Por Fred Lima

Na última semana, a revista Crusoé publicou matéria onde aponta supostos conflitos de interesse promovidos pelo governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB). A reportagem trouxe uma série de denúncias.
O problema é que o patrocínio do BRB para o Flamengo, por exemplo, não é e nunca será algo irregular ou imoral, visto a notoriedade do time (maior torcida do país), o que inclue os dois títulos obtidos em 2019 (campeão da Taça Libertadores da América e campeão brasileiro). Fora isso, a revista levanta uma lista de suspeições que não foram repercutidas por outros veículos de comunicação visto a fragilidade do material.
Denúncias sem provas não passam de denuncismo barato. Não se pode especular em torno da dignidade e da honra de qualquer cidadão, ainda mais em se tratando do governador da capital do país. Se a publicação tivesse apresentado provas de irregularidade de que o chefe do Buriti estivesse favorecendo amigos ou subordinados, utilizando a máquina pública para manipular o resultado de licitações, com certeza seria ato criminoso. Todavia, não foi o que aconteceu.
Compra de fazenda com dinheiro pessoal é outra forçação de barra. O comprador não pode ter a sua reputação destruída por conta das atividades do vendedor. Ibaneis não é alvo de inquérito nos negócios da família Picciani, investigada pela Lava Jato. Seria a mesma coisa de dizer que ninguém poderia comprar o carro à venda do ex-ministro José Dirceu devido sua condenação no escândalo do mensalão. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
A Crusoé também fala do apartamento de propriedade do governador cujo inquilino seria o presidente da Câmara Legislativa do DF, Rafael Prudente (MDB). Ora, o que tem de irregular se um político morar de aluguel ou de graça no apartamento de outro? Existe legislação que proíba tal negociação de caráter particular, não político? Não. É mais uma forma de manipulação para tentar manchar a honra de Ibaneis sem comprovação de ilicitude.
Existem outros itens denunciados pela revista, mas que, da mesma forma, carecem de material comprobatório, não passando de ilações inconsistentes no âmbito jurídico. Objeto periciado e comprovado serve de prova irrefutável. O que se viu foi a caça desesperada de pelo em ovo.
2021 é um ano pré-eleitoral. De agora em diante, falsas acusações podem surgir no horizonte. Volto a repetir: prova incontestável de irregularidade deve ser denunciada e investigada pelo Ministério Público, sendo julgada logo após pelos tribunais. Já denuncismo deve ser abominado pela população, pois esconde interesses escusos do submundo da política, onde se almeja o poder pelo poder, apenas.

Fonte Lupa política
Foto: Reprodução/Agência Brasília

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