Presidente usou fala mais amena ao explicar divergências sobre questões ambientais. Brasil foi alvo de crítica de Angela Merkel

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Por Cristina Serra – Enviada especial a Osaka (Japão)

Postado por Marcos Lima Mochila

 

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) mudou o tom ao falar de dois líderes europeus — a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da França, Emmanuel Macron — depois da assinatura do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, divulgado na sexta-feira (28/06/2019). Em entrevista neste sábado (29/06/2019), o presidente usou um tom mais ameno ao falar de divergências sobre questões ambientais.

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Dias antes, ele reagira com muita irritação ao comentar as críticas dos dois dirigentes sobre o desmatamento no país e a postura do Brasil em relação ao Acordo de Paris sobre o clima. Em uma live, Bolsonaro disse que não foi ao encontro de cúpula do G20, em Osaka, no Japão, para levar um “pito” de ninguém sobre assuntos internos.

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Bolsonaro disse que teve conversas cordiais e que falou com os dois líderes sobre “a psicose ambien-talista” que existe com relação ao Brasil. Segundo explicou, “psicose ambientalista é achar que o meio ambiente está acima de tudo”.

BOLSO NO JAPÃO 4“Nós temos como conviver com o meio ambiente casado com o progresso”, afirmou. Mesmo usando um tom mais diplomático para se referir aos europeus, Bolsonaro não deixou de lado a ironia. Disse que quer conhecer o plano de reflorestamento da Alemanha, uma vez que o país quase não tem mais florestas. Tal como já havia feito com Macron, Bolsonaro convidou Angela Merkel para conhecer a Amazônia e ver “que não existe esse desmatamento tão propalado”.

O presidente reafirmou o compromisso de manter o Brasil no Acordo de Paris sobre o clima e duvidou da capacidade BOLSO NO JAPÃO 6da Alemanha de cumprir as metas do acordo, pois usa muitos combustíveis fósseis, como o carvão. “Falei com a Merkel, a Alemanha não vai cumprir o que está no acordo porque continua com energia fóssil, usa muito carvão e nós temos quase nada no Brasil de carvão. Então, se alguém tem que dar exemplo em proteção ambiental é o Brasil”, afirmou o presidente

BOLSO NO JAPÃOAo ser questionado por uma jornalista alemã se considerava que líderes europeus tratavam o Brasil com arrogância, Bolsonaro respondeu: “Não é arrogância. Foram acostumados a nos tratar como colonizadores. Faltava alguém que, educadamente, com conhecimento e com dados, mostrasse que o Brasil não é isso, que o Brasil é um país que merece e vai ter respeito. BOLSO NO JAPÃO 2Vai ser respeitado enquanto eu for presidente”. Bolsonaro considera que os líderes estavam mal informados “porque muitas vezes se informam com matérias de ONGs” e disse que não pode aceitar a “difamação do Brasil”.

BOLSO COM MACRONOs encontros com Merkel e Macron foram informais, nos bastidores do G20, e duraram cerca de 40 minutos no total. Dias antes do começo da reunião de cúpula, Angela Merkel apontou estar muito preocupada com o desmatamento no Brasil e que gostaria de ter uma conversa “clara” com o presidente brasileiro sobre o assunto.

Emmanuel Macron informou que, se o Brasil saísse do Acordo de Paris sobre o clima, a França não assinaria o tratado de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. No último dia da reunião em Osaka, Bolsonaro posou para foto ao lado de Angela Merkel e de Macron.

(Osaka - Japão, 29/06/2019) Presidente da República, Jair Bolsonaro, participa da  coletiva de Imprensa sobre o acordo Comercial União Européia / Mercosul, no  centro de Imprensa do Centro de Convenções INTEX Osaka.rFoto: Alan Santos/PR
Osaka – Japão, 29/06/2019 – Presidente da República, Jair Bolsonaro, participa da coletiva de Imprensa sobre o acordo Comercial União Européia / Mercosul, no centro de Imprensa do Centro de Convenções INTEX Osaka.r  (Foto: Alan Santos/PR)

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