PDT DECIDE EXPULSAR CADOCA POR DESOBEDECER DECISÃO
Por Márcio Maia
O PDT decidiu expulsar o deputado federal pernambucano Carlos Eduardo Cadoca por ele ter votado a favor da reforma trabalhista, proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB). A decisão foi tomada porque o parlamentar desobedeceu a Convenção Nacional do partido que havia decidido em março, fechar questão contra a medida.
A expulsão do parlamentar foi decidida pela Executiva Nacional e comunicada, através de nota, pelo presidente da legenda, Carlos Lupi. Segundo o líder pedetista, as reformas apresentadas ao Congresso Nacional por Temer, retiram conquistas do trabalhador, muitas delas implantadas pelo ex-presidente Getúlio Vargas, correligionário de Leonel Brizola, inspirador do PDT.
“O PDT tem suas raízes históricas sempre a favor do trabalhador brasileiro. No momento em que um governo ilegítimo, imoral e sem qualquer apoio popular decide atacar diretamente as conquistar trabalhistas, o PDT tem a obrigação de ficar ao lado do trabalhador brasileiro”, diz a nota do partido.
Cadoca foi o único dos 16 deputados pedetistas presentes à reunião da Câmara Federal a votar contra a orientação partidária. Três outros não compareceram à reunião.
Além de Cadoca, o PDT-PE tem outro deputado federal, Wolney Queiroz, que acompanhou o posicionamento da legenda. Ele disse que as reformas aprovadas na Câmara vão tirar muitos direitos dos trabalhadores e trarão muitos prejuízos para todos, aumentando o desemprego e diminuindo a capacidade dos sindicatos de defenderem os interesses de suas categorias profissionais.
DECEPÇÃO – O posicionamento do deputado Cadoca foi considerada muito estranho por todos que acompanham sua trajetória política, uma vez que ele sempre foi um político ligado aos movimentos populares, tendo sido integrante do então PMDB Autêntico, quando o partido começou a ser ocupado por pessoas oriundas do então PFL. Alguns chegaram a dizer que estavam decepcionados.
Antes de entrar no PDT, Cadoca esteve no PCdoB, partido pelo qual foi eleito no último pleito.
“Foi um posicionamento muito estranho, pois nós que conhecemos a trajetória política de Cadoca nunca imaginaríamos que ele desse um voto desse, contrário aos interesses dos trabalhadores”, disse Carlos Silva, que lembrou ter votado várias vezes em Cadoca, mas adiantando que jamais o acompanhará.