Tag: Direitos Humanos

Agência Brasil – No próximo domingo (4), brasileiros irão às urnas eleger 30 mil novos conselheiros tutelares, responsáveis por proteger crianças e adolescentes vítimas de qualquer tipo de violência. Esta será a primeira vez que os conselheiros serão escolhidos por meio do voto em uma eleição simultânea em todo o país. Eles terão mandato de quatro anos a partir de janeiro.

Instituídos pelo Estatuto da Criança e do Adolescentes (ECA), os conselhos tutelares começaram a ser instalados em 1990 e operam no enfrentamento à negligência, à violência física e psicológica, à exploração sexual e a qualquer forma de violação de crianças e jovens.

Qualquer pessoa com mais de 16 anos pode ajudar na escolha dos novos conselheiros. É preciso levar documento de identidade (com foto), título de eleitor e comprovante de residência. Para saber os locais de votação e conhecer a lista de candidatos, o cidadão precisa procurar o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente de sua cidade.

De acordo com a secretária de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do Distrito Federal, Jane Klebia Reis, os candidatos a uma vaga no conselho tutelar fizeram provas escritas e tiveram de apresentar documentos para comprovar trabalho prévio com jovens.

“A pessoa que se imagina capaz de ser conselheira tutelar, primeiro tem de passar por uma prova escrita, para avaliar o conhecimento sobre a rede da Justiça, as leis que protegem as crianças, enfim sobre o que é ser conselheiro tutelar. Em seguida, ela apresenta a documentação que inclui uma série de certidões judiciais e comprovação de experiência de pelo menos três anos em trabalhos com crianças e adolescentes. Todas as informações foram conferidas. Agora, essas pessoas vão passar pelo crivo da comunidade”, afirma.

Todos os conselheiros tutelares recebem remuneração. Em Brasília, o salário chega a R$ 4,8 mil por mês.

De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), o Brasil tem 5.956 conselhos tutelares instalados em 5.559 municípios. Somente seis municípios não têm conselhos instalados. Para cumprir a lei que protege os direitos de crianças e adolescentes, o país tem o desafio de criar mais 600 conselhos – para cada grupo de 100 mil habitantes deve existir uma unidade com cinco conselheiros.

“O conselho tutelar é um órgão não jurisdicional que atua na defesa dos direitos da criança e do adolescente, que muitas vezes são violados pela própria família”, define o conselheiro tutelar do município de Barcarena (PA), Genilson Ramos Assunção.

Barcarena tem 112 mil habitantes e dois conselhos tutelares. “Aqui há muitos casos de abuso sexual, de abandono de incapaz e de exploração do trabalho infantil. Em geral, as denúncias chegam por telefone, porque as pessoas não gostam de se identificar. Nos casos de maus-tratos, normalmente pessoas próximas, da comunidade, vêm pessoalmente fazer a denúncia”, destaca o conselheiro.

Condições precárias

Para o presidente da Associação Nacional dos Conselheiros Tutelares, Davidson Nascimento, o desafio de cuidar dos direitos dos jovens muitas vezes esbarra nas condições precárias de funcionamento das unidades.

“O conselheiro não consegue encaminhar um relatório para o governo federal informando a situação porque não tem internet”, relata Nascimento. De acordo com ele, a falta de infraestrutura deixa os conselheiros desmotivados. “Ficam frustrados com os encaminhamentos. Às vezes não conseguem fazer sequer uma visita, por falta de automóvel. Quando tem automóvel, não tem gasolina.”

A Secretaria de Direitos Humanos informa que já repassou às prefeituras 2.122 kits para ajudar no trabalho diário. Esses kits são compostos de um carro, cinco computadores, uma impressora multifuncional, um bebedouro e um refrigerador. Mais 1.500 estão em licitação.

“Começamos doando para os municípios que sediariam jogos da Copa das Confederações, depois da Copa do Mundo, municípios de fronteira e os que registraram maiores índices de denúncias do Disque 100”, afirma o coordenador da Política de Fortalecimento de Conselhos da SDH, Marcelo Nascimento.

