A solenidade contou com a presença do Ministro da Educação Ricardo Vélez Rodriguez

Posse do novo presidente da Fundaj, Alfredo Bertini (Foto: Arthur Mota/Folha PE)
Posse do novo presidente da Fundaj, Alfredo Bertini (Foto: Arthur Mota/Folha PE)

Por Marcos Lima Mochila

 

Numa solenidade bastante prestigiada, que contou com a presença de dois ex-governadores de Pernambuco – Joaquim Francisco e Gustavo Krause -, do secretário de Educação de Pernambuco, Frederico da Costa Amâncio, além de diversas autoridades e personalidades da área cultural do Estado, o professor e pesquisador Antonio Alfredo Bertini de Torres Bandeira tomou posse na manhã desta segunda-feira (28), como o novo presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). A cerimônia foi realizada no auditório do Cinema do Museu, campus Casa Forte, que estava completamente lotado.

A solenidade contou com a presença do ministro da Educação Ricardo Vélez Rodriguez, que veio ao Recife especialmente para dar posse a Bertini, embora tenha incluído outros compromissos na agenda, como um encontro com o governador Paulo Câmara e uma reunião com os reitores das universidades Federal e Rural de Pernambuco. Ontem, ele já havia participado do Domingo na Fundaj, evento realizado no campus Derby da Fundação Joaquim Nabuco.

Às 15h, estava programada uma visita ao Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho, mas teve que ser cancelada por conta da chuva que caiu na Região Metropolitana esta manhã, além de uma convocação para retornar a Brasília para uma reunião extraordinária sobre o rompimento da barragem em Brumadinho (MG).

“Este desafio que me foi dado pelo ministro da Educação, pelo presidente Bolsonaro, me deixou bastante honrado. E eu firmo o compromisso de resgatar a Fundação, dar de volta à Fundação a importância que, historicamente, foi dada ao tripé formado com a Sudene e o Banco do Nordeste”, disse Bertini. “A Fundação tem uma tradição na sua área de pesquisa, de ensino, que a gente precisa direcionar para essa política de desenvolvimento, dar essas prioridades estabelecidas pelo Governo Federal e também pelo Ministério da Educação”, continuou.

“Fomos a terceira instituição do Brasil a fazer um estudo sobre índice de inflação, cálculo da taxa de desemprego. Temos que trazer de volta a força que a Fundação representou no País dentro da visão de novas perspectivas em relação às prioridades do Nordeste”, acrescentou.

Sobre os equipamentos culturais, Bertini assegurou que os trabalhos permanecem como prioridade da instituição, até por sua experiência no Ministério da Cultura, como Secretário Nacional do Audiovisual, e posteriormente como Secretário Nacional de Infraestrutura Cultural. Na área de Educação, Bertini colocou-se à disposição do Governo Federal. “Há uma pesquisa de avaliação dos cursos de Matemática, sobre o nível de ensino do Nordeste e podemos contribuir nessa direção”, afirmou Bertini.

Em um discurso breve, o ministro Ricardo Vélez fez menção ao antropólogo e historiador Gilberto Freyre, criador da Fundaj, e ao escritor e diplomata Joaquim Nabuco, patronos da instituição. “Eles representam os arquétipos para a construção da nossa memória cultural. Em Gilberto Freire encontramos uma visão holística da realidade brasileira que se distancia das visões que tentam simplificar nossa realidade. Ele tenta explicar nossa diversidade, nossa identidade”, afirma. “Com Joaquim Nabuco vamos encontrar a visão global. Não se trata de copiar fórmulas já estabelecidas, de copiar pautas internacionais, mas de não negar uma realidade óbvia que é a globalização”, concluiu. Segundo o ministro, todas as pesquisas e atividades promovidas pela Fundaj terão o papel de lembrar ao País essa dupla realidade citada através destes dois grandes nomes.

O último compromisso do ministro no Estado, uma visita ao Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho, teve que ser cancelado. Além da forte chuva na capital pernambucana, o ministro foi convocado para retornar a Brasília para uma reunião extraordinária sobre o rompimento da barragem em Brumadinho, em Minas Gerais.

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Perfil

POSSE BERTINI ANTESBertini é recifense nascido no Derby. Ele atua há mais de 25 anos na área de audiovisual e recebeu da Assembleia Legislativa de Pernambuco a Medalha de Mérito Cultural Gilberto Freyre pela contribuição ao desenvolvimento da Cultura no Estado de Pernambuco.

O Festival de Cinema do Recife, hoje conhecido como Cine-PE, trouxe fama a Bertini, que também contribuiu para a gestão pública federal como Secretário Nacional do Audiovisual do Ministério da Cultura em 2016. Mais tarde, retornou ao Ministério no cargo de Secretário Nacional de Infraestrutura Cultural, quando operou a gestão do projeto de implantação dos Centros de Artes e Esportes do Governo Federal (CEU’s).

É também autor de diversos artigos e obras, como “O Seguro-Desemprego no Brasil”, tese que garantiu seu grau de mestrado, e livros como Economia Brasileira (1985), Quando o Caso é de Cinema, a Paixão é um Festival (2006) e Economia da Cultura (2008), esse último representando um exercício pioneiro na área atualmente denominada de indústria criativa.

(Fonte: Diário de Pernambuco)

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