Por Márcio Maia

 

           campina_grande_maior_sao_joao_do_mundo_mensagem_respeito_lgbt_contra_homofobia A última notícia sobre o assunto que deixou muita gente revoltada foi a de que a cantora Marília Mendonça será a principal atração no dia 23, véspera do São João, no palco principal do que já foi chamado “Pátio do Forró”. É mais uma demonstração clara do desrespeito desses tidos “empresários artísticos” com as culturas do povo paraibano.

            Enquanto isso, nomes importantes da música paraibana, como Elba Ramalho, Biliu de Campina e Alcymar Monteiro, estão fora da programação. É um verdadeiro absurdo que a Prefeitura Municipal de Campina Grande gaste recursos públicos para “bancar” apresentações de artistas que nada têm a ver com as tradições culturais daquela cidade.

            Os gestores públicos precisam entender que as verbas oficiais são destinadas a manter e promover atividades ligadas à cultura e à tradição. Não podem ser gastas com eventos que visam apenas o lucro de empresas privadas.

            O Ministério Público Estadual, o Tribunal de Contas do Estado e demais entidades estatais que controlam as despesas públicas precisam estar atentas à prestação de contas desses eventos. No nosso entendimento, os parcos recursos que dispomos aqui no Nordeste, estão sendo desvirtuados para outros propósitos.

            Além disso, também estão sendo deslocados para cantores e bandas de outras regiões do País descapitalizando nossos artistas e até desmotivando-os a continuarem seus trabalhos de tanta importância para manutenção de nossa personalidade. Enquanto os chamados “sertanejos” recebem cachês milionários, aos artistas nordestinos que efetivamente fazem nossas festas são oferecidos pagamentos verdadeiramente imorais.

            Para encerrar, faço uma pergunta aos governadores e prefeitos do Nordeste: Vossas Excelências já viram algum cantor da Paraíba, de Pernambuco ou até os axézeiros da Bahia se apresentando nas tradicionais Oktober Fest ou no Festival de Barretos?

Eu respondo: Claro que não. Sabem o por quê? Porque eles sabem manter as suas valiosas tradições culturais.

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