A recondução de Romildo Rolim à presidência do Banco do Nordeste teve repercussão positiva entre empresários, que avaliam que o desafio é facilitar o acesso ao crédito, principalmente, para empresas menores

Por Redação Diário do Nordeste

Postado por Marcos Lima Mochila

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Cerimônia de posse de Romildo Rolim na sede do BNB em Fortaleza (Foto: Foto: Helene Santos)

A recondução de Romildo Rolim ao cargo de presidente do Banco do Nordeste (BNB) Na noite da quarta-feira passada (24) teve repercussão positiva no setor produtivo. Para os empresários e economistas, o momento atual requer medidas rápidas para desburocratizar o acesso ao crédito. Para o diretor geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), João Mário Santos de França, o banco precisa ampliar o alcance do crédito, principalmente, para as micros e pequenas empresas.

“As micros e pequenas empresas são as que mais têm dificuldade de acessar crédito em instituições privadas e bancos públicos. O BNB tem o papel de atenuar essa crise aumentando as linhas de crédito e as tornando mais acessíveis e menos burocráticas”, pontua.

Ele também afirma que a recondução de Rolim é natural e sem surpresas. “Ele vinha fazendo um bom trabalho na parte financeira e de crédito do banco. O mais importante agora para a instituição é ter um nome definitivo porque sem isso cria uma instabilidade para o banco. É importante que as instituições financeiras tenham estabilidade e não fiquem nessa rotatividade. Mais estáveis elas podem planejar suas políticas”.

Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e empresário da construção civil, André Montenegro, a prioridade do BNB neste momento de crise também é tornar o acesso ao crédito para as empresas mais fácil. “O acesso ao crédito ainda é muito burocrático e restritivo. Facilitar no momento difícil da economia em que as empresas estão precisando de capital para poderem recomeçar as atividades é essencial”.

Montenegro diz que Rolim, como presidente do BNB, tem um trâmite e um diálogo bom com o empresariado. “Na indústria, ele é muito respeitado. Tem um diálogo muito bom, é uma pessoa acessível e é um grande retorno para o banco”, avalia.

O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL), Freitas Cordeiro, concorda que o desafio é a desburocratização na entrega do crédito. “E eles (BNB), não tenha dúvida, procuram diminuir essa burocracia. Existem normas dentro do sistema que impedem a liberação do crédito. Então o BNB precisa ter cautela. Infelizmente, as nossas empresas já estão com os limites estourados por conta do momento. Elas já não têm margem para o crédito e é preciso vir normas maiores com mais flexibilidade”, completa.

Cordeiro afirma ainda que a notícia de recondução de Rolim à presidência do BNB foi recebida com animação pelo setor produtivo cearense. “É uma presidência de resultados. Então é mais do que justo para ele a recondução, e muito oportuna para todos nós neste período de travessia da pandemia. O Romildo é uma pessoa que trouxe resultados extraordinários para o banco. Foi uma notícia alvissareira para todo o setor produtivo”.

Troca-troca

Romildo havia sido substituído por Alexandre Borges Cabral. Mas Cabral foi exonerado do cargo menos de 24 horas depois de assumir a presidência do BNB.

Com a saída de Cabral, Antônio Jorge Pontes Guimarães, diretor financeiro de crédito, acumulou cargos e ficou como presidente interino do Banco desde o último dia 3 de junho.

Cabral havia sido escolhido pelo Governo Federal após negociações com partidos políticos no Congresso Nacional. Mas a publicação de uma reportagem do jornal Estado de São Paulo que indicava o administrador como alvo de uma investigação do Tribunal de Contas da União fez o Governo retroceder e confirmar a exoneração. Cabral ocupou a presidência do BNB por menos de um dia.

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