Por Márcio Maia
Sanções da lei devem recair sobre todos os que praticarem atos ilícitos, diz a presidentaRoberto Stuckert Filho/PR
Sanções da lei devem recair sobre todos os que praticarem atos ilícitos, diz a presidentaRoberto Stuckert Filho/PR

A presidente afastada da República, Dilma Rousseff (PT), afirmou que continua lutando por sua permanência na Presidência da República por entender que recebeu o mandato por escolha de mais de 54 milhões de brasileiros. “A base da Democracia é o respeito às decisões da maioria da população. Eu estou pronta para defender a Democracia”. As declarações foram feitas em entrevista ao apresentador Geraldo Freire, da Radio Jornal.

Ela afirmou acreditar que existem fortes possibilidades de retornar ao cargo, porque na votação da admissibilidade do processo, 22 senadores foram contrários ao impedimento. “Sendo assim, se os mesmos continuarem contrários, só serão necessários seis ou sete votos para que o pedido seja rejeitado”, contou, adiantando que tem mantido contatos com diversos parlamentares, explicando sua situação, garantindo que não praticou qualquer ilegalidade nem crime de responsabilidade, como têm afirmado os oposicionistas a ela.
Demonstrando confiança, apesar de ter feito elogios ao ministro Henrique Meirelles a quem considerou uma pessoa correta e competente. “Meirelles tem méritos, mas cada governo deve ter sua equipe, portanto com a minha volta, vou trocar os nomes do ministério”.
Sobre as declarações atribuídas ao publicitário João Santana e a sócia dele Mônica Moura, de que tinham recebido US$ 4,5 milhões em uma conta na Suíça, como pagamento de trabalho na campanha dela de 2010, a presidenta foi enfática ao negar. “Na minha campanha, eu procurei sempre pagar valor que achava que devia. Se houve pagamento através de caixa 2, não foi com meu conhecimento e muito menos com minha autorização”.
Ela garantiu ainda que não está fazendo sua mudança para Porto Alegre, onde mora sua família, como tem sido noticiado, “Tudo que eu tenho está no Palácio da Alvorada, em Brasília, e só vou tirar de lá em janeiro de 2019 e, assim como aconteceu com Lula, vão ser necessários alguns contêineres, pois é muita coisa”.
LULA – Sobre as declarações de Lula de que ela teria mudado de opinião mexendo no bolso do trabalhador após ser reeleita, o que fez com que sua popularidade diminuísse, ela rebateu. “Não acredito que mexi no bolso do trabalhador. O que nós corrigimos no seguro-desemprego e nas pensões, e principalmente no seguro-defeso, foram coisas que estavam incorretas, pagando pessoas que não eram pescadores, por erro de cadastro. Eu mexi em distorções da lei”.
Sobre o recente aumento concedido aos servidores públicos federais pelo presidente interino Michel Temer (PMDB), a petista disse que não tem nada contra o reajuste, mas acha o momento complicado para esse tipo de medida. “Os servidores são merecedores, mas não acho que, diante da situação difícil do País, se devesse dar aumento para aqueles que ganham mais. Seria melhor manter a faixa 1 do Minha Casa Minha Vida”, asseverou, adiantando que Temer aumentou o valor dos empréstimos imobiliários para R$ 3 milhões e cortou o subsídio para os imóveis de menor valor.
Ela ainda falou sobre a saída de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados. “A Câmara Federal sofreu uma melhora. Querendo ou não, não é mais o nosso infeliz Eduardo Cunha”. Dilma disse que, mesmo não tendo aproximação política com o DEM, espera que o novo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tenha uma atuação absolutamente republicana.

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