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Por Fernando Castilho no Blog JC Negócios

Apesar da aparente tranquilidade, exposta na publicidade oficial do partido no rádio e TV e ainda nos outdoors comemorando as conquistas da gestão, o PSB de Pernambuco vive o seu momento mais crítico em termos de perspectiva de poder a ponto de ancorar na reeleição do prefeito do Recife, Geraldo Júlio, todo seu futuro.

Geraldo Júlio virou “Prioridade Um” para a agremiação. E isso vai do governador Paulo Câmara aos vereadores da Câmara do Recife. Reeleger o prefeito é a senha para o PSB se reinventar como partido sem Eduardo Campos.

Geraldo Júlio tem, naturalmente, as maiores chances no pleito de 3 de outubro. Está no cargo, tem uma bancada de quase 90% dos vereadores e uma coligação de deve gerar pelo menos 500 candidatos pedindo votos para ele.

Tem ainda o apoio integral do governador que, apesar das dificuldades, tem ajudado-o com verbas como no inusitado caso do repasse de R$ 10,54 milhões à Prefeitura do Recife, referente à quitação de débitos com a Taxa de Limpeza Pública (TLP) devida por 89 imóveis do Estado, datados desde 1979. Ou da transferência direta de verbas do FEM para que ele conclua, até maio, o Hospital da Mulher cujo projeto pronto e acabado, Eduardo Campos lhe presenteou no dia da posse em 2013. Ou seja, teoricamente, Geraldo só pode perder para ele mesmo. E é aí que mora o perigo.

Assim como Paulo Câmara, Geraldo Júlio sem Eduardo Campos dificilmente venceria uma eleição de síndico do prédio onde mora. Eles estão nos cargos que ocupam pelas mãos e ações – no caso de Geraldo Júlio – e pelo tributo (no caso de Paulo) a Eduardo Campos, após sua morte meses antes da eleição de 2015. Os dois sabem disso, e não escondem de ninguém, que Eduardo Campos não era apena seu líder, mas sua razão de existência como entes políticos que os escolheu a dedo para os dois cargos.

O problema é que Eduardo Campos já não está entre nós. E a tragédia do dia 13 de agosto de 2014 não deixou só Geraldo Júlio e Paulo Câmara órfãos politicamente. Deixou o PSB sem um comando efetivo e inquestionável. Claro que, institucionalmente, o líder maior é o governador. Claro que o partido com a quantidade de deputados eleitos e o controle absoluto na Assembleia Legislativa é a grande força política. Mas, sem Eduardo…

E é por isso que o PSB precisa reeleger Geraldo Júlio. Porque, se a conta desse poder for feita ao contrário, é fácil observar que fora da Prefeitura do Recife, o PSB corre o risco de não ter força política para reeleger, também, Paulo Câmara se ele decidir disputar em 2018.

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