Postado por Marcos Lima Mochila
APURAÇÃO – Delegada Gleide Ângelo informou que esperará conclusão das investigações sobre episódio com deputado para se posicionar (Foto: Roberto Soares)
Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Alepe, a deputada Delegada Gleide Ângelo (PSB) pronunciou-se, nesta terça (25), a respeito das denúncias de agressão feitas pela companheira do deputado Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB). Para a socialista, é importante respeitar o curso das investigações da Polícia Civil e esperar a apuração ser concluída para comentar o caso. Já o parlamentar negou as acusações e destacou ter-se colocado à disposição das autoridades policiais. Por sua vez, as Juntas (PSOL) chamaram a atenção para os índices de violência contra o segmento feminino no Estado.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Delegacia da Mulher, no bairro de Santo Amaro, no Recife, a companheira de Marco Aurélio relatou ter sido agredida após discussão na noite do último domingo (23). Gleide Ângelo informou ter conversado com o deputado antes de abordar o episódio no Plenário. “Entretanto, é preciso deixar claro que não posso me posicionar ainda, pois tudo será esclarecido pela polícia, no momento oportuno. Depois disso, direi algo”, reforçou a parlamentar, durante o Pequeno Expediente.

Marco Aurélio elogiou a postura da colega e ressaltou que quer o esclarecimento do caso “o mais rápido possível”. “Tive uma discussão com minha companheira, pessoa que conheço desde a infância, no domingo. Na verdade, quem me agrediu foi ela. Isso já havia acontecido antes”, contou ele, que se disse surpreso com o registro. “Hoje, meus advogados estiveram na delegacia. Estou à disposição para ajudar no que for preciso. No fim, espero que a justiça seja feita”, complementou.
Violência contra a mulher – Ainda durante a Reunião Plenária, foi aprovada, por unanimidade, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 2/2019, de autoria de Gleide Ângelo. Conforme o texto, o artigo 5º da Carta Magna de Pernambuco, o qual trata da competência comum de Estado e municípios, contará com mais um dispositivo, passando a ser de responsabilidade desses entes também “combater todas as formas de violência contra a mulher e as causas de sua discriminação”.

Antes da votação da matéria na Ordem do Dia, a deputada já havia destacado a importância de se aprovar a iniciativa. “O enfrentamento à violência contra a mulher tem que ser constante. Já dispomos de diversos mecanismos, mas precisamos que a Constituição Estadual também tenha esse compromisso”, frisou, comentando ainda os números de Pernambuco. “Em 2017, foram contabilizados 37 mil boletins de ocorrência. Já em 2018, foram 39 mil. As mulheres estão denunciando mais, porém essa luta não é somente delas, é de toda a sociedade.”
A deputada Jô Cavalcanti, representante do mandato coletivo Juntas, também chamou atenção para os índices de violência contra a parcela feminina. Ela lamentou o registro de mais um caso de feminicídio no Estado, nesse último fim de semana. “Márcia Araújo da Silva foi jogada pelo companheiro da laje da própria casa. Os números em Pernambuco são alarmantes, sim. Não podemos ficar caladas. É preciso avançar na proteção à mulher”, pontuou.