26 06 OSAKA JAPÃO

Organizado por Marcos Lima Mochila

            BOLSONARO VIAJA AO JAPÃO PARA PARTICIPAR DE CÚPULA DO G20

26 06 BOLSO JAPÃO

Por Tarciso Morais – Fundador e editor-chefe da RENOVA Mídia.

 

O presidente da República, Jair Bolsonaro, viajou na noite desta terça-feira (25) para o Japão onde participará da cúpula de líderes do G20 e terá reuniões bilaterais com líderes internacionais.

Criado no ano de 1999, o G20 é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia.

Segundo o Canal Rural, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, destacou que o Brasil vai defender a reforma da Organização Mundial do Comércio para tornar o comércio internacional mais equilibrado.

Em mensagem publicada na rede social Twitter, ainda nesta terça, Bolsonaro diz que o “Brasil levará para a cúpula uma mensagem de abertura e de apoio à liberdade econômica”.

“Marcaremos nossa posição em favor do sistema multilateral de comércio e apresentaremos, aos demais participantes, nossa agenda de reformas para reerguer a economia do nosso país”, acrescentou o chefe do Executivo.

Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República
Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República

DESAFIO DE BOLSONARO NO G20 É EQUILIBRAR PRAGMATISMO E IDEOLOGIA

Presidente brasileiro terá que mostrar equidistância entre as duas maiores forças da economia mundial, China e Estados Unidos

Cristina Serra /Metrópoles.com – Enviada especial a Osaka (Japão)

 

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) faz sua estreia no palco mais importante da economia mundial, a reunião de cúpula dos chefes de Estado e de governo do G20, em Osaka, no Japão, num momento em que seus dois maiores parceiros no comércio internacional, a China e os Estados Unidos, travam uma acirrada guerra comercial, com impactos sentidos no mundo inteiro.

Talvez o maior desafio de Bolsonaro neste cenário seja exatamente manter uma posição equidistante entre as duas potências, apesar da simpatia já tantas vezes declarada pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

A guerra comercial entre os dois maiores motores da economia mundial, Estados Unidos e China, começou em março de 2018, quando Trump aumentou as tarifas de importação sobre o aço e o alumínio da China. Pequim retaliou com tarifas sobre alimentos. As tensões escalaram a ponto de Trump decretar sanções contra a Huawei, a gigante de telecomunicações chinesa e segunda maior produtora de smartphones do mundo.

Trump vetou a instalação de redes 5G da Huawei nos Estados Unidos, acusando a empresa chinesa de espionagem e de atuar contra os interesses da segurança nacional norte-americana. A Huawei também está proibida de receber componentes de fabricação americana e uma das principais executivas da empresa, Meng Wanzhou, filha do fundador da Huawei, está presa no Canadá desde dezembro, por suposta violação de sanções norte-americanas contra o Irã.

Ambiguidade

Bolsonaro tem manifestado sua clara preferência pelos americanos, enquanto que, com a China, mantém postura ambígua. Durante a campanha eleitoral, dizia que a China estava “comprando” o Brasil, o que não seria permitido em seu governo. Mais recentemente, porém, foram emitidos sinais de aproximação.

O vice-presidente, Hamilton Mourão, foi a Pequim, em maio, participar de reunião da Comissão Sino-Brasileira de Concertação e Cooperação; a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, apoiou a eleição do vice-ministro da Agricultura da China, Qu Dongyu, para a direção-geral da FAO (órgão das ONU para agricultura e alimentação), em substituição ao brasileiro José Graziano, que estava no cargo desde 2011. E Bolsonaro deve ir a Pequim no segundo semestre para uma visita ao presidente chinês, Xi Jinping.

A aplicação de tarifas e sanções pelos países tem múltiplos desdobramentos: acirra tensões geopolíticas, diminui o crescimento mundial e há até mesmo o temor de que as práticas protecionistas e isolacionistas possam provocar recessão em escala global. Por isso mesmo, é grande a expectativa nesta cúpula do G-20 de um encontro entre Donald Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, que resulte em algum tipo de acordo que alivie as tensões nos mercados internacionais.

E por que o Brasil deveria manter equidistância entre os dois polos da disputa? Os números falam por si. A China é o destino de cerca de 30% das exportações brasileiras; tem o maior mercado consumidor do mundo e oferece grandes possibilidades de investimento em infraestrutura. Por outro lado, os Estados Unidos são o segundo parceiro comercial mais importante para o Brasil.

