Arquivos do mês junho 2016

logoBlogTotal

No início desta tarde, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) recebeu, no gabinete do parlamentar, no Senado, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Durante a visita, Câmara garantiu que irá a Petrolina, nos dias 1º ou 2 do próximo mês de julho, para o lançamento oficial da candidatura do deputado estadual Miguel Coelho (PSB) à prefeitura daquele município.

“Acreditamos que o apoio do governador Paulo Câmara fortalecerá o candidato Miguel Coelho nas próximas eleições municipais”, destaca o senador. “Juntos, recolocaremos Petrolina nos trilhos do desenvolvimento”, completa Fernando Bezerra.

Durante a visita, o governador também afirmou que convidará secretários estaduais para o acompanharem no lançamento da candidatura de Miguel Coelho à Prefeitura de Petrolina. Na comitiva estará João Campos, chefe de gabinete de Paulo Câmara e filho de Eduardo Campos, que foi governador de Pernambuco e presidente do Partido Socialista Brasileiro.

4f27eb2a6b423a6ab96693c406a56af8

Por Fernando Castilho no Blog JC Negócios

Apesar da aparente tranquilidade, exposta na publicidade oficial do partido no rádio e TV e ainda nos outdoors comemorando as conquistas da gestão, o PSB de Pernambuco vive o seu momento mais crítico em termos de perspectiva de poder a ponto de ancorar na reeleição do prefeito do Recife, Geraldo Júlio, todo seu futuro.

Geraldo Júlio virou “Prioridade Um” para a agremiação. E isso vai do governador Paulo Câmara aos vereadores da Câmara do Recife. Reeleger o prefeito é a senha para o PSB se reinventar como partido sem Eduardo Campos.

Geraldo Júlio tem, naturalmente, as maiores chances no pleito de 3 de outubro. Está no cargo, tem uma bancada de quase 90% dos vereadores e uma coligação de deve gerar pelo menos 500 candidatos pedindo votos para ele.

Tem ainda o apoio integral do governador que, apesar das dificuldades, tem ajudado-o com verbas como no inusitado caso do repasse de R$ 10,54 milhões à Prefeitura do Recife, referente à quitação de débitos com a Taxa de Limpeza Pública (TLP) devida por 89 imóveis do Estado, datados desde 1979. Ou da transferência direta de verbas do FEM para que ele conclua, até maio, o Hospital da Mulher cujo projeto pronto e acabado, Eduardo Campos lhe presenteou no dia da posse em 2013. Ou seja, teoricamente, Geraldo só pode perder para ele mesmo. E é aí que mora o perigo.

Assim como Paulo Câmara, Geraldo Júlio sem Eduardo Campos dificilmente venceria uma eleição de síndico do prédio onde mora. Eles estão nos cargos que ocupam pelas mãos e ações – no caso de Geraldo Júlio – e pelo tributo (no caso de Paulo) a Eduardo Campos, após sua morte meses antes da eleição de 2015. Os dois sabem disso, e não escondem de ninguém, que Eduardo Campos não era apena seu líder, mas sua razão de existência como entes políticos que os escolheu a dedo para os dois cargos.

O problema é que Eduardo Campos já não está entre nós. E a tragédia do dia 13 de agosto de 2014 não deixou só Geraldo Júlio e Paulo Câmara órfãos politicamente. Deixou o PSB sem um comando efetivo e inquestionável. Claro que, institucionalmente, o líder maior é o governador. Claro que o partido com a quantidade de deputados eleitos e o controle absoluto na Assembleia Legislativa é a grande força política. Mas, sem Eduardo…

E é por isso que o PSB precisa reeleger Geraldo Júlio. Porque, se a conta desse poder for feita ao contrário, é fácil observar que fora da Prefeitura do Recife, o PSB corre o risco de não ter força política para reeleger, também, Paulo Câmara se ele decidir disputar em 2018.

logoBlogTotal

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (8), em segundo turno, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 4/15, que recria a DRU (Desvinculação de Receitas da União) com vigência retroativa a 1º de janeiro de 2016 e validade até 2023.

O texto permite ao governo realocar livremente 30% das receitas obtidas com taxas, contribuições sociais e de intervenção sobre o domínio econômico (Cide), que hoje são destinadas, por determinação constitucional ou legal, a órgãos, fundos e despesas específicos.

