Especial: IRMÃO MADI ABRE O CORAÇÃO!

Mostrando humildade, o Irmão Madi confessa seus erros políticos, fala dos projetos futuros e se entrega a mais uma disputa à Câmara de Vereadores de Vitória de Santo Antão

Por Marcos Lima Mochila

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Irmão Madi, pré-candidato a vereador nas próximas eleições municipais, abre o seu coração, com muita humildade, e dá a mão à palmatória.

Um dos vitorienses mais queridos pela população, Irmão Madi foi três vezes candidato a vereador e uma a vice-prefeito e perdeu em todas elas. Como se explicar tantas derrotas, em se tratando, como dito acima, de uma figura tão querida?

Além dessa empatia do povo de Vitória, Irmão Madi tem uma personalidade que sempre foi voltada para o bem, sempre ajudando aqueles que dele precisaram.

Como funcionário do antigo Bandepe – tendo exercido vários cargos -, e gerente da Pedreira Vitória, onde deu muito de si pelo seu crescimento, ele só conquistou amigos.

Assim como na vida pessoal – em que ele sempre demonstrou ser um homem sério, honesto, muito apegado à família -, e funcional, ele também conquistou muitos amigos na Assembleia de Deus, da qual é membro há 23 anos.

Desde 2010, até recentemente, foi assessor parlamentar do deputado federal Pastor Eurico, conquistando, no segmento da política, mas uma plêiade de amigos.

Conforme prometemos na última quinta-feira (27/8), divulgamos aqui a entrevista exclusiva do Irmão Madi, para o Blog e a Revista Total.

Trata-se de um momento feliz de confissão de erros, de coisas a que não deu atenção, tão importantes para a vida do ser humano como, paralelamente, para uma candidatura política.

Uma prova de que ele está vivendo um momento diferente é um fato interessante. Madi teve pancreatite 5 vezes. De 10 pessoas que sofrem essa enfermidade, geralmente 9 morrem. Ele foi atendido 2 vezes no Hospital São Marcos, 2 vezes no Hospital Português (hospitais particulares) e uma vez em hospital público, no caso, o Otávio de Freitas. Em todas as vezes ele teve o livramento de Deus. E, durante a enfermidade, ele pensou muito na sua vida, na sua família, nos netos que teria que acompanhar e pediu a Deus humildade para reconhecer seus erros, passar a ser uma pessoa diferente.

E este foi o Irmão Madi que encontramos, neste final de semana, que nos recebeu como sempre, muito solícito e simpático, após o término de um encontro com amigos que havia começado muito tempo antes. Madi, tinha, em suas mãos, alguns registros feitos durante o encontro, que ele guardou com muito cuidado. Depois ele me explicaria que em todos os encontros, em todas as reuniões, está fazendo isso: anotando todas as sugestões e guardando-as, para não esquecer.

A nossa conversa com o Irmão Madi também durou um longo tempo. Uma conversa franca e aberta, em que ele deixou o coração falar mais alto e dizer tudo que sente, falar da sua história e, o que é mais importante, foi humilde o bastante para confessar seus próprios erros.

Acompanhe nossa conversa com o Irmão Madi:

Revista Total (RT) – Irmão Madi, é certeza que o senhor irá concorrer, mais umas vez, às próximas eleições, como candidato a vereador de Vitória de Santo Antão?

Irmão Madi (IM) – Sim, Mochila, é verdade. Vou concorrer mais uma vez, porém como se fosse a primeira, ficando atento para não repetir os erros cometidos nas vezes anteriores.

(RT) – Porque você quer ser vereador, já insistindo nisso pela 4ª vez?

(IM) – Não é uma questão de vaidade ou de querer o poder, Deus me livre dessas intenções. Mas porque entendo que posso dar uma parcela de contribuição para a cidade onde nasci, me criei, casei e constitui minha família. Como falei antes, fui bancário por 18 anos, gerente da Pedreira Vitória durante 7 anos e atuei durante 10 anos como assessor parlamentar do deputado federal Pastor Eurico. Inclusive, tenho a honra de ter sido reconhecido e premiado pela Revista total, com um troféu Destaque Total.

Com essas experiências – e com a ajuda de Deus -, acredito que posso dar uma contribuição a essa cidade. Sei a verdadeira função de um vereador e acredito que os votos de confiança que recebi nas campanhas anteriores, que sempre foram crescentes a cada vez – de 1007, 1.331 e 1.396 votos -, me dão a certeza de que agora, sem cometer erros, eu vou obter uma vitória. Esta certeza está no meu coração e também nos corações de muitos amigos que, com certeza, irão me ajudar bastante nessa caminhada.

(RT) – Irmão, todo mundo se pergunta o que aconteceu para que o senhor não chegasse às conquistas almejadas, apesar de sempre estar entre os mais votados, ser um pessoa tão benquista e que representa um segmento que vem crescendo muito. Quais os motivos de 3 derrotas consecutivas?

