O maestro Guedes Peixoto vai, agora, tocar na orquestra dos anjos

Com informações do Dr.Ney

Nesta madrugada deixou=nos o maestro Guedes Peixoto.

Seu sepultamento ocorrerá na tarde de hoje no Cemitério de Santo Amaro, onde está ocorrendo o velório na capela central.

Ao escrever o livro Carnaval do Recife (2019), o historiador Leonardo Dantas Silva incluiu a sua micro biografia, que aqui transcrevo: 

Mário Peixoto Guedes Alcoforado, nasceu em Goiana (PE), em 25 de janeiro de 1933 e falece no Recife, em 15 de novembro de 2020

Iniciou-se na carreira musical tocando trombone na banda Saboeira de Goiana, e continuou os seus estudos no Conservatório Pernambucano de Música com os professores Severino Revoredo e João Cícero. Foi também regente da Orquestra Sinfônica do Recife.

Estudou, ainda, com Valdemar de Almeida e, dentre outros, recebeu aulas particulares com o Padre Jaime Diniz. Em São Paulo, estudou com Cesar Guerra Peixe e Hans Joachim Kollreuter (responsável pela formação da, maioria dos músicos brasileiros), e estudou regência coral com Carlos Alberto Pinto Fonseca, além de um curso de especialização em trompa com Karl Ritcher, também cravista e organista alemão, fundador do Quinteto de Sopros e do Coral Bach, ambos de Munique – Alemanha.

Em temporada na cidade de São Paulo, exerceu função de diretor musical da TV Tupi e, em seguida, no Recife, assumiu a direção musical da TV Jornal do Commercio – Canal 2. Foi, durante muito tempo, diretor musical do Teatro de Ópera de Pernambuco, apresentando as óperas “La Traviatta” , “Rigoletto”  e “Tosca” de Verdi e “La Boheme” de Puccini.

Conduziu, por muitos anos, uma orquestra de frevos, que muito abrilhantou os salões do Recife e de capitais do Nordeste.

Guedes Peixoto também compôs músicas eruditas, sendo autor de peças como Maracatu para Piano, Ciranda para Orquestra, conduzido por Mario Tavares no Teatro de Santa Isabel em 1990, e Polifonia Nordestina,  em quatro movimentos.

Em 1975, a convite de Ariano Suassuna, então secretário municipal de Cultura, assumiu a Orquestra Sinfônica do Recife, permanecendo até 1982, quando veio a ser substituído por Eleazar de Carvalho, ficando ele na função de regente–assistente.

Independentemente de suas atribuições, tornou-se bacharel em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco, em 1977. Nesse período, exerceu, por muitos anos, na Ordem dos Músicos do Brasil – Secção de Pernambuco, as funções de Conselheiro e Presidente.

Algumas de suas obras:

O homem do guarda-chuva , Farrapo, Carnaval no Português. Também compôs os frevo0s de rua Reforma Agrária, Frevo da Saudade, Trumbicando e Suzy, 1970 e Frevioca 1980. Compôs, ainda, Não Perca Tempo, frevo canção, 1990.

Uma perda irreparável. Hoje, Pernambuco Cultural e o Brasil Musical estão mais pobres!

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