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Por Márcio Maia

Os governadores dos Estados estão fazendo uma enorme pressão junto ao Governo Federal para conseguirem uma diminuição no pagamento das dívidas estaduais, sob a alegação de que não podem pagar o que devem. Em dezembro do ano passado, a dívida era de R$ 497 bilhões. A enorme pressão vem sendo comandada pelo governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) porque eles devem quase a metade. Nada menos de R$ 221 bilhões.

Além de São Paulo, que é tido como o Estado mais rico da Federação, Minas Gerais deve R$ 79 bilhões, o Rio de Janeiro deve R$ 70 bi e o Rio Grande do Sul tem o débito de R$ 52 bi. Juntos, portanto, os quatro devem R$ 422 bilhões. Portanto, 85 por cento do total da dívida.

Agora, eu faço uma pergunta a você, leitor. Vale a pena um governador esforçar-se para manter seu orçamento equilibrado, como acontece com Pernambuco hoje? Enquanto nosso Estado nos últimos oito anos vem fazendo um enorme esforço para manter as finanças em ordem, os “ricões” gastam à vontade.

O pior de tudo é que os maiores devedores são os Estados de São Paulo e Minas, governados por políticos do PSDB, partido que se diz o responsável pela implantação do regime de controle fiscal no Brasil. Será que esses gestores não estão praticando as tão famosas “pedaladas fiscais”? Ou têm outro nome essas trambicagens?

Enquanto os governadores do Nordeste se esforçam para cortar dívidas, enxugar a máquina, demitindo funcionários, baixando salários e deixando de realizar obras, os demais deitam e rolam em despesas. Por coincidência, o movimento para cassar o mandato da presidente Dilma Rousseff, encabeçado pelo PSDB e DEM, tem como mote principal o gasto de dinheiro sem o lastro necessário. E o que os quatro governadores devedores estão fazendo? Não são pedaladas?

O bom lembrar que as dívidas desses Estados começaram a crescer em 1991. De lá pra cá, já aconteceram vários perdões e desdobramentos dos pagamentos. Do jeito que as coisas vão, o melhor é gastar e depois exigir o perdão das dívidas com aquela velha frase adorada pelos caloteiros:

Devo não nego, pago quando puder.

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