(IM) – Tudo que aconteceu, toda as vezes, foi minha culpa, exclusivamente minha. Desde a primeira vez que eu fiz tudo errado. Acho que não consegui passar bem as ideias, não me sinto tão agregador, até porque não sou de prometer o que não posso fazer. Faltou ouvir mais meus apoiadores e líderes e o próprio eleitor. Só sei que atribuo as derrotas a mim mesmo, e à resposta de minhas orações, que sempre digo: seja feita a Tua vontade, meu Deus, e não minha. Então, se Deus respondeu assim, eu considero vitória.

(RT) – Mas que erros tão grandes foram esses, que barraram eleições praticamente ganhas e que aconteceram todas as vezes?

(IM) – Para que você possa entender isto, eu preciso lhe dizer que hoje eu admito, eu preciso admitir, as minhas falhas, meus erros políticos, perante Deus, perante outros seres humanos e perante eu mesmo, sem querer justificá-las. Muito pelo contrário, tentando corrigí-las. Os seres humanos a que me refiro são a população de Vitória de Santo Antão, são eles que mais merecem as minhas explicações e a quem eu tenho que dar mais satisfações.

(RT) – Quer dizer, então, que estes foram os motivos de suas derrotas?

(IM) – Absolutamente. Estes foram apenas uma parte delas. Por exemplo, desde a primeira vez eu deveria ter ouvido melhor algumas pessoas, dado mais atenção, seguido suas orientações, aceitado suas sugestões e eu não fiz isto.

(RT) – Que pessoas seriam estas, o senhor poderia citá-las?

(IM) – Olha, foram tantas que não adianta mais eu falar, elas sabem quem são e agora sabem que eu reconheço que elas estavam certas e eu não as ouvi. Eu deveria ter ouvido mais minha família, sobretudo minha esposa Sandra Rejane, muitos amigos aqui de Vitória de Santo Antão mesmo, que me deram muitas sugestões, os pastores e os evangélicos de minha igreja, principalmente o Pastor Manoel Anísio, que hoje está em Barreiros e que sempre me orientou, me aconselhou, sendo uma pessoa que queria ver o meu bem. Um outro exemplo é o presbítero Hildebrando Lima e seu filho Jesiel Lima. Hoje eu sou consciente que se os tivesse ouvido, seguido seus conselhos, suas orientações, as coisas seriam bem diferentes. Ainda mais se tratando de uma pessoa como o irmão HIldebrando, que eu admiro e por quem tenho muito respeito.

(RT) – E o que mais será diferente, desta vez?

(IM) – Veja bem:  estamos montando um grupo que vai trabalhar unido, dando sugestões, orientações, participando de tudo. Com esse grupo, esperamos quebrar vários paradigmas e começar uma nova etapa de política, dentro daquela visão de renovação, de buscar ouvir as pessoas, de me qualificar para quando for eleito poder atender os anseios da população e, junto ao prefeito, podermos melhorar suas vidas, melhorar suas condições de vida e ajudar no desenvolvimento cada vez maior de nossa cidade.

(RT) – Aqui em sua cidade já tem 3 vereadores evangélicos. Não fica mais difícil um 4º vereador da mesma religião? E como o senhor espera se relacionar com eles?

(IM) – Exatamente, temos 3 vereadores evangélicos na Câmara Municipal: Marcos da Prestação, Irmão Celso Bezerra e Irmão Duda. São todos competentes, todos sérios, são meus amigos e eu admiro o que fazem por nossa cidade. Os irmãos Marcos da Prestação e Celso Bezerra vão concorrer novamente mas o Irmão Duda não está mais disposto a concorrer a mais uma eleição. Então seremos 3, novamente, concorrendo e se os 3 forem eleitos, vamos continuar com um grupo forte, trocando ideias, sugestões, debatendo melhorias para a cidade, fazendo coisa juntos, em prol da nossa cidade. Então, chegando à vitória para ocupar uma cadeira na Casa Diogo de Braga, aquela casa vai continuar com 3 vereadores evangélicos, que eu pretendo sejamos umg rupo unido e forte. Quanto ao meu relacionamento com eles vai ser de companheirismo, ética e sinceridade.

(RT) – O senhor poderia citar alguns projetos que tem em mente?

(IM) – São vários, mas posso relacionar alguns:

• Os servidores públicos precisam ser mais valorizados, inclusive os professores, porque todos os profissionais, de qualquer área, tiveram que passar por um professor.
• Cobrar de cada parlamentar, tanto na esfera estadual como federal, que tiveram votos aqui, partes de suas emendas como reconhecimento àqueles que lhes confiaram seus votos.
• Recorrer aos deputados estaduais, principalmente de nossa cidade, para instalação de uma Delegacia de Mulher. A violência contra elas é enorme e Vitória precisa dar esse suporte, elas vão se sentir mais à vontade para denunciar e ter suas denúncias sendo atendidas mais rápidas e com uma melhor eficiência.
• Fiscalização na merenda escolar.
• Disque-denúncia com um número 0800, na Câmara.
• A volta dos jogos escolares, inclusive com a inclusão de jogos de xadrez e outros.
• Criação de mais campos de várzea.
• Cozinha comunitária em bairros carentes.
• Lutar por mais Creches, Abrigos, Centro de Recuperação e outros, acompanhando todas essas realizações da Prefeitura e, ao mesmo tempo, empreendendo um trabalho de conscientização das indústrias, comércio, entidades religiosas etc, sobre a importância dessas ações.
• Ampliação da guarda municipal.
• Ampliação e recuperação das academias das cidades.