A disputa entre as duas potências, o protecionismo acima da média histórica no mundo e as tarifas aplicadas sobre centenas de bilhões de dólares em produtos dificultam as possibilidades de acordos para, por exemplo, reformar a Organização Mundial do Comércio (OMC), instituição multilateral que tem como um de seus objetivos abrir mercados para os países membros. Vários países concordam que é preciso reformar, mas qual reforma?

Há vários governos, o Brasil defende uma redução nos subsídios agrícolas nos países ricos porque isso cria distorções que prejudicam as nações em desenvolvimento. Bolsonaro também defende a redução, mas é pouco provável que haja avanços no sentido de adotar regras comerciais mais justas, no cenário atual.

Outra questão que Bolsonaro poderá enfrentar é uma cobrança, em especial dos países da União Europeia, a respeito da posição do atual governo brasileiro em relação à proteção ambiental, a mudanças climáticas e à segurança alimentar. O governo Bolsonaro tem levantado dúvidas sobre o aquecimento global e tem adotado várias medidas de impacto negativo para o meio ambiente.

“Tempos de mudança”

É nesse contexto que Bolsonaro chega ao G-20, prometendo “um novo Brasil”, que fará reformas para gerar empregos e fazer a economia crescer. Essas e outras promessas estão num artigo assinado por Bolsonaro sobre a participação brasileira nesta reunião de cúpula, que começa sexta-feira (28/06/2019). O G-20 reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia e atua como um conselho internacional para a cooperação econômica.

No artigo “G-20, cooperação em tempos de mudança”, Bolsonaro pinta um retrato bastante otimista – quase ufanista – da conjuntura política e econômica brasileira, dizendo que a reforma da Previdência, em análise na Câmara dos Deputados, vai cortar mais de US$ 250 bilhões em gastos do governo nos próximos 10 anos, valor equivalente, em reais, à cifra de cerca de R$ 1 trilhão, prometida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Bolsonaro ressaltou no artigo que a reforma vai proteger os pobres e combater privilégios.

Ele destaca também o programa de concessões e privatizações, que, desde o começo da atual gestão, concedeu à iniciativa privada 16 aeroportos, 27 terminais portuários e a ampliação da ferrovia Norte-Sul. Até o fim deste ano, segundo a expectativa do presidente, as concessões e privatizações vão superar o valor de US$ 60 bilhões.

Contra a decadência

Bolsonaro mencionou ainda que está discutindo com o Congresso a reforma tributária e que enviou para apreciação dos parlamentares o Pacote Anticrime, elaborado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. “Deixamos para trás o tempo em que o Estado era inchado, ineficiente, corrupto e permissivo com a violência”, afirma no artigo.

Segundo o presidente, todas essas ações combinadas vão criar empregos e crescimento e se destinam a “virar a página da decadência política, econômica e moral que dominou o Brasil”. O texto, porém, ignora as dificuldades que o governo vem tendo no Congresso para aprovar suas propostas. Até o momento, o projeto de reforma da Previdência – em análise numa comissão especial da Câmara dos Deputados – foi alterado em pontos considerados essenciais pelo governo.

E o Pacote Anticrime, de Sergio Moro, está parado enquanto o ministro enfrenta uma sequência de denúncias do site The Intercept, a respeito de possíveis ilegalidades cometidas por ele e pelos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, especialmente na condução do processo que levou à condenação e prisão do ex-presidente Lula (PT).

Dados ruins

Os indicadores econômicos também contradizem o otimismo do presidente. O nível de desemprego permanece alto, em torno de 13 milhões de desempregados, e a economia não consegue se recuperar. O mercado vem revendo para baixo a previsão do PIB (Produto Interno Bruto) para este ano. Na última revisão, divulgada no começo desta semana, a estimativa caiu para 0,87%. Quando Bolsonaro tomou posse, em janeiro, a expectativa de crescimento para este ano era de 2,2%.

O presidente também trata no artigo de questões internacionais. Afirma que o Brasil apoia a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), que precisa “atender seu propósito original de abrir mercados e promover o desenvolvimento dos países membros. Bolsonaro reclama especificamente de distorções provocadas por regras diferentes para produtos industriais e agrícolas, que prejudicam as exportações brasileiras de commodities.

