Bastou este blog anunciar que daria o start das pesquisas eleitorais no Recife e Região Metropolitana para que surgissem movimentos isolados nessa direção. O primeiro se deu, hoje, com a pesquisa divulgada pela CBN, através de um instituto desconhecido até pelos caruaruenses em sua quase totalidade: Simplex. Com a curiosidade de repórter, apurei que a proprietária da empresa é ex-companheira de Diogo Bezerra, atual secretário da Fazenda de Caruaru, hoje administrada pela tucana Raquel Lyra.

Além de nunca um instituto de Caruaru se dar ao luxo e a ousadia de medir o termômetro eleitoral da capital, o resultado aponta Daniel Coelho, do Cidadania, em primeiro lugar, contrariando todos os levantamentos anteriores envolvendo uma disputa acirrada entre João Campos (PSB), Marília Arraes (PT) e Mendonça Filho (DEM). Coincidência ou não, Daniel é o deputado federal apoiado por Raquel em Caruaru.

E, no caso do Recife, a tucana que governa a capital do Agreste trabalha para levar o PSDB, seu partido, a apoiar Daniel. O que causa surpresa no levantamento Simplex, que não é tão simples como se apresenta, é que os números são apresentados com casas decimais, algo que não é padrão entre os grandes institutos de pesquisa nacionais (como IBOPE, Datafolha e Ipespe), que arredondam seus números, justamente para não darem uma impressão de exatidão dos resultados, já que eles são amostrais, e por isso, naturalmente, têm uma margem de erro implícita.

Esses institutos não divulgam a casa décima para não criarem uma ideia de exatidão, de precisão dos resultados, algo que a casa decimal passa a quem os ouve. Em comparação com institutos sérios e com dimensão nacional há outra diferença gritante e uma incoerência: foram colocadas nos discos as opções “branco” e “nulo”. Grandes institutos não fazem isso. Essas opções são espontâneas do entrevistado para IBOPE, Datafolha e demais institutos sérios. Isso, com certeza, induziram ao alto número de votos não válidos citados na pesquisa.Em uma pergunta, ainda se reportando a esses discos “branco” e “nulo”, estes são mostrados em “fatias” diferentes e em outras perguntas, de forma agregada. Algo muito estranho, sem um padrão. Por quê? Na divulgação pelo rádio, Daniel Coelho é apresentado como candidato do PSDB. Já na divulgação pelo site, a possível candidata do Podemos é citada como “delegada” Patrícia Domingos, como de fato ela é conhecida no mundo político e entre os eleitores de Recife.

Porém, no questionário registrado junto ao TRE, ela foi apresentada aos 500 entrevistados apenas como Patrícia Domingos, sem o cargo que a tornou conhecida na cidade e a impulsionou à vida pública. Tanto isso é verdade que na própria divulgação no site da rádio ela é descrita como Delegada Patrícia Domingos. Por que essa omissão aos entrevistados? Ainda sobre a possível candidata do Podemos, ela, assim como Alberto Feitosa, pré-candidato do PSC, não constam em outras simulações do questionário registrado no TRE. Por quê?

Há, Inclusive, outra deficiência nessa divulgação: a falta da apresentação dos resultados das demais questões: mais duas simulações de voto reduzidas (qual o parâmetro para essa redução de listas?) Por que a delegada Patrícia Domingos não consta nas simulações menores, já que está empatada tecnicamente com Mendonça Filho, testado nessa simulação reduzida? Além disso, não foi divulgada a rejeição dos candidatos e o maior problema da cidade do Recife, ambas constantes no questionário registrado na justiça eleitoral.

Matéria transcrita do blog de Magno Martins

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fechar