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Iolando Lourenço – Repórter da Agência Brasil
Um grupo formado por 22 deputados do PMDB lançou hoje (1º), na Câmara dos Deputados, um manifesto para mostrar que não é o partido como um todo que está declarando apoio ao governo. Os deputados aproveitaram as negociações que estão sendo feitas para a reforma ministerial, na qual o PMDB deverá ocupar mais dois ministérios, para se declararem independentes e contrários à negociação de cargos no governo.

“Lançamos um manifesto para mostrar à sociedade que não é o PMDB inteiro que está indo no caminho de negociar cargos em troca de apoio. Acho que a sociedade está dando demonstração clara de que é hora de uma nova política e não aquela política tradicional do toma lá dá cá”, disse o deputado Lúcio Viera Lima (PMDB-BA), um dos integrantes do grupo.

O deputado disse que, com essa atitude, a população pode perceber que um terço da bancada do PMDB é contra a troca de apoio por cargos no governo. “[Com o manifesto] a gente dá um recado à cúpula partidária e a sociedade”, disse Vieira Lima.

No manifesto, os deputados falam da insatisfação com o quadro atual em que se encontra o país com a “inflação, desemprego, desindustrialização e desarranjo das contas públicas”. Afirmam, ainda, “que o PMDB nunca foi sequer convidado a participar das decisões governamentais que levaram a essas crises”.

Os 22 peemedebistas dizem, no manifesto, que discordam de qualquer negociação de cargos no governo: “Não é com esse tipo de atitude que a profunda crise geral deve ser enfrentada, e sim com posturas que recuperem a credibilidade perdida”.

O documento foi assinado pelos seguintes deputados: Alceu Moreira (RS), Baleia Rossi (SP), Carlos Marun (MS), Celso Maldaner(SC), Darcísio Perondi (RS), Dulce Miranda (TO), Edinho Bez (SC), Flaviano Melo (AC),Geraldo Resende (MS), Jarbas Vasconcelos (PE), José Fogaça (RS), Josi Nunes (TO), Laudívio Carvalho (MG), Lúcio Vieira Lima (BA), Mauro Mariani (SC), Osmar Serraglio (PR), Osmar Terra (RS), Rogério Peninha Mendonça (SC), Ronaldo Benedet (SC), Roney Nemer (DF), Valdir Colatto (SC) e Vitor Valim (CE).

O líder do partido, deputado Leonardo Picciani (RJ), disse que a postura da grande maioria da bancada é de apoiar o governo, o qual vem apoiando desde o primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff: “O apoio ao governo foi decidido em reunião da bancada de mais de cinco horas, onde foi votada a posição e muitos da lista [que assinaram o manifesto] votaram a favor”, disse o líder.

Picciani informou que já recebeu “informe” de alguns deputados que assinaram o manifesto que disseram que não tiveram a intenção de fazer um contraponto à posição da bancada e que entendiam como uma posição construtiva de sugestão ao país.

De acordo com o líder peemedebista, a posição que vale é a tomada na reunião da bancada onde todos tiveram o direito de se manifestar. “Não há divisão no PMDB. Há uma diferença de posições, a maioria expressiva da bancada se posicionou no sentido de apoiar o governo e os nomes indicados para compor o ministério e cabe ao líder expressar a posição da maioria”, disse Picciani.

Segundo o deputado, o PMDB tem o compromisso de estar na base do governo, como esteve no primeiro mandato e está no segundo mandato, e como continuará no desenrolar desse mandato: “Eu tenho certeza que o governo conta com o apoio de muito mais do que dois terços dos deputados da bancada”.

Perguntado se está havendo algum impasse para a nomeação dos nomes indicados pelo PMDB, o líder disse que não há qualquer impasse e que está aguardando a definição da presidenta Dilma Rousseff sobre as indicações feitas pela bancada para a composição do ministério. O líder informou que foi oferecido à bancada o Ministério da Saúde e um ministério da área de infraestrutura.

Atualmente, o PMDB comanda seis pastas no governo da presidenta Dilma Roussef: Agricultura (Kátia Abreu), Minas e Energia (Eduardo Braga), Turismo (Henrique Alves), Aviação Civil (Eliseu Padilha), Portos (Edinho Araújo) e Pesca (Helder Barbalho)

Agência Brasil

Em mais um dia de conversas para definir os últimos detalhes da reforma administrativa que vai reduzir o número de ministérios, a presidenta Dilma Rousseff almoça hoje (1°) no Palácio da Alvorada, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Conselheiro político de Dilma, o ex-presidente tem participado das discussões sobre a nova composição dos ministérios.

Os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante; da Comunicação Social, Edinho Silva, e o assessor especial da presidenta, Giles Azevedo, também estão no Palácio da Alvorada.

Antes de seguir para o Alvorada, Dilma se reuniu com o vice-presidente, Michel Temer, que é também presidente do PMDB, partido da base aliada do governo que atualmente tem representantes em seis ministérios.

A presidenta Dilma Rousseff pretende cortar dez dos 39 ministérios de seu governo. Por isso, desde a semana passada se reúne com lideranças do PMDB e de outras legendas em busca do melhor desenho para a nova equipe.

A expectativa era de que a reforma ministerial fosse anunciada hoje (1º), mas em entrevista a jornalistas na noite de ontem (30) Michel Temer disse que o anúncio poderia ficar para a sexta-feira (2).

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