás apenas do Amazonas e do Mato Grosso.

À época, a administradora regional da Funai em Pernambuco, Estela Parnes, ressaltou que não houve, da parte do governo,  nenhuma explicação plausível para a determinação. “O Recife sempre foi um polo de decisões políticas importantes. Todo o planejamento, os grupos de trabalho fundiário e as parcerias que firmamos em favor dos índios foram por água abaixo”, comentou.

O cacique Zé Índio espera contar com o apoio dos senadores e deputados pernambucanos para que a Funai seja reaberta.

21 08 INDIOInclusive, ele esteve na Fundaj para visitar o amigo de velhos tempos, o policial federal aposentado João Evangelista, o João da Água, a quem também solicitou o apoio para essa sua luta. Ele frisou que, embora essa seja uma necessidade, ele também está buscando apoio para obter melhorias da Educação das crianças e jovens da reserva indígena.

“Durante meu tempo de agente da Polícia Federal, sempre fui um policial respeitado porque sempre usei a Carta Universal dia Direitos Humanos, como princípio básico de cidadania em  qualquer profissão. O cacique tem conhecimento dessa posição e, por isso, veio me visitar e pedir meu apoio nas duas causas pelas quais ele está lutando atualmente”, explicou João da Água.

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Cerca de 4 mil índios Pankararu ou Pankaru, vivem numa área de 8.100 hectares no município de Tacaratu, numa reserva indígena localizada entre a sede do município e a cidade de Petrolândia, nas margens do rio São Francisco, em Pernambuco.

O centro da reserva, cujas terras foram demarcadas em 1942, é a localidade de Brejo dos Padres, um pequeno vale de terras férteis que possui várias fontes de água. Há também diversas outras comunidades como Tapera, Serrinha, Marreca, Caldeirão, Bem-Querer e Cacheado.

A presença de não-índios na reserva vem de muitas gerações. A partir de 1979, no entanto, com o aumento dessa população tem ocasionado grande número de conflitos entre posseiros e indígenas.

A base da economia Pankararu é a agricultura e as principais culturas são a do feijão, do milho e da mandioca, embora eles também comercializem a pinha, fruta típica da região e têm no artesanato uma fonte de renda complementar. A fabricação de farinha de mandioca, nas casas de farinha é, ainda, uma atividade comunitária entre os Pankararu.

Devido ao trabalho realizado pelos missionários, os índios cultuam a religião católica, observam o calendário de festas populares religiosas, mas mantêm também rituais, danças e folguedos próprios da sua cultura.

É nas danças e nos rituais que a cultura dos índios Pankararu está mais bem representada. Do dialeto da tribo só existem alguns vestígios nos cantos que acompanham as danças. Sua língua nativa não conseguiu sobreviver.

Suas festas típicas mais importantes são a Corrida ou Festa do Umbu e a do Menino do Rancho.

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