Por Marcos Lima Mochila

Abro os jornais desta quinta-feira e fico feliz com uma das primeiras manchetes do dia: CÂMARA DOS DEPUTADOS APROVA LEI QUE REDUZ EM 50% O SALÁRIO E OUTRAS REMUNERAÇÕES DOS PARLAMENTARES…

Logo, a decepção. Trata-se de uma lei aprovada no Chile, vejam só, pelos próprios parlamentares.

Vou ler a coluna do Cláudio Humberto, uma obrigação diária a que me proponho há alguns anos e o que vejo lá? “Rodrigo Maia convocou sessões deliberativas nas duas próximas segundas-feiras. Se deputados derem as caras em Brasília, será prova de força do presidente da Câmara. Se ninguém aparecer…”.

As coisas estão invertidas. Eu queria que a manchete acima fosse do Brasil e essa nota do CH fosse de outro país qualquer. Estarei lendo os jornais errados? Ou estou sonhando demais, querendo que se materializem os meus sonhos de brasileiro.

A verdade, amigos, é que eu trabalho desde os 16 anos – comecei no Diário de Pernambuco, em 1967.. mas ‘pera aí, não foi como jornalista não, foi como office boy.

Desde então, eu trabalho ininterruptamente há felizes 51 anos. Tirei férias, muitas, mas sempre aproveitava para realizar algum trabalho, fazer frila e,  apesar dos 30 dias à minha disposição para folgar, sempre usava apenas uns 10 ou, no mais tardar, 15 dias.

Finais de semana, nesses 51 anos, foram muitos. Mas, na maioria dos casos – sobretudo hoje, com a responsabilidade de redator de blog e de portal -, sempre trabalhei, mesmo que fosse no estilo homework.

Por que danado, então, nossos representantes, que foram eleitos com o dinheiro de nosso suado salário, convertido em taxas, tributos, impostos e mais uma infinidade de descontos, não trabalham às segundas-feiras?

Ah!, já me disseram que é porque nesses dias, eles estão trabalhando nas bases. Eu só tive, no meu círculo de amizades, um parente que trabalhava assim, que era meu tio Bastião, que se orgulhava de ser segundo tenente da Base Naval.

Não é que eu tenha nada contra quem só trabalha 4 dias na semana. O problema é que sou eu quem pago o seu salário e, justamente eu, que pago, trabalho 7 dias.

Não tem jeito. Como já sou filiado a um partido, o MDB, vou me lançar como candidato, de preferência a deputado federal, nas próximas eleições, em 2022. Mas quero ser diferente: sou vou trabalhar nas bases.

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