Números da violência

No primeiro semestre deste ano, o Disque 100 recebeu 66.518 denúncias de violações de direitos humanos, sendo 42.114 referentes à violência contra crianças e adolescentes (63,3%).

A violência contra idosos ficou em segundo lugar, com 24,2% do total de denúncias. Em seguida vêm as pessoas com deficiência (7,3%), em restrição de liberdade (2,6%) as populações LGBT (0,8%) e em situação de rua (0,5%). Quilombolas, indígenas, ciganos, comunicadores, religiosos e vítimas de conflitos agrários e fundiários, somados, equivalem a 1,4% das ligações para o serviço.

A principal violação, no caso de crianças e adolescentes, é a negligência dos responsáveis, presente em 76,3% das denúncias. A violência psicológica foi reportada em 47,7% das chamadas, seguida de agressão física (42,6%) e abuso sexual (21,9%). Em 45% das denúncias, a vítima é menina e em 39%, menino. Não há informação de gênero nas demais.

Mais da metade (51,5%) dos casos registrados pelo Disque 100 foram encaminhados diretamente ao Ministério Público, mas em 36,4% a SDH repassou as denúncias aos conselhos tutelares, que têm o papel de orientar as famílias e proteger as crianças e os adolescentes.

“No Brasil nós ainda temos uma grande dificuldade no funcionamento efetivo dos conselhos. A formação dos profissionais requer grandes investimentos. Então, é um desafio a ação qualificada dos conselhos tutelares”, destaca a gerente executiva da Fundação Abrinq, Denise Cesario.

A qualificação e orientação dos conselheiros pode ser feita tanto por órgãos governamentais quanto por entidades da sociedade civil.

Por Márcio Maia

A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), assim com tantas outras existentes em outras partes do Mundo, foram criadas após a II Guerra Mundial, com o objetivo de promover a paz e a ordem. É que a Humanidade estava perplexa com a brutalidade das batalhas e, principalmente, com a barbárie que foram as duas explosões das bombas atômicas jogadas por aviões dos Estados Unidos no Japão.

Hoje, muitas décadas depois, essas entidades não têm mostrado força e nem têm merecido o respeito dos poderosos do Mundo. Suas decisões não são levadas a sério e ninguém obedece a suas determinações, embora a ONU mantenha em funcionamento o “pomposo” Conselho de Segurança”, composto por cinco das mais importantes Nações.

Existem alguns fatos que são muito claros e que constatam essas afirmações acima. Por exemplo: Depois que Sadham Hussein começou a enfrentar os EUA e prejudicar os interesses das grandes empresas multinacionais do ramo do petróleo, passou a ser considerado um demônio. De uma hora para outra, as agências de notícias passaram a considerá-lo um ditador perverso e autoritário. Pouco depois, o tal conselho da ONU proibiu a invasão do Iraque mas, mesmo assim, as tropas americanas invadiram o antigo país irmão e derrubaram tudo, mataram milhares, estupraram mulheres e tantas outras barbaridades.

Em outra ocasião, a mesma ONU determinou que Israel desocupasse as terras invadidas na Palestina. A ordem não foi levada em consideração e as Colinas de Golan, a Faixa de Gaza e grande parte da cidade sagrada para os cristãos, Jerusalém, continuam sob o domínio dos judeus.

Agora é a vez da OEA convocar autoridades pernambucanas a comparecerem a uma reunião na Costa Rica para “esclarecer” denúncias de irregularidades em presídios pernambucanos. Enquanto os atentos técnicos e observadores da OEA mantém-se vigilantes quando aos problemas em nosso Estado, os Estados Unidos mantém em Guantanamo, na ilha de Cuba, há meio século, um presídio cheio de ilegalidades, irregularidades e abusos de autoridade.

A ilegalidade dessa penitenciária é tão clara que as próprias autoridades militares americanas não transferem os presos de lá para os Estados Unidos. Sabe por que? Se isso acontecer, a Justiça americana mandará soltá-los imediatamente.

E onde estão os “atentos e irredutíveis defensores dos Direitos Humanos” da OEA e da ONU? Haja omissão, covardia e discriminação.

Fechar