A oposição entende que a melhor estratégia é afunilar o processo eleitoral para apenas uma candidatura, isso está pacificado entre todos os atores oposicionistas que creem que as chances do grupo passam pela unificação de um projeto para chegar ao segundo turno.

Porém existe o ideal e o possível, o que evidencia um hiato entre os dois. É muito simples, há grupos defendendo a candidatura de Mendonça Filho, um experiente político que já governou Pernambuco e que desempenhou muito bem a função de ministro da Educação, outros defendendo o nome de Daniel Coelho, deputado federal, que já mostrou ser bom de debate, de televisão e de voto nas duas vezes que tentou a prefeitura.

Há também o sentimento da delegada Patrícia Domingos, até então uma desconhecida que tornou-se um fenômeno na oposição. É um perfil muito mais anti-sistema do que efetivamente uma candidata de oposição ao PSB e ao PT. O perfil do eleitorado que vota em Patrícia é aquele saturado da política tradicional, o que tem sido e será daqui por diante o combustível do seu projeto majoritário.

Ainda existem advogados das candidaturas de Alberto Feitosa, Marco Aurélio e Charbel Maroun, todos colocados na disputa, sabendo que dificilmente vencem a eleição mas que não teriam absolutamente nada a perder entrando no páreo como candidatos majoritários.

Há um consenso de que Daniel Coelho e Mendonça Filho disputam o mesmo perfil de eleitorado, e os dois candidatos mantendo suas postulações podem prejudicar um ao outro. Portanto, o afunilamento da oposição precisa começar daí. Daniel e Mendonça precisam definir quem é o nome dos dois para que as outras candidaturas possam ser desmontadas.

A questão de Patrícia, que não aceitará ser vice de ninguém, vide a declaração da presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, que defendeu a candidatura própria do partido, é um caso a parte. Se a oposição entender que ela é o melhor nome, o que dificilmente ocorrerá devido os interesses pessoais legítimos de cada postulante, tudo bem, mas se não, que é o mais provável, ela não tem motivos para desistir de ser candidata, porque ela é quem menos tem a perder, igualmente o seu partido, dentre os três principais nomes oposicionistas.

De nada adianta a oposição dizer que precisa unificar a candidatura se nem Daniel nem Mendonça cogitam abrir um para o outro. Essa declaração é urgentemente necessária para a partir de então o desenho ficar cristalino na oposição e o afunilamento acontecer com maior eficácia. O tempo está passando e a oposição está vendo a carruagem passar sem uma definição, o que pode ser fatal para o seu projeto de tentar derrotar o PSB e o PT em novembro.

Matéria transcrita do blog de Edmar Lyra

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