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ANDRÉIA SADI/Folha de São Paulo
DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff avaliou nesta segunda-feira (17) a auxiliares que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quis pegar carona nos protestos contra o governo que ocorreram no domingo (16) ao sugerir a sua renúncia, segundo relato obtido pela Folha.

No entendimento da presidente, tucanos como Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra (PSDB-SP), pela primeira vez desde o início dos protestos, foram às ruas e tentaram, nas palavras de auxiliares, “tirar proveito da manifestação”. Por isso, para Dilma, FHC quis se posicionar para “não ficar para trás”. Para um assessor presidencial, o tucano “morde e assopra”.

Um dia após as manifestações, FHC disse, em mensagem divulgada em sua página no Facebook, que a renúncia seria um “gesto de grandeza” da presidente.

Dilma também achou “contraditória” a fala de FHC comparada com manifestações anteriores do ex-presidente, em tom mais moderado.

O texto desta segunda foi o mais duro recado já enviado a Dilma pelo líder tucano e representa uma tentativa de aproximar o PSDB do sentimento expresso nas ruas. Segundo o Datafolha, 66% dos brasileiros são favoráveis à abertura de um processo de impeachment.

REAÇÕES

O secretário-geral nacional do PSDB, deputado federal Silvio Torres (SP), afirmou nesta terça (18) que a mensagem de FHC deve ser adotada como linha principal de atuação do partido a partir de agora.

Para ele, a defesa da renúncia de Dilma unifica o partido e deve orientar o discurso da sigla, inclusive no Congresso Nacional, diante do atual cenário de crise política.

Nesta segunda, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), classificou a declaração de Fernando Henrique como um “grave equívoco”, “demonstração de ressentimento e inveja” e que revela uma “pequenez política” por parte do tucano, que age como “líder de torcida”.

 

De Brasília;

Ana Cristina Santos

A Câmara dos Deputados realizou na manhã desta quarta-feira (12), sessão solene em homenagem ao ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, falecido em um acidente aéreo em agosto do ano passado.

O ato contou com a presença da família do homenageado que ouviu da mesa do Plenário Ulysses Guimarães as expressões de parlamentares e líderes partidários das mais diversas siglas.  O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, também participou da solenidade.

A deputada Luciana Santos foi à tribuna representando o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), do qual é presidenta. Durante o discurso ressaltou o dinamismo de Eduardo Campos ao levar para o estado de Pernambuco investimentos em setores estratégicos para a economia, a exemplo das indústrias farmoquímica, petroquímica e automobilística.

“Eduardo elevou a economia pernambucana para outro patamar, introduzindo a indústria naval, a petroquímica, a indústria de farmoquímicos e a indústria automobilística. Os setores mais dinâmicos da economia hoje estão presentes em Pernambuco; graças à unidade e vontade política desenvolvida em uma grande parceria entre Lula e Eduardo, mas sem dúvida, se não fosse a capacidade de sua equipe e sua capacidade de liderança esses feitos não teriam os resultados atingidos”, salientou.

Luciana lembrou que Campos acreditava na inteligência e no conhecimento como maior patrimônio de um povo e que esse princípio está expresso nos indicadores de muitas políticas iniciadas em sua gestão e que agora são continuadas pela gestão de Paulo Câmara. “Gostaria de destacar especialmente esse último resultado da educação, o resultado do Enem em que das primeiras 10 escolas públicas do país que tiveram as melhores notas no Exame, seis estão em Pernambuco”, ilustrou.

Ao se referir ao cenário político atual Luciana destacou que embora não seja possível ter certeza de qual seria o posicionamento de Eduardo, acreditava que ele estaria defendendo a democracia e o crescimento do país. “Como disse aqui Carlos Siqueira, não sabemos em que posição política ele estaria como presidente (do partido), na situação ou na oposição, mas de uma coisa eu tenho certeza ele estaria defendendo a democracia , estaria agregando, estaria defendendo um pacto no Brasil para retomar o crescimento e defender a economia nacional”.

Luciana finalizou sua intervenção dedicando considerações sobre sua convivência com Eduardo Campos, a quem classificou como um amigo leal e solidário, e também “um pai extraordinário, filho afetuoso, marido que além do amor e afetividade que sempre demonstrou por Renata, também trazia um traço feminista. Uma pessoa que valorizava o papel de Renata, a quem ouvia para tomada de decisões seja no âmbito político seja na vida pessoal”.

“A sua alegria e bom humor sem dúvida era fruto da convicção que ele tinha que esse país tem jeito. Um homem que semeava esperança”, classificou.

 

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