Por Hylda Cavalcanti

O presidente do PDT, Carlos Lupi, admitiu, há pouco, que aguarda o resultado de uma pesquisa de opinião pública para decidir, nos próximos dias, pela candidatura do deputado Túlio Gadelha à Prefeitura do Recife e ao rumo que tomará em Petrolina, maior colégio eleitoral do Sertão.

Em relação a Túlio, que defende e considera bem preparado, Lupi disse que a pesquisa é que norteará o rumo a ser tomado. Já em relação a Petrolina, embora busque uma unidade, ele disse que a opção indicará o apoio que poderá trazer menos estrago para a sigla, seja em favor do candidato à reeleição, o prefeito Miguel Coelho, ou o candidato Júlio Filho, filho do ex-prefeito Júlio Lóssio, candidato do MDB.

As declarações de Lupi foram dadas durante live, há pouco, neste blog. Segundo ele, o partido está tentando montar uma rede de alianças nacionais que inclua, além dos pedetistas, integrantes do PSB, Rede, PV e Cidadania. A ideia é que, mesmo que tais legendas apresentem candidatos próprios às prefeituras, o bloco siga unido no apoio a qual deles entrar para o segundo turno.

No tocante a Gadelha, Lupi disse que vê com bons olhos sua candidatura e que, mesmo se ele não for o candidato, o considera um político promissor para almejar futuros cargos. “Túlio Gadelha é um deputado jovem, guerreiro, inteligente, cria do PDT, com um bom futuro”, afirmou.

Sobre o fato de o deputado não ter bom relacionamento com o ex-prefeito de Caruaru, José Queiroz, e o seu filho, deputado federal Wolney Queiroz, Lupi minimizou, afirmando que o PDT busca o consenso entre seus integrantes. “Queiroz e Wolney são de Caruaru e por isso mais ligados às questões internas do PDT naquele município, não no Recife”, explicou.

Lupi também disse que tem “muito carinho” pelo deputado João Campos (PSB), filho do ex-governador falecido Eduardo Campos e candidato à Prefeitura do Recife. Confirmou que se Campos vier a disputar o segundo turno, gostaria que fosse apoiado pelo PDT.

Questionado sobre a repercussão que suscitou uma reunião realizada em Brasília, meses atrás, em que Túlio Gadelha chegou a chorar, em meio a discussão com integrantes do partido, Lupi deixou claro que o episódio faz parte de “processos da vida”. “As pessoas podem estar sob forte carga emocional, tomar uma decisão e depois rever sua atitude”, contou. Na ocasião, Gadelha chegou a retirar a candidatura dele à Prefeitura.

Para o presidente do PDT, a eleição deste ano, em plena pandemia, será considerada uma espécie de desafio para todas as siglas e ainda é difícil saber como tudo se realizará. Ele acredita que será grande o número de abstenções, devido à quantidade elevada de eleitores que pertencem a grupos de risco para contágio pela Covid.

Por outro lado, sabe que a eleição “é o único instrumento para teste dos governantes por parte da sociedade e acha que isso também será levado em conta pela população.

Em relação à alternativa de se prorrogar os mandatos dos atuais prefeitos, ele disse que essa seria uma opção muito ruim.

“Estamos entre a cruz e a espada. Espero que os números de contágio e morte pela Covid se reduzam até o dia da eleição. O ideal seria que só tivéssemos eleições depois da vacina. Mas como isso não é possível, também não podemos culpar o Congresso, porque a decisão do adiamento, sem prorrogação dos mandatos também foi do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”, ressaltou.

Para o dirigente pedetista “este será um ano em que o componente mais especial das campanhas, o calor humano, faltará”. Lupi disse também que não sabe dizer se quem está no poderá levar mais vantagem nestas eleições, porque muitos prefeitos estão sendo mal avaliados na pandemia. Nos últimos 15 dias, ele disse que teve acesso a cerca de 10 pesquisas e em todas elas a saúde púbica aparece entre a prioridade da população.

“Antes, saúde pública ficava atrás do combate à corrupção e da segurança pública. Agora é um tema que sai na frente. Isto significa que as reeleições vão depender muito de como os prefeitos estão se saindo nesse processo de combate à pandemia”, frisou. O PDT também se destaca este ano como o partido que terá o maior número de candidatos GLBT do País. Sobre o tema, o presidente da legenda disse que vê as candidaturas com orgulho. “Não temos discriminação com ninguém. Só queremos saber se os candidatos possuem bom caráter e são coerentes com as ideias do partido. Não nos interessam questões sexuais, de raça ou posição religiosa”, pregou.

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