HOMENAGEM AOS GRANDES REPÓRTERES FOTOGRÁFICOS

REPÓRTER FOTOGRÁFICO

Por Márcio Maia

 

Eu deveria ter escrito esse texto há um mês atrás quando, quando em todo o Mundo, se comemorou o Dia do Repórter Fotográfico. Infelizmente, o fotógrafo jornalista é uma profissão em extinção, pois o mundo virtual está transformando a comunicação e não se exige mais a qualidade técnica e jornalística para a publicação de imagens. As emissoras de televisão exibem, atualmente, imagens feitas pela população de um modo geral, transformando-os em seus funcionários sem precisarem gastar um centavo. Infelizmente, as entidades de classe não têm noção desse grave problema e não procuram tomar providências legais para evitá-lo.

Será que aqueles vídeos mostrados pelas emissoras de TV, especialmente a Globo, sobre tiroteios ocorridos no Rio de Janeiro entre traficantes, são verdadeiros? Será que 10, 20 ou 50 pessoas passam duas, três horas trocando tiros com metralhadoras, fuzis AR 15 e até bazucas, dentro de uma favela sem que essas balas oriundas desses armamentos superpotentes não atinjam ninguém?

Mas quero aproveitar para prestar minha homenagem a alguns profissionais que trabalharam comigo durante cerca de 40 anos no jornalismo. Foram muitos e também grandes profissionais, mas hoje quero ressaltar alguns.

O primeiro deles é Manoel de Souza, meu querido Mané Véio. Um profissional que se qualificou de forma empírica, mas com uma visão de notícia extraordinária. Além de tudo, com uma coragem descomunal, sempre pronto a enfrentar os maiores obstáculos. Trabalhamos junto no Jornal do Commercio em um período em que a empresa enfrentava problemas administrativos graves e nós, os financeiros e estruturais, além da censura dos órgãos do Governo Federal. No entanto, nunca perdemos uma grande notícia, nem nunca “fomos furados”, como se dizia na época entre os jornalistas. Ainda foca, “Mané Véio” me mostrou os caminhos para que eu me tornasse um repórter reconhecido.

Também quero ressaltar os trabalhos de outros profissionais com quem trabalhei no Diário de Pernambuco. Maurício Coutinho e Luiz Chagas, já falecidos, e Edvaldo Rodrigues. Com eles, tive a oportunidade de fazer grandes coberturas, das quais ainda me lembro, por conta das dificuldades. Como esquecer o período em que, nas pequenas cidades do Interior, passávamos o texto por telefone, para alguém que os anotava na redação? E os fotógrafos, que precisavam se virar para mandar as telefotos?

Na época, eles saíam com um filme de 36 poses, tinham que medir as fotos para não acabar o negativo. E faziam fotos maravilhosas, que os editores publicavam em seis ou oito colunas. O que eles fariam hoje, com os modernos equipamentos que tiram milhares de fotos? Não dá nem para imaginar.

Parabéns, queridos amigos!

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