A matéria, aprovada com o voto favorável de 340 deputados contra 96, será enviada agora ao Senado.

O projeto passou com folga, já que eram necessários 308 votos favoráveis para a aprovação. Para ser promulgada, a matéria tem ainda de ser aprovada também em dois turnos, por 3/5 dos 81 senadores, ou seja, por pelo menos 49 votos.

dos os parlamentares presentes do PT, PCdoB, PSOL e Rede votaram contra a PEC. Votos negativos vieram ainda da maior parte dos deputados do PDT. Partidos da base do governo Temer e que comandam ministérios também registraram votos contrários, como o PSB (4), o PP (2), o PSDB (2) e PV (1).

O substitutivo do deputado Laudivio Carvalho (SD-MG) não permite a desvinculação da receita obtida com a contribuição do salário-educação, tributo que financia programas da educação básica pública.

Contribuições sociais

Pela redação aprovada, a desvinculação das contribuições sociais não poderá prejudicar o Regime Geral da Previdência Social (RGPS), que paga os benefícios previdenciários.

Apesar dessa ressalva, os deputados que se manifestaram contra a proposta focaram principalmente nesse ponto. Para o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), a PEC vai tirar R$ 1 trilhão da seguridade social até 2023. “O próximo passo é dizer que a Previdência está quebrada para justificar a reforma, com limite mínimo de idade [para aposentadoria], independente do tempo de contribuição, e igualando homens e mulheres, desconsiderando que a mulher tem dupla jornada, em casa e no trabalho”, disse Faria de Sá.

Já o relator, Laudivio Carvalho, rebateu as críticas, argumentando que o texto preserva a Previdência. “No nosso relatório, nós preservamos a saúde, a educação e a previdência social. Nenhum aposentado terá seu direito arrancado. Estamos aqui para defender o aposentado. O que estão dizendo é uma falácia. Não há qualquer item que prejudique educação, saúde e previdência social”, disse.

Meta

Em valores, a autorização para o governo equivale a um número entre R$ 117 bilhões e R$ 120 bilhões para este ano. Na prática, esses recursos desvinculados serão transferidos para uma fonte do Tesouro Nacional que é de livre movimentação, sem qualquer tipo de vinculação ou destinação específica (fonte 100).

O principal objetivo da DRU é liberar recursos, que estariam comprometidos com despesas específicas, para ajudar o governo a cumprir a meta de resultado primário. A meta deste ano é de deficit de R$ 170,5 bilhões.

Estados e municípios

O substitutivo de Carvalho também autoriza estados, Distrito Federal e municípios a instituírem o mesmo mecanismo fiscal até 2023, uma inovação, já que a desvinculação sempre foi restrita à União.

Segundo o relator, esta é uma reivindicação de governadores e prefeitos. No caso dos entes federados, poderão ser desvinculados 30% dos recursos arrecadados com taxas, impostos e multas, desde que preservados alguns recursos, como os destinados ao pagamento de pessoal e para a saúde.

A DRU também não incidirá sobre fundos criados pelo Poder Judiciário, pelos tribunais de contas, pelo Ministério Público, pelas procuradorias-gerais e pelas defensorias públicas, no âmbito dos estados e do Distrito Federal.

Prazo alterado

A primeira versão do relatório sobre a proposta, apresentado na comissão especial sobre o tema, previa que a DRU vigoraria até o final de 2019, mesmo prazo previsto originalmente na PEC 87/15, elaborada pelo Poder Executivo sob a gestão Dilma Rousseff. O texto aprovado amplia o prazo de validade da DRU até 2023.

O que é DRU?

A DRU dá mais liberdade ao governo no uso das receitas obtidas por meio de tributos federais vinculados por lei a fundos ou despesas. Na prática, permite à União aplicar os recursos destinados por lei a áreas como Educação, Saúde e Previdência em qualquer despesa considerada prioritária e na formação de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública), desde que respeitando os gastos mínimos constitucionais exigidos para cada área. Com isso, possibilita o manejo de recursos para o pagamento dos juros e, portanto, fica mais fácil para o governo cumprir a meta fiscal.