Tem muitos outros projetos mas eu preciso chegar lá e discutir com meus companheiros da Câmara, nos unirmos em prol de Vitória e seu povo. Tenho certeza que tudo isso só será possível quando pensarmos na cidade como uma cidade de todos, onde mesmo havendo situação e oposição, pensamentos e ideias diferentes, quando nos unirmos vai dar tudo certo e será para o bem dos nossos conterrâneos.

(RT) – Isto quer dizer, então, que o senhor vai concordar com tudo que for projeto da Prefeitura, vai estar sempre de acordo com os ideias do prefeito?

(IM) – O prefeito é meu amigo, sempre o defendi – como defendi outros antes dele -, e acho que ele está realizando uma excelente gestão. Mas é lógico que eu não vou concordar nem aprovar alguma coisa que ache que não é boa pra minha cidade. Qaunto ao que for bom e interessante e venha somar à nossa cidade, eu estarei sempre ao lado dele.

(RT) – O senhor também falou que faz parte da Assembleia de Deus. O que o senhor pretende fazer por sua igreja?

(IM) – Realmente, eu faço parte da Igreja Assembléia de Deus há 23 anos, amo a instituição, meus pastores, irmãos e amigos, mas gostaria de dizer que se eleito vereador, vou ser vereador de uma cidade, de várias comunidades, credos e denominações. O salmista Davi disse, no Salmo 133, “Ó quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”. Como cristão, sou contra o abordo, legalização das drogas, incestos, racismo etc, que são filosofias da minha igreja e vou agir dentro desses parâmetros, dentro do uso das atribuições de um vereador.

(RT) – Qual a maior dificuldade para a conquista dos votos dos seus irmãos religiosos?

(IM) – Alguns defendem um conceito de que política não combina com religião. Mas é importante dizer que a igreja não deve ser influenciada para a política, mas pode influenciar e contribuir, com suas ideias e sugestões. E, neste sentido, como a igreja prega a união, quer o bem da comunidade, então tem que participar também da vida política, porque é através deste meio que podemos fazer mais pelos nossos irmãos, pela nossa gente.

(RT) – Como o senhor vê a atuação dos governos federal, estadual e municipal e como o senhor se posicionará no seu mandato?

(IM) – Vejo um presidente bem intencionado, mas sendo pressionado pelos viciados e corruptos do Senado, da Câmara e do STF, uns opositores que acham que quanto pior melhor, fazendo uma oposição com irresponsabilidade, não pensando no país, mas nos seus próprios projetos de poder. Bolsonaro, com suas falhas e seu jeito truculento, é um homem que tem, com a formação do ministério com técnicos, tentado fazer um país melhor. Tem cedido algumas vezes, contra a sua vontade, pra poder governar, e é contra tudo o que afronta a família tradicional.

Quanto ao governo estadual, vejo um homem que perdeu uma grande oportunidade de fazer um bom governo e se projetar nacionalmente, recebendo em plena crise uma grande ajuda do governo federal, e fazendo uma oposição irresponsável e uma péssima administração.

No nosso caso em específico, eu já falei antes, considero que o prefeito Aglailson Junior vem realizando um excelente gestão, pensando no desenvolvimento das pessoas, na melhoria de sua qualidade de vida. E, como vereador, eu vou estar à disposição dele para que ele possa fazer muito mais nesse segundo mandato.

(RT) – Para que tudo isso aconteça tem que ser como o senhor diz: é um começar de novo, fazer tudo diferente, não é isso?

(IM) – A história conta que a águia, quando se torna velha, voa para o alto de uma montanha e toma a decisão de arrancar o próprio bico, penas e garras para se renovar e viver por mais algumas décadas.  Nesse processo fica dezenas de dias sem se alimentar. É uma bela história de motivação e perseverança. É assim que eu penso, é isso que eu fiz durante estes 4 anos, analisando onde errei, arrancando meu próprio bico, minhas penas e minhas garras. Quando eu digo isso, principalmente com relação ao bico, é que eu não serei mais o dono de minhas próprias ideias, terei que dividir com as ideias de outros, terei que buscar o conjunto. Como numa partida de futebol: não vou querer fazer o gol sozinho, vou ter que jogar com e para o time. É isto que eu penso e é isto que vai ser feito, desta vez.

(RT) – O que o senhor diria a seus eleitores hoje?

(IM) –  Existem vários candidatos bons e bem intencionados. É necessário que o povo tenha a consciência de seu poder, elegendo aqueles que vão representá-los, vão lutar por eles. O poder, repito, está em suas mãos, que é o título e, com ele, você admite ou demite seu vereador. Sei que os políticos estão desacreditados, mas não deixe de acreditar em uma cidade melhor pra nós, nossos filhos e nossos amigos. Juntos somos mais fortes. Que os Deus abençoe!