OCDE: Brasil já adota 30% dos instrumentos da Organização e supera demais candidatos
OCDE: Brasil já adota 30% dos instrumentos da Organização e supera demais candidatos

O presidente diz ainda que o Brasil quer entrar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) “sem demora”, pleito que já tem o apoio do presidente norte-americano, Donald Trump. Bolsonaro frisa também que vai dar prioridade para negociações de acordos em estágio avançado, como por exemplo, entre o Mercosul e a União Europeia e com o Canadá.

 

 

Comitiva do presidente Jair Bolsonaro faz escala na Base Aérea Figo Maduro, em Portugal, rumo ao Japão
Comitiva do presidente Jair Bolsonaro faz escala na Base Aérea Figo Maduro, em Portugal, rumo ao Japão

O ENCONTRO DE BOLSONARO E TRUMP NO JAPÃO DURANTE REUNIÃO DO G20

A cidade japonesa de Osaka testemunhará nos próximos dias o segundo encontro entre os dois Chefes de Estado

Talita Fernandes e Marina Dias – FolhaPress

Tarciso Morais – Fundador e editor-chefe da RENOVA Mídia

 

Brasília, DF e Washington, EUA (FolhaPress) – O governo brasileiro manteve contato com a Casa Branca e, segundo o jornal Valor Econômico, Bolsonaro terá um encontro bilateral com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à margem da cúpula de líderes do G20, em Osaka, no Japão.

A reunião acontecerá nesta sexta-feira, dia 28 de junho, no meio da tarde (horário do Japão). Bolsonaro vai se encontrar também com o presidente chinês Xi Jinping.

Esta será a segunda vez que os dois líderes se encontram. Bolsonaro foi recebido pelo presidente americano em março, na Casa Branca, menos de três meses depois de tomar posse.

Na reunião com Trump no Japão, o brasileiro pretende abordar questões comerciais e desdobramentos do apoio dos EUA à entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

O G20 – grupo que reúne líderes das 20 maiores economias do mundo— terá como principal discussão a atual guerra comercial, protagonizada pela disputa entre China e EUA.

Durante o evento há expectativa de novos desdobramentos na relação entre os dois países. Trump deve se reunir com o líder da ditadura chinesa, Xi Jinping, mas a agenda entre ambos ainda não foi confirmada oficialmente.

Xi também consta na lista de reuniões bilaterais de Bolsonaro. Na conversa com o chinês, o presidente brasileiro deve tratar sobre a agricultura e seu desejo de que o país passe a exportar produtos de maior valor agregado ao gigante asiático. Hoje, o comércio é fortemente baseado na venda de commodities.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil e foi destino de 27% das exportações brasileiras entre janeiro e maio deste ano, somando US$ 25 bilhões (R$ 96,1 bilhões).

Bolsonaro e Xi devem tratar de visitas de ambos aos países parceiros. O brasileiro tem viagem oficial prevista para a China em agosto, e o chinês deve viajar ao Brasil em novembro, para participar da Cúpula dos Brics.

Além da bilateral com Xi e do esforço para se encontrar com Trump, Bolsonaro se reúne com os primeiros-ministros do Japão, Shinzo Abe, de Singapura, Lee Hsien-Loong, e da Índia, Narendra Modi.

A agenda do brasileiro ainda inclui um encontro com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que enfrenta um isolamento internacional desde que foi acusado de envolvimento no assassinato de Jamar Khashoggi, jornalista daquele país que escrevia para o jornal The Washington Post.

26 06 TRIO BR EUA E CHI

EM MEIO À GUERRA COMERCIAL, BOLSONARO TERÁ ENCONTRO COM TRUMP E XI JINPING NO G-20 DO JAPÃO

Disputa entre duas potências globais deve dominar os debates na cúpula do G20, em Osaka, e presidente brasileiro deve se reunir, separadamente, com os dois protagonistas desse embate

 

A guerra comercial entre China e Estados Unidos deve dominar a agenda da G20, em Osaka, no Japão. E o presidente brasileiro Jair Bolsonaro deve se reunir com os dois protagonistas dessa disputa.

Ele terá uma terá uma reunião com o presidente Donald Trump, às 15h15  desta sexta-feira, 28/06 e deve se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, no mesmo dia, em horário diferente.

Segundo fontes do governo, Bolsonaro ainda está “tentando encontrar espaço na agenda” para acomodar o presidente chinês. O pedido de bilateral teria sido feito pelo governo da China.

