Por Franco Benites do Jornal do Commercio

O governador Paulo Câmara (PSB) convocou os secretários estaduais para uma reunião de “atualização de cenários” após o governo federal suspender, na última sexta-feira, a autorização para que Estados e municípios tenham acesso a operações de crédito junto a instituições  de financiamento.

“Vamos fazer uma leitura das consequências desse contigenciamento. Logo enviaremos a proposta de Lei Orçamentária para 2016 para a Assembleia Legislativa e há uma discussão que precisa ser feita a partir das novas variáveis que estão sendo colocadas. O cenário econômico pode demandar uma nova pactuação orçamentária”, destacou o secretário de Planejamento e Gestão, Danilo Cabral.

O encontro com o secretariado estava previsto para esta sexta-feira (20), mas o governador aguardará a divulgação final da agenda da presidente Dilma Rousseff (PT) em Pernambuco para então decidir se reprograma a reunião.

De acordo com Danilo Cabral, o governo estadual pode até mesmo mudar a execução do seu mapa da estratégia, que reúne o conjunto de metas estipuladas para os próximos quatro anos. “Finalizamos um conjunto de quase 300 objetivos estratégicos para iniciar o ciclo de monitoramento. Há a possibilidade de fazer uma redifinação desses objetivos em função daquilo que está previsto. Isso é consequência da decisão do governo federal de suspender as operações de crédito”, disse.

Entre os governistas, o sentimento é de que a crise é de médio prazo e agora a meta é agir para não comprometer as contas estaduais no próximo ano. O governador e seus aliados estão preocupados porque se a União liberar o acesso às operações de crédito apenas no início de 2016, o dinheiro demoraria a chegar aos cofres estaduais devido à burocracia do processo. “Em um cenário otimista, seria algo em torno de seis meses”, afirmou Danilo Cabral.

REAJUSTES –
 Ao colocar a crise econômica no centro de uma conversa com o secretariado, o governador também manda aos sindicatos de servidores estaduais o recado de que tem tratado o tema com a devida seriedade.

No primeiro semestre, quando foi pressionado por conceder reajustes salariais, Paulo prometeu que voltaria a tratar do assunto logo após a conclusão do relatório fiscal do segundo quadrimestre. O documento ficará pronto no final deste mês e a gestão tem até o final de setembro para divulgá-lo.

Na reunião, a Controladoria Geral do Estado (CGE), responsável por executar o Plano de Contigenciamento de Gastos (PCG) também apresentará um balanço do que foi feito até agora. O  PCG começou com a meta de reduzir em R$ 320 milhões os gastos com o custeio da máquina pública e recentemente o valor foi dobrado. Com reunião na sexta ou na próxima semana, a ordem será uma só: continuar “apertando os cintos”.

 

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