Os críticos à proposta dizem que a PEC ameaça a destinação de recursos para áreas importantes, como Saúde, Educação e Previdência. Apesar de nos Estados e municípios o dispositivo não afetar Saúde e Educação, oposicionistas afirmam que pode levar a uma redução de investimentos. Como explica o deputado Carlos Zarattini (PT-SP):

— Muitas prefeituras gastam mais de 18% com a Saúde, que é o limite, e eles vão poder falar: não vou gastar mais, porque já desvincularam lá em Brasília. Se eu gasto hoje 25%, vou baixar pros 18%, porque foi desvinculado. Não preciso mais gastar com isso, não.

Nas estimativas do deputado Arnaldo Faria de Sá (SP), do PTB, legenda que integra a base aliada de Temer no Congresso Nacional, a DRU pode tirar R$ 120 bilhões da seguridade social.

História

A DRU foi criada em 1994, na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Era chamada de  Fundo Social de Emergência (FSE), válido por apenas dois anos. Foi renovado em 1996 e passou a se chamar Fundo de Estabilização Fiscal (FEF).

A partir de 2000 ganhou a atual denominação de Desvinculação das Receitas da União (DRU) e foi prorrogada, por períodos de quatro anos, em 2003, 2007 e 2011, valendo portanto até o fim de 2015.

A extensão da DRU era uma prioridade também do governo Dilma Rousseff.

 

IMG-20160608-WA0008

 

Daniel Isaia – Correspondente da Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) prendeu ontem (7), em Curitiba, o policial federal Newton Ishii, conhecido popularmente como Japonês da Federal, que ficou conhecido ao  conduzir presos da Operação Lava Jato. Ele está detido na Superintendência da PF para cumprir mandado expedido pela Vara de Execução Penal da Justiça Federal de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

Newton foi condenado a quatro anos e três meses de prisão em virtude da Operação Sucuri, deflagrada em 2003, que investigava o envolvimento de 19 agentes na entrada de contrabando no país através da fronteira com o Paraguai. A defesa do Japonês da Federal chegou a recorrer da condenação, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o recurso na semana passada.

A partir da Operação Sucuri, foram abertos três processos contra Newton, um na esfera criminal, outro administrativo e um terceiro por improbidade administrativa. Eles tramitam sob segredo de justiça.

A Agência Brasil entrou em contato com o escritório do advogado Oswaldo Loureiro de Mello Júnior, que defende o Japonês da Federal e outros 14 réus da operação, mas o criminalista não retornou as ligações.

Operação Lava Jato

O policial federal Newton Ishii foi citado durante conversa gravada entre o ex-senador Delcídio do Amaral; o filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró; e o advogado Edson Ribeiro. O diálogo foi divulgado em novembro do ano passado e levou à prisão de Delcídio

Na conversa, o ex-senador se refere ao agente federal como “policial bonzinho”. Em seguida, Edson afirma que “o japonês” seria o carcereiro da PF responsável pelo vazamento de informações sigilosas da Operação Lava Jato para a imprensa. Minutos depois, o advogado chega a citar o nome de Newton.

Diálogos

Veja abaixo a transcrição dos trechos da gravação em que o agente é citado:

DELCÍDIO: Alguém pegou isso aí e deve ter reproduzido. Agora quem fez isso é que a gente não sabe.

EDSON: É o japonês. Se for alguém, é o japonês.

DIOGO: É o japonês bonzinho.

DELCÍDIO: O japonês bonzinho?

EDSON: É. Ele vende as informações para as revistas.

BERNARDO: É, é.

DELCÍDIO: É. Aquele cara é o cara da carceragem, ele que controla a carceragem.

BERNARDO: Sim, sim.

(…)

EDSON: Só quem pode tá passando isso, Sérgio Riera.

BERNARDO: Mas eu já cortei…

EDSON: Newton e Youssef.

DELCÍDIO: Quem que é Newton?

BERNARDO: É o japonês.

EDSON: E o Youssef, só os dois. [vozes sobrepostas] O Sérgio, porque o Sérgio traiu…

BERNARDO: Sim. Ele fez o jogo do MP, assinou. Tá..tá

(…)

EDSON: Quem é que poderia levar isso pro André?

BERNARDO: Eu acho que é carcereiro. O cara dá 50 mil aí pra você.

EDSON: A gente num entende, pô!

BERNARDO: Carcereiro, Newton… os caras são muito legais.

 

Fechar