Terminais em Santos e Suape estão no foco dos investimentos da Maersk

Maersk, por meio de sua subsidiária APM Terminals, prevê investir R$ 5,2 bilhões em terminais no Brasil até 2026, revelou o Valor. No plano, o Brasil Terminal Portuário (BTP), em Santos (SP), que a empresa opera em sociedade com a TIL, do grupo MSC, receberá até R$ 2,2 bilhões em obras de ampliação e modernização. Faz parte também a construção de um novo terminal no Porto de Suape (PE), que exigirá R$ 1,6 bilhão.

Em operação desde 2013, o terminal de movimentação de contêineres BTP está localizado na margem direita do Porto de Santos, em uma área projetada de 430 mil m², e tem capacidade de movimentação anual de 1,5 milhão de TEUs. Segundo a empresa, a localização privilegiada e o atendimento de rotas globais são algumas das principais características do terminal.
APM quer agilizar a renovação do BTP com o governo federal, negociando a prorrogação do contrato, que vence em 2027, por mais 20 anos. Com isso resolvido, a perspectiva é iniciar as obras para ampliar e modernizar o terminal, com investimentos que podem variar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2,2 bilhões, a depender das intervenções adicionais a serem realizadas.
A companhia tem interesse também em um novo terminal de contêineres em Santos, o STS 10, localizado em área contígua ao BTP. Nesse caso, a empresa e sua sócia TIL aguardam definição do governo atual para que possam concorrer juntas também neste caso. Isso porque o governo anterior decidiu que as empresas poderiam disputar individualmente, mas não em parceria, para atender a questionamentos sobre concentração de mercado feitos por outros operadores portuários.
Para o presidente da APM Terminals, Keith Svendsen, o Porto de Santos está próximo do limite e precisa dobrar de capacidade. Segundo ele, há necessidade urgente de investimentos, tanto para garantir o aprofundamento do canal de acesso, o que permitiria a entrada dos novos navios – de maior porte e mais eficientes –, quanto para ampliar a capacidade do complexo portuário. “O porto está 92% cheio hoje. Globalmente, quando um porto atinge 80% de sua capacidade, a operação já fica difícil. Acreditamos que seria preciso dobrar a capacidade de Santos no futuro”, afirmou ao Valor.
Já em Suape, a APM se prepara para construir um novo terminal, em uma área do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) que está em fase final de aquisição, segundo apurou o jornal. O investimento total previsto é de R$ 2,6 bilhões. Para a primeira etapa, a ideia é alocar R$ 1,6 bilhão no terminal, que é uma obra nova.
Para além dos investimentos em Santos e Suape, o pacote de inversões da companhia também prevê multiplicar por cinco a capacidade de armazenagem no Nordeste e Sudeste, além de realizar melhorias no terminal de Itapoá (SC), em logística e serviços. Atualmente, a APM opera outros quatro terminais portuários no Brasil: Itajaí (SC), Paranaguá (PR), Rio Grande (RS) e Pecém (CE).

Fonte: Revista OE