QUEM PRESIDIRÁ A ALEPE?
Por Márcio Maia
Durante quase doze anos, o deputado Guilherme Uchoa, que passou muito tempo no PDT e recentemente, havia se filiado ao PSC por conta de um desentendimento com o ex-prefeito de Caruaru José Queiroz e o deputado federal Wolney Queiroz. O seu inesperado falecimento ocorrido essa semana, causou um grande reboliço entre os parlamentares estaduais e deu motivo a uma série de entendimentos e confabulações entre os principais líderes partidários para definir a escolha do novo líder da Casa de Joaquim Nabuco.
Guilherme Uchoa vinha dirigindo a ALEPE com mão de ferro e para se reeleger, conseguiu modificar o próprio regimento da Assembleia algumas vezes. Nas eleições, sempre conseguiu ampla maioria e poucos tinham, vamos dizer assim, a ousadia de enfrentá-lo. Tinha um enorme prestígio com o ex-governador Eduardo Campos (PSB), o que conseguiu manter com o governador Paulo Câmara. Como juiz aposentado, também tinha enorme prestígio com o Poder Judiciário.
Com a morte de Uchoa, as especulações sobre quem será o presidente a partir do mês de setembro começaram. Até lá, durante o recesso, o deputado Cleiton Collins (PP) será o presidente e, após o retorno das atividades, terá trinta dias para convocar novas eleições para definir quem será o presidente até o final do ano.
Cleiton Collins tem amplas chances de ser eleito, pois o seu partido tem 14 deputados e o PR, que tem dois, deverá apoiá-lo. O restante dos votos deverá vir da base governista, uma vez que Paulo Câmara não deverá se intrometer no pleito para escolher um presidente para um mandato tampão.
Outro nome que poderia pleitear uma vaga seria o deputado Romário Dias (PSD), que já presidiu a Mesa Diretora e tem muita experiência. Mas pelo que tudo indica, não vai tentar a ocupação do cargo, preferindo guardar suas armas para o próximo ano.
O presidente da Mesa Diretora da ALEPE tem muita influência, pois é o responsável, entre outras atribuições, pelo encaminhamento dos projetos para discussão nas Comissões e no próprio plenário.
Além de tudo, é o administrador de um orçamento de quase R$ 1 bilhão, o que não é pouca coisa.