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Grandes nomes pernambucanos das artes visuais protagonizam dois lançamentos da coleção Memória, da Cepe Editora: Montez Magno e Tereza Costa Rêgo

Se um dos papéis da arte é nos ajudar a compreender a vida, muitas vezes se faz necessário percorrer as entrelinhas do caminho de um artista para entender o seu mundo – e o nosso. Duas publicações da coleção Memória, da Cepe Editora, se voltam ao universo das artes visuais – Montez Magno: Poeta, Artista, Camaleão, assinada pela jornalista Olívia Mindêlo; e Tereza Costa Rêgo: Uma Mulher em Três Tempos, escrita pelo também jornalista e filiado à Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), Bruno Albertim. O evento de lançamento ocorre no dia 18 de abril, às 19h, no Museu do Estado.

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Defensor da liberdade de experimentação, o pernambucano de Timbaúba Montez Magno, 83 anos, sempre foi avesso a movimentos e grupos, mas nunca indiferente a tudo o que o cerca. Acabou por se tornar um colecionador, um acumulador de objetos, livros, papéis… Tudo o que esse poeta-pintor viu e leu já virou arte ou poesia.
A também artista e pernambucana Tereza Costa Rêgo, 89, passou muitos anos da vida resguardando a liberdade – a sua própria, a de seu grande amor, um dos líderes do Partido Comunista Brasileiro Diógenes Arruda Sampaio, e por que não dizer a dos ‘camaradas’ a quem ela ajudou nos tempos de exílio durante a Ditadura Militar?

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Nas 240 páginas da biografia Tereza Costa Rêgo: Uma Mulher em Três Tempos, escrita pelo jornalista e crítico filiado à Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), Bruno Albertim, e com texto de apresentação do artista José Cláudio, se desnuda ao apreciador a prolífica e, por muito tempo, conturbada vida de uma mulher que foi três: Terezinha, na infância e adolescência cercada pelos mimos e rigidez patriarcal herdados da aristocracia açucareira, quando seguia “enfeitando o piano da sala” – assim se definia. Na clandestinidade largou tudo para ser Joanna, fugitiva política ao lado do amado Diógenes. Só mais tarde, já confortavelmente aboletada em seu sobrado em Olinda, onde vive até hoje, tem sido Tereza, a artista do vermelho, dos gatos e dos corpos femininos. Conta Bruno, em trecho do livro, que certa vez disse o escritor Raimundo Carrero: “(Em Tereza) não se constrói uma obra de arte com plumas e lantejoulas, mas com dor e sangue”.

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Em prosa e muita poesia, na biografia Montez Magno: Poeta, Artista, Camaleão (256 páginas), assinada pela jornalista Olívia Mindêlo, e com prefácio da curadora do Museu de Arte do Rio (Mar), Clarissa Diniz, o leitor encontrará a trajetória de Montez até aqui, colhida em 11 entrevistas gravadas com cerca de duas horas e meia, cada, além de incontáveis conversas em um ano de convivência, e ainda leitura de correspondências trocadas entre Montez e nomes como o escritor Osman Lins e os poetas Carlos Drummond de Andrade, Augusto de Campos e Ferreira Gullar.
Assim foi se desenhando o perfil do homem de juventude boêmia, que se metia em brigas e já chegou a ser preso por isso. A bebedeira, diz ele, era para curar a timidez. O indivíduo corajoso o bastante para viajar pela Europa só com a passagem de ida para uma residência artística, ou percorrer de fusca dez mil quilômetros do Recife a Buenos Aires. Mas um ser temeroso da morte.  “Todo dia eu acordo e sopro minhas duas mãos para me certificar de que estou vivo”, declarou o artista em trecho da publicação.
Aliás, segundo Olívia, suas publicações de poesia “dizem mais sobre sua personalidade e vida do que a produção visual de pinturas, objetos, instalações e um sem-número de invenções, ainda que, claro, todo poeta seja ‘um fingidor’, para citar Fernando Pessoa, que, neste caso, seria melhor lembrado pela frase ‘eu sou muitos’, que se aplica bem ao espírito de Montez”.
Tanto na publicação sobre Tereza quanto na de Montez, destaque para um capítulo dedicado apenas às fotografias e reproduções de obras dos artistas. Ele, abstracionista; ela, figurativista.
Bruno cita quadros de Tereza “responsáveis por cravar fendas na memória do público per-

nambucano”, como A ceia larga ou A pátria nua (4,8mx2,2m, 1999), em que “(…) a pátria é

materializada numa grande e curvilínea dama nua, servida à mesa diantede vultos proeminentes da política brasileira. De Dom Pedro a Collor, passando por Vargas, a tela mostra cenas da execução de Frei Caneca, os conflitos gerados pelo Estado Novo e pelo

Golpe Militar de 1964”, escreve Albertim.
SERVIÇO
Lançamento de dois títulos da coleção Memórias, da Cepe Editora:

Montez Magno: Poeta, Artista, Camaleão (Olívia Mindêlo) e Tereza Costa Rêgo: Uma Mulher em Três Tempos (Bruno Albertim)

Quando: 18 de abril

Horário: 19h

Onde: Museu do Estado (Avenida Rui Barbosa, 960, Graças)

Preço dos livros: R$ 80 (cada), R$ 19,90 (e-book)
Contatos para entrevistas
Olívia Midêlo – 99242-9451

Montez Magno – 3265-0880/ 3268-5967/ magnomontez@gmail.com
Bruno Albertim – bruno.albertim@gmail.com/ 99865-7000

Tereza Costa Rêgo – 3429-2008

Assessoria de Imprensa da Cepe: 31832770

Roziane Fernandes – 9.9748.6072

Rodrigo Sobreira – 9. 8833.2100

Carolina Botelho – 9.8666-5106

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