A reunião com Xi Jinping havia sido inicialmente marcada para o dia 28 de junho às 11:10, mas os chineses pediram um novo horário e o governo brasileiro estaria tentando encontrar uma brecha entre reuniões e encontros bilaterais com outros líderes.

Desde que tomou posse, Bolsonaro tem se aproximado fortemente do governo Donald Trump e seus aliados, principalmente Israel.

A possibilidade de uma aliança automática com os Estados Unidos gerou preocupações entre chineses e a ala financeira do governo brasileiro, já que a China é a principal parceira comercial do Brasil- compra, por exemplo, 30% da nossa soja.

O Brasil tem se beneficiado, a curto prazo, da disputa comercial entre americanos e chineses. Trump impôs uma série de aumentos nas tarifas de importação de produtos chineses e Xi Jinping retaliou, atingindo principalmente produtos agrícolas americanos.

Com a sobretaxa sobre alimentos produzidos nos EUA, o Brasil passou a vender mais para a China, principalmente soja. Em 2018, primeiro ano da guerra comercial, o superávit do lado brasileiro na guerra comercial com os chineses cresceu US$ 30 bilhões.

Mas, a longo prazo, economistas dizem que a guerra comercial pode afetar negativamente o mundo como um todo. Se China e EUA comprarem e venderem menos, por causa das medidas protecionistas, o volume de comércio a nível mundial se reduzirá, provocando uma desaceleração internacional do crescimento.

E onde o Brasil fica nessa disputa?

Embora esteja se tornando cada vez mais próximo de Trump, Bolsonaro ainda não se posicionou claramente sobre a guerra comercial.

Ou seja, pelo menos por enquanto, não tomou partido.

Mas, segundo analistas, é possível que Trump pressione o governo brasileiro a assumir posições mais claras. Uma possibilidade é que os americanos peçam, por exemplo, que o Brasil deixe de comprar tecnologia e equipamentos da gigante chinesa de comunicação Huawei, que está no centro da disputa comercial.

Com a alegação de que os produtos Huawei podem ser usados para espionagem pelo governo chinês, Trump impôs uma série de restrições para que a empresa opere em território americano e faça negócios com empresas americanas. Até o Google teve que cancelar serviços e aplicativos de smartphones Huawei.

Jim O'Neill, o economista criador do BRIC. (Divulgação Bovespa)
Jim O’Neill, o economista criador do BRIC. (Divulgação Bovespa)

O economista britânico Jim O’Neill, que criou o termo “Bric” há 20 anos num relatório para o banco Goldman Sachs, é explícito em opinar sobre que lado Brasil deveria escolher.

“Não é razoável que os Estados Unidos forcem os países a tomarem esse tipo de decisão estúpida. O mundo precisa acomodar tanto Estados Unidos quanto China”, disse em entrevista à BBC News Brasil.

“Mas, sob o aspecto econômico, se os países realmente tiverem que optar, muitos deles – e o Brasil também – seriam loucos se não escolhessem a China.”

Segundo dados do Observatório de Complexidade Econômica, ligado ao Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), os chineses correspondiam em 2017 a 22% das exportações brasileiras (US$ 48 bilhões) e os americanos, 11% (US$ 25 bilhões).

Foco na Ásia

Bolsonaro terá agenda com outros líderes asiáticos:

26 06 PRIMEIRO MINISTRO DA ÍNDIA Ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi,

o premiê de Cingapura, Lee Hsien Loong,26 06 PREMIÊ DE SINGAPURA

 

 

 

 

 

e o premiê do Japão, Shinzo Abe.26 06 PREMIÊ DO JAPÃO A

Segundo economistas e especialistas em Relações Internacionais, a aproximação com nações asiáticas é estratégica para o Brasil, já que o mundo está próximo da chamada Era da Ásia, quando as economias dos países asiáticos somadas vão superar o Produto Interno Brito (PIB) de todo o resto do mundo.

Segundo relatório do banco britânico Standard Chartered Plc, sete das dez maiores economias do mundo serão asiáticas até 2030. E, já no ano que vem, a China poderá ultrapassar os Estados Unidos como maior economia do mundo, seguida pela Índia, segundo os cálculos instituição.

Já o jornal Financial Times prevê- a partir de cálculos feitos com dados do Fundo Monetário Internacional – que os chineses vão desbancar os americanos em 2023. Mas a publicação crava para o ano que vem, 2020, o momento em que as nações asiáticas representarão mais de metade do PIB mundial.

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