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O governador Paulo Câmara (PSB) deve visitar nesta terça-feira (9) o ex-presidente Lula (PT) na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná, onde o petista começou a cumprir a pena de 12 anos e 1 mês de prisão no último final de semana. A visita, ao lado dos demais governadores do Nordeste, prevista para as 15h, só não irá ocorrer se a Justiça negar autorização ao encontro.

A visita de Paulo a Lula na prisão é lido nos bastidores como um sinal ainda mais assertivo do governador de que ainda busca o apoio do PT para sua candidatura à reeleição mesmo após a prisão do ex-presidente. Paulo Câmara já admitiu ter acesso a pesquisas que mostram o peso político de Lula no eleitorado pernambucano. Em nota divulgada após a decretação da prisão pelo juiz federal Sérgio Moro, o governador criticou a necessidade de encarceramento do ex-presidente.

“O PSB continua buscando o apoio de todos os partidos que quiserem apoiar o projeto de reeleição do governador Paulo Câmara. É um governo que vem dando resultados, enfrentando uma crise econômica duríssima, com capacidade de trabalho e eficiência. A gente continua buscando o apoio de todas as lideranças políticas e de todos os partidos que desejarem se juntar a esse projeto de reeleição de Paulo”, afirmou ao JC o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), quando questionado se os socialistas continuaram em busca de uma aliança com os petistas.

No PSB, o cálculo é que mesmo que Lula não seja candidato a presidente e venha fazer campanha em Pernambuco subindo no palanque do governador, o apoio de Lula traz mais ganhos do que perdas para o projeto de reeleição socialista pelo forte capital eleitoral que o ex-presidente mostra ter no Estado, principalmente no interior. Além da capacidade de transferência de votos de Lula, a vinda do PT agrega estrutura para a campanha, principalmente tempo no guia de TV e rádio, no momento em que a Frente Popular ainda batalha para impedir que MDB e PPS marchem para a oposição.

PSB pode voltar atrás?

Em reserva, aliados do governador, porém, já fazem o cálculo de que esta capacidade de atração de votos é personificada em Lula, não no PT como partido. Para socialistas, o capital eleitoral do PT de Pernambuco, pelo contrário, tem diminuído com as consecutivas derrotas nas três últimas eleições e, agora, com a migração para o PCdoB do ex-prefeito do Recife, João Paulo, e do presidente do PT na Capital, Oscar Barreto. Sem eles, aumenta a dificuldade do PT atingir o coeficiente eleitoral nas chapas proporcionais para federal e estadual.

Embora ressaltem que, por ora, o apoio de Lula traz ganhos estratégicos para o governador, socialistas também fazem a avaliação de que é preciso esperar para saber se esse capital político se manterá intacto caso o ex-presidente siga por meses atrás das grades. Uma eventual desidratação eleitoral do PT pode influenciar na disposição do PSB de abrir espaço para a agremiação na chapa majoritária de Paulo Câmara, como foi cogitado antes.

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