O parlamentar é um dos indicados a receber o Troféu Leão do Norte – Brasil 2023
Por Marcos Lima
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Marcelo Mesquita, diretor-presidente da Revista Total, está mantendo conversas com os assessores do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL/SP), a fim de definir o local e a data em que o parlamentar será homenageado, quando irá receber o Troféu Leão do Norte – Brasil 2023.
Provavelmente, a homenagem será prestada no próprio gabinete do deputado, na Câmara Federal, em Brasília (DF).
Confirmação
Desde o início de agosto passado, o Partido dos Trabalhadores formalizou o apoio da legenda ao deputado do PSOL, como pré-candidato a prefeito de São Paulo nas eleições de 2024, em evento que ocorreu na sede do Sinsaúde, no bairro da Liberdade, que reuniu filiados e militantes para debater a organização partidária e tática eleitoral.
Pela primeira vez na história, o PT não lançará candidato cabeça de chapa para a prefeitura da capital paulista.
Guilherme Boulos é conhecido como umas das principais lideranças da esquerda do Brasil. Ele ingressou no Psol em 2018 e, em 2022, elegeu-se deputado federal por São Paulo, com cerca de 1 milhão de votos, sendo o mais votado de Estado e o 2º mais votado do país.
A formalização da pré-candidatura de Boulos para a chapa PSOL-PT, que é considerada por integrantes dos dois partidos como o principal marco até o momento da campanha eleitoral de 2024, foi uma promessa do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e vinha sendo discutido dentro do partido há meses.
Contando com esse importante apoio, Boulos vem trabalhando no sentido de mostrar que é um forte candidato e que já tem um norte a seguir nessa caminhada até o dia 6 de outubro.
Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan, nesta segunda-feira (02), o parlamentar mostrou que quer definir um perfil diferente do que se imagina dele.
Quem é Boulos
Guilherme Castro Boulos, de 41 anos, nascido em São Paulo (Capital), é historiador, formado em Filosofia pela USP e mestre em psiquiatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Já trabalhou como professor na rede pública de ensino de São Paulo, na faculdade Mauá, e na Escola de Educação permanente do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Aos 15 anos, Boulos ingressou no movimento estudantil, quando era militante da UJC (União da Juventude Comunista), e pouco depois conheceu o MST (Movimento Sem Terra) e depois MTST (Movimento Trabalhadores Sem Teto), em que foi coordenador até o início deste ano.
Durante a entrevista, Boulos foi firme ao rejeitar a nomenclatura de militante, radical e invasor. “Militante eu sinto orgulho. Militante é você se dedicar a uma causa, seja ela qual for, sem levar nada em troca”, disse.
Já sobre radical, ele disse que tem indignação com situações de pobreza estrema. “Eu sou uma pessoa que tenho um perfil de enfrentar um problema quando aparece. Não gosto de enrolação. Tive oportunidades que a maioria da população não tem, e decidi morar na periferia, onde eu moro até hoje, como deputado federal. Quem luta por moradia é radical? Na cidade mais rica de São Paulo, tem criança revirando lixo, e você não pode se indignar? Eu não acho radicalismo. Acho isso humanidade”, argumentou.
“O movimento que tenho 22 anos de participação, nunca invadiu uma casa. Eu desafio quem souber de uma invasão. O que o MTST faz? O movimento pega casa pela Lei do Estatuto das Cidades que devem mais impostos que o valor do próprio prédio, e o movimento ocupa para mostrar aos poderes públicos. Não há invasão da casa de ninguém”.
Sobre a pré-candidatura de São Paulo, Boulos contou, caso seja eleito, que vai ter um secretariado com paridade de gênero.
“Umas das coisas que eu acho fundamental para corrigir distorções no sistema político brasileiro é maior participação de setores da população que são mal representados. Pega, por exemplo, o Congresso Nacional: a sociedade brasileira tem 51% de mulheres, lá são 17%; na sociedade brasileira são 56% de pessoas negras, no Congresso Nacional são 22%. Se tiver o privilégio de ser prefeito de São Paulo, farei o possível para ter um secretariado paritário”, disse.
Sobre o aumento de impostos, o politico foi taxativo: “Não haverá aumento”. “Nenhuma possibilidade de aumento de IPTU ou de criação de novos impostos. Até porque São Paulo, hoje, não precisa disso! Há 35 bilhões parado em caixa. Ano que vem a cidade terá um orçamento de 112 bilhões de reais, o maior orçamento da história da cidade”, ressaltou, mostrando que está bastante inteirado das condições e das necessidades de São Paulo e de sua população.