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Músico e ativista político e cultural, José Luiz de França Penna, 72 anos, é presidente nacional do Partido Verde. Penna nasceu em Natal, mas é baiano por adoção. Foi vereador, deputado federal e secretário de cultura do estado de São Paulo. Penna acredita que um dos reflexos da descrença na política é a desmobilização da sociedade, dado que só interessa a quem detém o poder. Por isso ele propõe uma retomada de posição por parte de militantes, simpatizantes e ambientalistas para que o PV nessas eleições eleja uma bancada expressiva no Congresso.

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Eleições 2018
“Temos que derrubar essa cláusula
de barreira no voto”, diz Penna
Para o presidente nacional do PV, José Luiz Penna, nessas eleições, para
obter êxito o partido deve adotar um discurso tático, tendo em vista seu
plano programático e estratégico.
— Quais as expectativas para as eleições para este ano?
— Acredito que lei eleitoral vigente, produzida com espírito pouco
democrático – justamente por buscar o enxugamento artificial do quadro
partidário em nome da governabilidade – é uma mentira. O que acontece é
que essa proliferação de partidos sem sentido algum decorre de uma ficção
que é o presidencialismo de coalizão ou de cooptação, como queiram. É
uma distorção de que se nutre o sistema para poder sobreviver, para
garantir a governabilidade a partir do esfacelamento partidário.
Defendemos a pluralidade partidária e o direito da sociedade de produzir
quantos partidos sua inspiração mandar. Evidentemente dentro de um
contexto de legitimidade e correlação de forças.
— Com o início dos resultados da Operação Lava Jato e a prisão de
vários dos envolvidos, como o sr. acha que será o comportamento do
eleitor deste ano? Mais consciente, fiscalizador, exigente?
— Eu não tenho nenhuma expectativa favorável a uma maior seletividade
do voto. Acho que temos que brigar voto a voto com as forças
conservadoras, que avançam no Congresso. O PV se empenha para eleger
uma expressiva bancada na câmara dos deputados e lograr êxito diante
dessa cláusula de barreira.
— Com a fragilidade no uso de dados das pessoas nas redes sociais e a
possível manipulação de informações – inclusive com a proliferação
das fake news – como o sr. avalia a consolidação das campanhas
eleitorais nas redes sociais em 2018?

É inegável que as redes sociais terão mais força agora do que na eleição
passada. Mas não acredito que seja um fator que vá definir o pleito. É
preciso fazer uma distinção: as redes têm um significado maior nas eleições
majoritárias. Nas proporcionais as redes já não têm o mesmo peso.
Acredito que o que conta para quem concorre a uma vaga no Legislativo
ainda é o corpo a corpo físico, não precisamente o virtual, sem abrir mão
dele, claro…
— O que as pessoas que estão encarando o desafio de disputar uma
eleição pelo PV precisam ter em mente para levar o ideário verde
adiante?
— Como diria Gabeira vamos supor que o Brasil existe. Então acredito que
essa é uma discussão entre o tático e o estratégico. Sem ferir a estratégia
buscamos o discurso tático. Significa que é preciso ter sempre no horizonte
as nossas causas programáticas, que são a nossa razão de ser. Temos que
lutar pra fazer valer nossos princípios. Mas devemos ter também a exata
dimensão desse eleitorado, que tem revelado um crescente
conservadorismo, e discutir questões que a ele são permeáveis. E claro isso
depende muito da sensibilidade de cada candidato.

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