Cida Pedrosa é poetisa, escritora e secretária da Mulher do Recife
Cida Pedrosa é poetisa, escritora e secretária da Mulher do Recife

Por Márcio Maia

 

Prestes a completar 55 anos de idade, e dona de uma das mais profícuas trajetórias poéticas da literatura pernambucana, que já ultrapassa três décadas de plena atividade, a sertaneja Cida Pedrosa tem parcela significativa de sua obra reunida em livro a ser lançado pela Cepe, na quinta-feira, 18 de outubro (dia do seu aniversário), a partir das 18h, na Câmara de Vereadores do Recife. Em Gris, o primeiro com o selo Cepe, o leitor encontrará 50 poemas – entre já publicados e inéditos – balizadores do mundo visceral que emerge de seu texto lírico, apaixonado, erótico e, sobretudo, humano.

CIDA

Com 139 páginas, Gris é apresentado pelo amigo e escritor consagrado Marcelino Freire. Em seu texto (Cida Cidade), Marcelino pontua a amplitude da autora de Bodocó, que nos anos 1980 coordenou o Movimento de Escritores Independentes Pernambucanos: “Poeta que nos pega pelo braço. Faz tempo. Não tem quem no Recife não conheça os seus verbos, soltos. Sua luta lúcida. Cida, cidadã da vida. Enfrenta de faca na mão a solidão das espécies. Uma alma que dá guarida a todos os versos. Feitos de pedra. De carne e de fogo. Não importa. Dessas obras escritas e inscritas no corpo inteiro. Feito uma lágrima tatuada. Cida é clássica. E ao mesmo tempo popular”, destaca.

Do livro Cântaro, a nova publicação da Cepe traz os poemas Os meninos da minha cidade, A festa, A casa dos mortos, Geração e Sayonara. Do título Gume (2005), constam os poemas Rainha dos degredados, Milena, Bolas de vidro, Céu de confeiteiro, Vinil, O surfista, São João, Cadê os olhos da menina, Instantâneo, Morte sob carbono, O descobrimento da pólvora, A lágrima tatuada, Poemetal, Engenharia da dor, Carrossel, O caminho da faca, Passeio pelas ruas do espinheiro, Um certo sol sobre São Paulo, Serva das cores, A parede e a flor, Constatações, O punhal e o poema, O oriente da cidade e Mapas (com o título de Absoluto).

Também constam da nova edição poemas publicados em revistas, como a Continente (Diáspora, Historinha urbana, A viagem das águas e Baixa maré) e Palavra (Fotografia de guerra, Ladainha para Alberto da Cunha Melo e Quando o carro era motel ou melô da classe média). Da Antologia dos sete pecados capitais em prosa e verso (2016), que reuniu textos de escritores de todo o Brasil, Gris ganhou o reforço do poema Relicário.

Doze textos inéditos reunidos em Gris ressaltam a poesia singular e contemporânea de Cida Pedrosa, como Empatia, Paisagem matinal, Ninfas, Passos, América, Os flamboyants do Capibaribe, Uma visão de le croisic, Voragem, O calendário da morte, O corpo fede, Tradução e Ato de entrega. “Os poemas deste Gris trazem uma mostra significativa da produção desta autora cuja obra se alimenta da urbe e se confunde com o estar na cidade e vivê-la. Poemas curtos e cortantes levam o leitor a um passeio por paisagens multicores, a despeito do que sugere o título do volume. O cinza do asfalto e dos edifícios se mistura na paleta poética de CidaCIDA 1 e se converte em pele, músculo, nervos, sangue, coração”, destaca o editor da Cepe, Wellington de Melo.

Escritora, advogada, militante comunista, ativista cultural, defensora dos direitos civis, e em especial, das mulheres, Cida Pedrosa, além de seus sete livros, participou de várias antologias editadas no Brasil e em outros países.

Atualmente, Cida é secretária da Mulher do Recife.

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